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Vottovaara: A Montanha da Morte e suas rochas estranhas

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À 732 quilômetros da fronteira com a Finlândia e a 20 km do lago Sukkozero, ao sudeste da vila de Sukkajärvi, na região Muezersky da República de Carélia, federação russa, se localiza o monte Vottovaara (Montanha da Morte). O ponto mais alto desta montanha fica a 417 metros acima do nível do mar.

Esta região já foi coberta por imensas camadas de gelo, com mais de mil metros de espessura. Cerca de 10.000 anos atrás, o recuo do gelo glacial deixou para trás uma paisagem com estranhas características, que até hoje intrigam os cientistas.

Nesta região incomum, aproximadamente 1.600 rochas de diversos tamanhos emergem, circundadas por árvores retorcidas, quebradas e envelhecidas. No entanto, uma das características mais marcantes de Vottovaara são suas pedras equilibradas, compostas por grandes blocos de várias toneladas delicadamente apoiados sobre pedras menores. Além disso, é possível encontrar rochas que se assemelham a escadas que não levam a lugar algum, enquanto outras parecem formar uma piscina precisamente esculpida na pedra.

Os ventos persistentes, pinheiros atrofiados que crescem entre o solo rochoso e ocasionalmente pantanoso, juntamente com os incêndios provocados por raios, conferiram a esta terra uma característica singular, distinguindo-a de outras partes de Carélia. Esta região é amplamente reconhecida e visitada por turistas, atraídos por suas florestas, reservas naturais, rios e lagos, alguns dos quais foram certificados como Patrimônio Mundial.

Alguns estudiosos afirmam que este lugar foi um centro sagrado por milhares de anos, reverenciado por diversos povos antigos que acreditavam na presença de forças místicas e malignas, considerando-o uma ponte para outros mundos. No topo da montanha, que se estende por uma área de 6 quilômetros quadrados, encontram-se muitas pedras “Seid“, consideradas sagradas pelo povo indígena Sami, que habitou a região por centenas de anos, enxergando o local como um centro religioso dos xamãs.

Os Sami acreditavam que cada xamã possuía sua própria pedra e que, após a morte, o espírito permanecia no local. Mulheres e crianças eram proibidas de frequentar esses lugares, associados a diversos rituais e sacrifícios, incluindo possíveis ritos humanos. Talvez por essas práticas, o local tenha ganhado o nome de “Montanha da Morte“.

Uma outra versão sugere que o nome pode ser atribuído à vitória dos finlandeses sobre a Rússia em 30 de novembro de 1939, durante a Guerra de Inverno, três meses após o início da Segunda Guerra Mundial, marcando um revés para Stalin e seu exército, que enfrentou três soldados russos para cada finlandês em campo.

Desde tempos imemoriais, o povo Sami, também conhecido como lapões na antiga Rússia, era reconhecido por sua prática de feitiçaria e xamanismo. Segundo alguns pesquisadores, a origem da palavra “seid” remonta aos antigos povos nórdicos, significando magia ou bruxaria. Nas lendas celtas, “seids” eram elfos que haviam transcendido para outro mundo mágico através de um portal invisível, localizado numa montanha. Além disso, na antiga Escandinávia, a palavra também denotava “conhecimento oculto” e tinha vínculos com o Deus Odin.

Uma fonte de intriga reside na “escada para o céu”, composta por treze degraus esculpidos na pedra, culminando em um precipício. Antigos manuscritos preservados em um mosteiro da região relatam que, no topo da escada, existia um trono esculpido em um único bloco de pedra, que ao longo dos anos caiu da montanha. Contudo, os monges guardiões desses registros não fornecem detalhes mais específicos sobre a origem e a criação dessas enigmáticas pedras.

Diversas versões circulam sobre a origem das pedras, incluindo teorias sobre como foram criadas e dispostas sobre pedestais. Cientistas que pesquisaram a região não encontraram evidências que sugerissem que muitas dessas pedras fossem criações do povo Sami. Alguns argumentam que os Sami não possuíam a tecnologia necessária para realizar tal obra, sugerindo que o trabalho poderia ser atribuído a uma civilização mais avançada que existiu anteriormente. Contudo, a maioria concorda que essas rochas são, definitivamente, formações naturais.

O degelo dos glaciares é conhecido por esculpir formas surpreendentes e por conferir às rochas uma aparência única e incomum. O mistério em torno da montanha Vottovaara é ampliado pelo fato de uma divisão da elite SS nazista ter visitado a montanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Não havia instalações militares ou locais estratégicos na região, nem minerais de interesse para Hitler. Supõe-se que eles estavam em busca de artefatos místicos ou procurando comprovar as histórias sobrenaturais associadas ao local.

Artigo publicado originalmente em fevereiro de 2016

Fontes: 1 2 3 4

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