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A minhoca gigante de Gippsland

A Minhoca Gigante de Gippsland (Megascolides australis), é uma das mil espécies de minhoca nativa da Austrália. É uma minhoca de grandes dimensões, mediando em média 80 centímetros de comprimento e dois centímetros de diâmetro, podendo atingir os três metros de comprimento na fase adulta, com peso aproximado de 700 gramas ou mais, sendo considerado o maior invertebrado do mundo. Seu corpo é capaz de expandir e contrair fazendo com que elas se pareçam muito maiores.

A minhoca gigante de Gippsland
Crédito da foto

Possuem uma cabeça de cor púrpura escuro e um corpo de cor rosa acinzentado. Vivem no subsolo de terrenos argilosos e úmidos, num sistema de tocas construídos por elas e são localizados, principalmente nas margens dos rios por conta da alta umidade. Usando sua cabeça muscular para mastigar o substrato enquanto ingerem fungos, bactérias e outros micróbios. Elas não tem dentes, mas tem uma moela, onde pequenas rochas que o verme comeu ajudam a moer alimentos, como alguns pássaros. Os resíduos que expulsam na outra extremidade, bloqueiam suas tocas.

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Têm uma longevidade elevada para um invertebrado, chegando a maturidade com cinco anos, mas alguns casos, podem chegar até mais de uma década. Reproduzem-se nos meses mais quentes, na primavera e verão, produzindo ovos encasulados, com apenas um ovo de cada vez, que leva 14 meses em média para eclodir. Seus filhotes já nascem com um tamanho considerável de aproximadamente vinte centímetros de comprimento, e crescem rapidamente. Raramente sobem para a superfície, mantendo-se escondidas em covas com 1,5 metros de comprimento. Tais túneis podem variar entre três a cinco metros de profundidade.

A minhoca gigante de Gippsland

Tais vermes gigantes foram descobertos e descritos pelo pesquisador e biólogo Frederick McCoy em 1878, quando a região começou a ser povoada. Na época se acreditava que as minhocas gigantes era obra de alguém que grudava extremidades de várias outras minhocas menores, fazendo com que o verme tivesse o comprimento mais extenso.

Naquela época também, a quantidade desse animal era abundante e atualmente são só encontrados na argila úmida ao longo do rio Bass. É muito fácil de confundir essa espécie de minhoca com cobras devido ao seu tamanho, mas basta se aproximar do verme para observar os anéis característicos, inerentes a todas as minhocas, anéis esses que podem chegam a 300.

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Apesar de quantidade desta espécie de minhocas ter diminuído drasticamente nas últimas décadas, se consegue encontrar vários exemplares adultos em um metro cúbico de solo. Entretanto, é muito raro encontra-las. Elas só aparecem se seu habitat for afetado de alguma forma, como por exemplo, chuvas intensas ou quando o local sofre deslizamento de terra.

A presença de um verme desses abaixo do solo é fácil de reconhecer devido a um som característico, semelhante a crepitar e esse barulho é devido o atrito do corpo da minhoca pelas paredes duras e escorregadias dos túneis. Apesar de parecerem extremamente fortes, essas minhocas são muito frágeis e a manipulação incorreta pode esmagá-las e até matá-las.

A minhoca gigante de Gippsland
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Os cientistas acreditam que o crescimento lento, combinado com a pequena distribuição na natureza e a vida sexual de apenas um casulo por ano, representam um sério problema na reprodução da espécie. Bem como a colonização europeia na região de Gippsland aumentou o problema, devido aos efeitos da agricultura, com o envenenamento do solo pelos adubos ou mesmo cortado acidentalmente o verme na preparação do terreno para a plantações, e atualmente a espécime é protegida por lei.

No parque Wildlife Wonderland Park, perto de Bass, Victoria, se encontra o museu Giant Earthworm Museum. O museu em forma de uma minhoca gigante de concreto tem como objetivo estudar a vida dessas criaturas, e os visitantes podem ver numa simulação de como funciona o sistema digestivo do verme.

A minhoca gigante de Gippsland
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O museu Giant Earthworm Museum em forma de minhoca | Crédito da foto

Fontes: 1 2 3

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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