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Hibaku Jumoku, as árvores sobreviventes de Hiroshima

A bomba atômica que dizimou Hiroshima em 6 de agosto de 1945 no Japão, matou mais de 140 mil pessoas instantaneamente e arrasou tudo à sua volta, num raio de dez quilômetros. A bomba chamada “Little Boy” provocaria uma explosão com uma temperatura quarenta vezes mais alta que a do sol. O poder da bomba foi tão forte que a temperatura do solo chegou a cinco mil graus centígrados. Pesquisadores disseram que a terra na região do impacto ficaria estéril por 75 anos.

Porém a apenas um quilômetro do epicentro da explosão, uma árvore Ginkgo biloba sobreviveu a bomba atômica e um ano depois da explosão, brotava novamente entre as ruínas de um templo budista. O Ginkgo biloba é uma árvore nativa da China e no Japão é chamada de Hosen-Ji, que significa “portador de esperança“.

Hibaku Jumoku, as árvores sobreviventes de Hiroshima
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Na reconstrução daquele templo budista, manteve-se a árvore que começou a ser encarada como símbolo de renascimento e veneração. “Hiroshima nunca mais“, foi a frase deixada numa placa, ao pé da mesma. Apesar de não ter havido vida durante muito tempo por toda a região afetada pela bomba, espécie como Ginkgo biloba ressurgiam nos escombros.

Hibaku Jumoku, as árvores sobreviventes de Hiroshima
Um dos pilares do santuário Sanno Shrine Torii destruído pelo explosão da bomba atômica | Crédito da foto

Atualmente, mais de sete décadas após o lançamento da bomba atômica, Hiroshima é uma cidade moderna, vibrante e cercada de muito verde. Muitas das árvores que foram plantadas na cidade após a guerra foram presentes de doadores do Japão e do exterior.

No entanto, centenas de árvores que ainda estão em pé, já existiam naquela época, quando a bomba explodiu. Apesar do solo ter ficado envenenado e carbonizado e elas terem sido queimadas e destroçadas, muitas delas sobreviveram e se tornaram saudáveis após um tempo.

Depois da guerra, muitas dessas árvores foram preservadas em 55 localidades dentro de um raio de dois quilômetros do epicentro. Hoje elas são oficialmente registradas como árvores que foram bombardeadas e são chamadas de Hibaku Jumoku, que significa Árvores Sobreviventes e são identificadas com uma placa. De acordo com a cidade de Hiroshima, há cerca de 75 árvores sobreviventes, representando 32 espécies diferentes.

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A árvore mais próxima do epicentro é uma Ailanthus altissima, conhecida como a “Árvore do Céu” e ficava no pátio de uma escola a 350 metros do epicentro. Outra sobrevivente, é um salgueiro (Salix babylonica) que ficava em Seishonen próximo a ponte Aioi-bashi (em forma de T), a 370 metros do ponto zero. Embora a árvore original tenha sido derrubada pela bomba, suas raízes sobreviveram e novos brotos foram germinados. Uma lista parcial de árvores sobreviventes podem ser encontradas nesta página (em inglês).

As árvores Hibaku Jumoku estão localizadas em lugares públicos, templos e santuários e estão sob o cuidado do governo de Hiroshima. Essas árvores também chamadas de A-Bomb Tree representam a vida e a esperança, e por causa disso, sementes e mudas de árvores sobreviventes a explosão são constantemente exportadas para o exterior ou levadas por turistas japoneses e estrangeiros. Estas novas árvores estão crescendo em lugares do mundo todo.

Hibaku Jumoku, as árvores sobreviventes de Hiroshima
A árvore Gingko Biloba em frente a um templo budista que estimasse que foi plantada em 1850 e sobreviveu a bomba atômica e hoje é símbolo de esperança. Na base da árvore há uma placa com a inscrição: Hiroshima nunca mais! Crédito da foto
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Fontes: 1 2 3

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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