Após a segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos montaram a National Defense Reserve Fleet (NDRF) – uma frota de navios que servem como uma reserva de navios para fins de defesa e emergência nacional. A frota consistia principalmente de navios mercantes, que poderiam ser ativados dentro de 20 a 120 dias para fornecer o transporte durante as emergências nacionais, quer militares ou não militares, tais como crises de navegação comercial.
A NDRF é Administração Marítima do Departamento de Transportes dos Estados Unidos (MARAD). Sendo uma entidade diferente das frotas de reserva da Marinha dos Estados Unidos, que consistem principalmente em navios de guerra.
No seu auge, em 1950, a NDRF tinha 2.277 navios em oito locais de ancoragem: James River, na Virgínia; Beaumont, no Texas; Suisun Bay, na Califórnia; Stony Point, em Nova York; Wilmington, na Carolina do Norte; Mobile, no Alabama; Astoria, no Oregon e em Olympia, em Washington.
Apenas os três primeiros locais, dos oito originais, ainda existem. Os longos anos de abandono e desuso tornaram estes navios, verdadeiras ilhas de sucata, com pinturas descascadas poluindo as águas com metais pesados e produtos químicos perigosos. Em julho de 2007, possuía 230 navios, principalmente navios de carga seca com alguns navios tanque, auxiliares militares e outros tipos. Em janeiro de 2020, o número de navios caiu para 89.
Desde a sua criação, os navios da Reserva Nacional foram usados em sete guerras e situações de crise. Durante a Guerra da Coréia, 540 embarcações foram usadas para mover forças militares. Durante um déficit mundial de cargas marítimas entre 1951 e 1953, mais de 600 navios foram usados para transportar carvão para a Europa do Norte e grãos para a Índia.
De 1955 até 1964, 600 navios foram usados para armazenar grãos para o Departamento de Agricultura. Outros 223 navios de carga e outros 29 navios foram ativados durante um déficit de cargas após o Canal de Suez ser fechado em 1956. Durante a crise de Berlim de 1961, 18 navios foram mobilizados e permaneceram em serviço até 1970. Outras 172 embarcações foram usadas na Guerra do Vietnã.
Em 1976, a NDRF foi incorporada com a Ready Reserve Fleet (RFF) para emergências militares. Em agosto de 1990, 78 navios foram mobilizados para apoiar as operações Tempestade no Deserto durante a Guerra do Golfo. Entre agosto de 1990 e abril de 1991, os navios transportaram 750.000 toneladas de carga seca, que era de um quinto da carga seca total usadas durante o conflito.
Em 2005, foram utilizados cinco navios da RRF e quatro da NDRF para operações de socorro as vítimas dos furacões Katrina e Rita. Quando um terremoto devastador atingiu o Haiti em janeiro de 2010, seis navios foram mobilizados como parte dos esforços de ajuda. No furacão Sandy também foi usado um navio da RRF, e dois navios de treinamento NDRF.
Ao longo dos anos, a MARAD deu fim a navios obsoletos, enviando-os para o ferro-velho para reciclagem ou afundando-os para uso como recifes artificiais, como o navio Kittiwake, que foi afundado perto das Ilhas Cayman. Uma das mais afetadas foi a Frota Reserva, ancorada em Suisun Bay, na Califórnia.
Os navios estão poluindo a baía, o que é um risco ambiental os para peixes e animais selvagens, devido o materiais tóxicos contido na tinta e na ferrugem dos navios. A MARAD prometeu reduzir a frota de forma gradual, com 25 navios nas piores condições retirados dentro de dois anos e o restante até o outono de 2017.
O embarque nestes navios é estritamente proibido para o público em geral, e conseguir uma licença é uma tarefa bem difícil. Mas o fotógrafo Amy Heiden ganhou acesso aos navios em decomposição antes que alguns deles fossem demolidos, fotografando suas plataformas e conveses.
Artigo publicado originalmente em maio de 2015
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