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Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Uma lenda colombiana diz que por volta de 1754, a índia potosí Maria Mueses de Quiñones e sua filha Rosa, surda-muda voltavam para casa quando foram surpreendidas por uma tempestade e então se abrigaram na entrada de uma gruta que encontraram no cânion do rio Guaitara, no Departamento de Nariño, Aldeia de Las Lajas, município de Ipiales, ao sul de Colômbia, a menos de dez quilômetros da fronteira com o Equador.

Para surpresa da índia, a criança que até aquele momento nunca havia falado, disse: “Mamãe, a mestiça está me chamando!” A menina apontava seu  dedo para o interior da gruta e quando Maria Mueses olhou para lá, vislumbrou a imagem da Virgem Maria e desde então, a menina ficou curada. Algum tempo depois uma ilustração ricamente decorada da Virgem do Rosário com uma criança em seus braços foi pintada nas rochas na entrada da gruta. Com o passar do tempo, o local começou a receber inúmeros peregrinos colombianos e estrangeiros que veem agradecer os milagres de cura creditados a Virgem.

Em 1794, uma pequena capela foi construída perto da gruta, a qual teria sido erguida por um nômade cego chamado Juan Fry, que voltou a enxergar logo após terminar a construção. Alguns anos depois uma segunda e depois uma terceira igreja foram construídas para acomodar os inúmeros crentes atrás os milagres da Virgem. Em 1916 iniciou-se a construção da quarta e atual igreja com o dinheiro de doações, sendo finalizada somente em 1944.

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

O atual edifício, Santuário de Las Lajas, é uma igreja de pedra cinza, branca de estilo gótico do final do século XIV, composta por três naves construídas em uma ponte de dois arcos que se cruzam sobre o rio e faz com que o átrio da basílica se una com o outro lado do cânion.

A altura do templo, de sua base até a torre é de 100 metros, já a ponte tem de 50 metros de altura por 17 metros de largura e 20 metros de comprimento. O edifício principal mede 27,50 metros de comprimento por 15 metros de largura. No interior, as três naves são cobertas por abóbadas. Tem mosaicos em fibra de vidro feitos pelo italiano Walter Wolf que, durante o dia, filtram a iluminação natural.

O fundo das três naves é uma parede de pedra natural da garganta do cânion e na nave central se vê em destaque a imagem da Virgem, pintada por um autor desconhecido em uma laje de pedra. A base do templo propriamente dita, além dos dois arcos da ponte, é uma cripta em estilo romântico, de três naves cobertas com abóbadas do cânion de estrutura em pedra de cantaria, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Os muros que cercam os acessos ao santuário se confundem com a topografia do terreno e estão cheios de oferendas e placas com gratidão por favores recebidos, bem como com aparelhos ortopédicos para testemunhar curas.

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

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Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

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Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo

Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo
Imagem da Nossa Senhora encontrada pela índia Maria Mueses de Quiñones e sua filha
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Centenas de placas deixadas por fiéis demonstrando gratidão por alguma graça alcançada
Santuário de Las Lajas, a igreja do abismo
Estátua da índia Maria Mueses de Quiñones e sua filha Rosa

Texto publicado originalmente em 13 de março de 2016

Fontes: 1 2

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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