Coisas & Cultura

Cosmic Muffin, o avião que virou barco

Reciclar parece ser cada vez mais um tema da ordem do dia; é, aliás, a única solução perante o aumento exponencial de lixo tecnológico que foi abandonado, quer por estar desatualizado, quer por ter passado de moda. E se forem aviões? Os aviões são pura e simplesmente demasiado grandes para se amontoarem num campo; são também desmontados e reciclados. Porém há quem tenha abordagens mais criativas.

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Foi o caso de um Boeing 307 Stratoliner de 1937. O avião foi transformado num barco de fundo plano, de navegação limitada a rios, lagos e destinado a atividade turística.  O modelo 307, também denominado Stratoliner, possuía numerosas afinidades com o famoso B-17 Flying Fortress da mesma empresa. Ao contrário daquele, porém, um enorme e desagradável bombardeiro, o 307 foi concebido como um pequeno e confortável avião comercial com capacidade para 33 passageiros. Este conforto advinha-lhe não só do fato do seu interior ser pressurizado, permitindo-lhe voar a grandes altitudes, acima das turbulências, mas também da forma cilíndrica da fuselagem responsável pelo generoso espaço interior e pelo formato foi apelidado de Baleia Voadora. Pode dizer-se que o 307 estabeleceu os padrões dos modernos aviões de carreira: um quadrimotor pressurizado com uma tripulação de cinco membros, entre os quais um engenheiro de voo. Tinham sido construídos 10 exemplares deste modelo quando rebentou a 2ª guerra mundial, pelo que a produção cessou e todos os esforços se passaram a concentrar nos modelos militares, como o B-17. Acredita-se que resta apenas um exemplar deste soberbo avião, totalmente restaurado, no National Air & Space Museum

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O excêntrico milionário Howard Hughes adquiriu um dos que pertenciam à frota da TWA e transformou-o no primeiro transporte aéreo executivo.
Estava nos planos de Howard Hughes usar o avião para estabelecer um novo recorde de velocidade ao redor do mundo, mas seus planos foram frustrados com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e ele também se negou a emprestar seu avião para ser usado na guerra e assim o avião ficou parado num hangar em Glendale, Califórnia de 1939 a 1947. Depois gastou 250 mil dólares mudando seu interior, incluindo um quarto principal, dois banheiros, uma cozinha, sala de estar e bar e colocou o nome da aeronave de “Flying Penthouse“. O magistral desenho do seu interior ficou a cargo do designer industrial Raymond Loewy, com sugestões da atriz Rita Hayworth.

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Mais tarde Howard Hughes, vendeu o avião ao um milionário do Texas em 1948 e que usou o avião por 14 anos e depois passou por diversos proprietários até que foi aposentado em 1964 por ter sido danificado pelo furação Cleo. Quatro anos mais tarde foi comprado pelo piloto Kenneth London em um leilão público por 61,99 dólares e foi levado de caminhão até Fort Lauderdale na Flórida e em 1974, transformado em barco com o nome de “Londonaire“. Em 1981 foi comprado pelo empresário Dave Drimmer por 10 mil dólares e gastou outros 150 mil na reforma na bizarra embarcação. Desde então, Cosmic Muffin leva turistas a passeios pelas águas de Fort Lauderdale.

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Site oficial: www.planeboats.com

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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