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Tribo Gurung: Os caçadores de mel do Nepal

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A tribo Gurung, que vive nas montanhas no distrito de Kaski, Nepal, é conhecida por pegar favos de mel nas encostas das montanhas e copas de árvores e essa antiga tradição perigosa vem de centenas de anos atrás, passadas de pai para filho ao longo dos anos.

Os caçadores escalam atrás de um mel, de coloração avermelhada, proveniente da maior abelha do mundo, a Apis Dorsata Laboriosa, também conhecida como Abelha do Penhasco, que existe apenas no Himalaia e pode chegar a medir três centímetros. Além disso, é considerado o mais valioso que há, por conta de suas qualidades inebriantes e relaxantes.

Gurung, os caçadores de mel

Os desafios da colheita do “Mel Louco”

Os habitantes locais denominam este mel como ‘Mad Honey’ (mel louco) devido à sua composição contendo graianotoxina, uma toxina venenosa para os seres humanos. Ele é produzido a partir do néctar venenoso das flores de Rododendro, a flor símbolo do Nepal.

Este mel é conhecido por suas propriedades alucinógenas, as quais têm sido associadas a diversos benefícios para a saúde. Em pequenas doses, é relaxante e eufórico. Contudo, em quantidades maiores, pode causar intoxicação por rododendro, ou intoxicamento pelo mel, resultando em sintomas como vômitos, fraqueza muscular e irregularidades cardíacas.

Gurung, os caçadores de mel

Para alcançar as grandes colmeias é preciso arriscar-se em meio a vertiginosas falésias e a fúria dos insetos. São utilizadas ferramentas artesanais e apenas uma corda simples para manter-se pendurado a 50 metros de altura, sem nenhuma proteção e ainda inalando fumaça. Tudo para manter suas aldeias abastecidas.

A cultura e o estilo de vida dos gurunges

O povo Gurung possui uma população de aproximadamente 115 mil pessoas e, apesar da grande maioria já ter migrado para cidades do Nepal, ainda há aqueles que vivem em aldeias. Durante duas vezes ao ano, os habitantes da tribo saem a procura de favos, e utilizando ferramentas simples, feitas a base de bambu e cipó e sem nenhuma proteção. Para retirarem o mel, eles queimam folhas para produzir fumaça e afastar as abelhas.

Gurung, os caçadores de mel

Os gurungues formam o grupo predominante da região Annapurna mas ao seu redor há outros grupos – que ocasionalmente podem se misturar ao gurungues dentre os quais estão os tamangues, thakalis, magares e os habitantes das terras baixas de Manang e Mustang.

Essas tribos são pouco distintas dos gurungues quanto à língua e à cultura; de fato há íntimas relações entre eles sendo comum ocorrerem casamentos entre as tribos. Os gurungues misturam-se pacificamente e existem muitas amizades entre idiomas castas e divisões de grupos.

Gurung, os caçadores de mel

Os gurungues combinam um estilo de vida realista e prático com uma rica cosmologia envolvendo inúmeros espíritos bons e malignos os quais precisam ser aplacados. Os gurungues representam um ótimo exemplo da mistura de tradições religiosas no caso entre budismo hinduísmo e animismo.

Nominalmente porém eles se dizem budistas. Há um razoável êxodo dos vilarejos em direção às cidades do Nepal bem como para tornar-se soldados gurkhas no exterior.

Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel
Gurung, os caçadores de mel

Publicado originalmente em março de 2016

Fonte: Revista Terra

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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