No cênico cenário do condado de Pierce, em Washington (EUA), emerge a majestosa ponte Tacoma Narrows, um feito da engenharia que maravilhou o mundo com sua grandiosidade e inovação. Inaugurada em julho de 1940, ela se erguia imponente sobre o canal Puget Sound, conectando as cidades de Gig Harbor e Tacoma com suas deslumbrantes 1600 metros de extensão e impressionantes 57 metros de altura.
Esta obra monumental, eleita a terceira maior ponte suspensa do mundo à época, representava não apenas um marco de engenharia, mas também um símbolo de progresso e conectividade entre as comunidades locais. No entanto, sua magnificência não tardou a ser obscurecida pela tragédia que se abateu sobre ela.
Idealizada pelo engenheiro Leon Moisseiff, a ponte apresentava um design inovador, desafiando as convenções estabelecidas ao substituir as estruturas triangulares tradicionais por duas vigas simples em forma de I, acompanhadas por uma estrutura interna de suporte do piso com apenas 2,4 metros de espessura. Essa abordagem, embora mais econômica e permitindo vãos maiores, revelou-se vulnerável às forças da natureza que logo seriam testadas.
Durante a fase de construção, observadores já começavam a notar uma característica intrigante: mesmo diante de correntes de vento moderadas, a ponte oscilava de maneira transversal, atraindo a atenção dos curiosos que se maravilhavam com o espetáculo, no que os trabalhadores derem o apelido de ‘Galloping Gertie‘. No fatídico dia 7 de novembro, com ventos atingindo cerca de 70 km/h, a estrutura começou a se contorcer de forma dramática, como se fosse uma criatura viva lutando contra as rajadas furiosas.
O desprendimento do primeiro trecho do pavimento marcou o início do colapso iminente, enquanto as vigas de aço cediam às torções e tensões extremas. O que se seguiu foi uma cena surreal, com a ponte parecendo dançar ao ritmo do vento antes de finalmente sucumbir à sua fúria implacável.
O fenômeno responsável por esse desastre, conhecido como vorticidade, ocorre quando a corrente de ar que flui ao redor de um objeto cria pequenos vórtices, desencadeando oscilações e vibrações que podem levar à falha estrutural. Para engenheiros e cientistas, a falta de rigidez transversal e torsional, resultante da ausência do reticulado tradicional sob o tabuleiro, aliada à aerodinâmica desfavorável do perfil, foram fatores determinantes nessa tragédia de proporções monumentais.
O momento exato em que a ponte Tacoma Narrows passou a se contorcer foi registrado nesse vídeo. Acompanhe:
Artigo publicado originalmente em setembro de 2015
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