Animais & Natureza

Ratos que encontram bombas e salvam vidas

Atualmente 56 países e quatro territórios ao redor do mundo tem problemas sérios com minas terrestres e explosivos remanescentes de guerras em suas terras, que além de serem um perigo constante para as pessoas,  representam uma barreira ao desenvolvimento e crescimento económico e aí entra em cena a Apopo, uma ONG belga com sede na Tanzânia e seus ratos treinados a detectar minas e explosivos. Desde 1997, seus ratos podem rastrear de forma efetiva um área de 200 metros quadrados em apenas 30 minutos, enquanto humanos com detectores de minas levariam 25 horas de trabalho, com o agravante de detonar uma mina acidentalmente.

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Quem fundou a ONG, foi Bart Weetjens que desde criança mantinha ratos, como animais de estimação e que um dia leu um artigo sobre a capacidade dos roedores de detectar explosivos em laboratórios, então procurou estudar mais o assunto e começou a treinar seus ratos para a detecção das minas terrestres. Posteriormente foi aconselhado a usar as ratazanas gigante de Gâmbia (Cricetomys gambianus), por causa de sua capacidade olfativa, serem dóceis, de terem uma vida longa e já adaptada as adversidades da África. As ratazanas de Gâmbia são conhecidas como “Pouched” e o nome vem das bolsas em suas buchechas, parecidas com as dos Hamster, onde podem carregar alimentos e podem chegar a um metro de comprimento, incluindo seu rabo, que compoem a metade do seu comprimento e pesa de 1 a 1.5kg. A ONG  já trabalhou na detecção de explosivos em Angola, Moçambique, Camboja, Vietnã, Laos e Tailândia e tem 47 ratos bem treinados.

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Estas ratazanas sabem como detectar bombas com o olfato e podem salvar as vidas de milhares de pessoas que acabam pisando nos artefatos explosivos enterradas no solo e geralmente são as crianças locais que mais são afetadas com este problema. A estimativa é que estes animais treinados para farejar bombas tenham salvado ao menos 9.000 vidas na Tanzânia e em Moçambique desde 2000. Nenhuma destas ratazanas morreu em serviço. Uma mina normal requer um peso de 5 quilos ou mais para detonar, e os ratos mais pesados não ultrapassam um quilo e meio. Um rato da Gâmbia pode viver por até oito anos, mas os ratos utilizados para este projeto estão se aposentando depois de seis anos, quando passam a ser alimentados por bananas e todos os tipos de guloseimas.

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Essas ratazanas também são usadas na detecção do vírus da tuberculose, onde em menos de 20 minutos um rato conseguem detectar a doença em 100 amostras, enquanto um técnico de laboratório levaria 4 dias para fazer o mesmo trabalho. Há aproximadamente 9 mihões de novos casos da tuberculose por ano em todo o mundo e 1,5 milhões de pessoas morreram em 2013. Em muitos países menos desenvolvidos, a doença é detectado por meio de microscopia. Embora esse método é eficaz, também é lento e muitas vezes, casos positivos da doença não são detectados devido a limitação de recursos e qualificação humana. Ratos da ONG Apopo são tão precisos quanto a microscopia convencional, mas muito mais rápidos e baratos elevando em 40% a taxa de detecção da doença. Os ratos detectam a tuberculose cheirando amostras de escarros humanas e essas amostras passam por tratamento térmico em altoclaves para que os próprios ratos não peguem a doença.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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