O Palicourea elata, anteriormente com o nome científico de Psychotria elata e conhecido popularmente como beijo de namorada, flor-beijo, lábios quentes ou lábios de puta, é uma planta tropical que se estende desde as florestas tropicais da América Central até as do Sul, encontrada em países como México, Costa Rica, Equador, Panamá e Colômbia. Sua existência está fortemente vinculada a climas específicos, principalmente aqueles que se assemelham a florestas tropicais, ideais para o seu desenvolvimento.
Destaca-se pelas brácteas vermelhas de formato distinto, atribuindo-lhe o apelido de “Lábios Quentes”. Porém, vale destacar que essas brácteas não são as flores reais da planta; são folhas extravagantes que abrigam as verdadeiras flores, caracterizadas pelo “lábio vermelho”. A diversidade de formas e formatos dessas folhas assemelha-se aos lábios humanos, proporcionando uma ampla gama de variações para a planta.
Ao longo dos séculos, o Palicourea elata foi objeto de estudo e documentação devido aos diversos benefícios que oferece à saúde das comunidades nativas. Entretanto, devido à exploração excessiva por causa desses benefícios e à sua aparência peculiar, a planta está atualmente ameaçada de extinção.
O Palicourea elata, um arbusto da família Rubiaceae, também conhecida como família do café ou garança, caracteriza-se por folhas simples e opostas, com estípulas interpeciolares. Pertencente a essa família, pode ser encontrado como árvores terrestres, ervas, cipós ou arbustos, como é o caso do Palicourea elata, tipicamente localizado na camada sub-bosque das florestas tropicais.
Seu porte pode variar de 1 a 3 metros, ocasionalmente atingindo até 4 metros de altura. A morfologia da planta é notavelmente variável e diretamente influenciada pela configuração das plantas vizinhas e pela quantidade geral de luz disponível. Estudos evidenciam que essas variáveis, juntamente com os recursos gerais acessíveis à planta, impactam sua biomecânica, alometria e ramificação, afetando, consequentemente, a altura e o número de folhas do Palicourea elata.
As brácteas vermelhas distintivas de Palicourea elata, modificadas a partir de folhas, são uma característica marcante. Antes da floração, essas brácteas lembram os lábios humanos. As flores de Palicourea elata florescem entre dezembro e março, sendo pequenas e com formato de estrela. Após a polinização, as flores desenvolvem bagas que, quando maduras, são consumidas por pássaros. O gênero, frequentemente, produz frutos pequenos e escuros, comuns nas plantas deste tipo. A planta não emite fragrância, dependendo apenas da sua forma para atrair polinizadores, como borboletas e beija-flores.
Infelizmente, o Palicourea elata enfrenta ameaças significativas de extinção devido ao desmatamento em sua área de origem. A expansão da agricultura e a colheita ilegal e legal dessas plantas têm levado à transformação das florestas primárias e secundárias em áreas para cultivo, pastagens de gado e terrenos desocupados. Sua aparência atraente levou ao uso frequente como presente no Dia dos Namorados, resultando em colheitas excessivas. Sendo um arbusto do sub-bosque que depende da sombra das árvores maiores, a população da planta está diminuindo rapidamente devido à colheita excessiva, mudanças climáticas e perda de habitat.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) reportou que cerca de um décimo de todas as espécies e possivelmente uma grande parte do gênero Palicourea estão em risco. Embora Palicourea elata possa estar ameaçada em outras regiões dentro e fora do país, o estatuto preciso de ameaça à espécie não foi completamente determinado, uma vez que a contagem foi principalmente para espécies no Equador, havendo muitas outras espécies de Palicourea.
As folhas e casca de Palicourea elata são usadas na medicina tradicional para tratar dores de ouvido, tosse e irritações ou erupções na pele. A planta também demonstrou possuir propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias. Como mencionado, ela pode ter um efeito psicodélico, potencialmente útil clinicamente, mas é predominantemente utilizada em cerimônias por comunidades nativas.
Nas comunidades da Nicarágua, é usada para aliviar os efeitos das picadas de cobra, onde todas as partes da planta são empregadas para este fim. Para usos medicinais, as partes desejadas são preparadas como decocções para administração oral ou como cataplasmas para aplicação tópica.
A planta geralmente é colhida em florestas secundárias. Embora haja algumas pesquisas disponíveis, a quantidade de estudos médicos sobre Palicourea elata é limitada. A maior parte das informações sobre a planta vem de relatos anedóticos de populações nativas, que estão sendo testados para determinar sua aplicabilidade, como as propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias presentes na planta.
Artigo publicado originalmente em outubro de 2015
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