Histórias

Serendipity, nas noites de tormentas

Serendipity, era uma pousada a beira mar, na comunidade de Rodanthe, Outer Banks, na ilha Hatteras, Carolina do Norte, Estados Unidos. Devido ao movimento dos bancos de areia da região e a ameaça de ser destruída pelas marés, teve que ser mudada de lugar. Mas antes disso, a pousada passou por poucas e boas, nas inúmeras tempestades que teve que aguentar e tem muita história para contar. Atualmente, Serendipity se chama “The Inn at Rodanthe“, o mesmo nome utilizado no filme “Noites de Tormenta” de 2008, baseado no romance de Nicholas Sparks, estrelado por Richard Gere e Diane Lane, quando a casa serviu de locação para o filme.

Serendipity, nas noites de tormenta

Quando a casa foi construída na década de 1980, havia 130 metros de dunas e praia, separado a construção das ondas do Oceano Atlântico, e com uma fundação bem sólida, com estacas de concreto de cinco metros, enterradas na terra, segurando a casa no lugar, pois as tempestades na região, são constantes e devastadoras. Não por nada, que essa parte da costa do país é conhecida como “Cemitério do Atlântico“, devido aos inúmeros acidentes e naufrágios em decorrência do mau tempo. A ilha também é carinhosamente chamada pelos visitantes de 4-Wheel Drive, devido a facilidade de ficar atolado nos bancos de areia e assim só mesmo veículos com tração 4 x 4 para poder se locomover.

Serendipity, nas noites de tormenta

Após o furacão Ida em 2009, a casa foi declarada um incomodo para a comunidade, pois estava em plena praia e às mares atingindo as estacas de sua fundação e, teve que ser abandonada e posta a venda, mas nos dois anos seguintes, ninguém se interessou de comprar. Ano após ano, a cada tempestade as dunas do local perdiam um pouco de sua areia e destruído diversas outras casas que ficavam na mesma linha da Serendipity, muitas outras foram demolidas ou mudadas inteiras e no fim só a famosa pousada restava na praia e a cada novo temporal, os ilhéus admirados com a solidez da casa, comentavam: “Serendipity ainda está de pé!“. Havia uma certeza em todos, de que era questão de tempo, até um novo temporal destruir a casa.

Os proprietários estavam tentando vender a casa por anos, mesmo antes do furacão de 2009, e também como estava condenada, não poderia ser explorada comercialmente e sem dinheiro para demolir e reconstruir em outro lugar ou mesmo muda-la inteira, como é costume na região, ela estava fadada a ser destruída em qualquer tempestade mais forte. “Tudo que temos está naquela casa!“, comentou para a imprensa, a ex proprietária Susan Creasy em 2009. Ela e o marido a tinham comprado em 2003, por U$ 525.000 de Roger Meekins, que a construiu nos anos oitenta.

Serendipity, nas noites de tormenta

Quando todas as esperanças de vender o imóvel esvaiam-se, surge o casal Newton, que sensibilizados após assistir o filme, compram a casa e em janeiro de 2010, mudam a para um lugar mais seguro, em Avon, a pouco mais de um quilômetro do local original. Devido ao tamanho da casa, pesando 38 toneladas, as dificuldade de move-la eram imensas, e para isso, foi contratado a mesma empresa que em 1999, moveram o farol do Cabo Hatteras, na mesma ilha, 800 metros para dentro do continente, protegendo-o do sistema dinâmico dos bancos de areia, que frequentemente estão mudando de lugar, onde as correntes marítimas carregam a areia para uma extremidade do banco e a depositam na outra extremidade, mudando assim a sua forma.

Serendipity, nas noites de tormenta

Para o transporte da casa, a polícia teve que fechar a rua principal por 30 minutos e a empresa de energia elétrica retirar todos os fios elétricos que cruzavam a avenida pelo trajeto no transporte da casa. Após estar instalada em seu novo endereço, os proprietários se esforçaram ao máximo para deixar a pousada igual ao filme, dando no exterior, com as persianas pintadas de azul e a decoração interior utilizada nas cenas e a maioria feitas em estúdio.

Serendipity, nas noites de tormenta

Serendipity, nas noites de tormenta

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Serendipity, nas noites de tormenta

Fontes: 1 2

“Tudo o que o homem não conhece não existe para ele. Por isso, o mundo tem para cada um o tamanho que abrange o seu conhecimento”. – Carlos Bernardo González Pecotche

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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