O que se parece uma entrada de toca de coelho no campo de numa propriedade privada, é na verdade uma humilde entrada para uma grande caverna subterrânea, cujas origens são desconhecidas e envoltas em mistérios. Acredita-se que as cavernas de Caynton, a oeste de Caynton Hill, no condado de Shropshire na Inglaterra foram cavadas no final do século 18.
Uma lenda popular as associam a Ordem dos Cavaleiros Templários, um ordem militar de cavalaria fundada do século 12, com o objetivo inicial de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação pelos perigosos caminhos a Jerusalém após a sua conquista. Seus membros faziam voto de pobreza e castidade para se tornarem monges, usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e seu símbolo era um cavalo montado por dois cavaleiros. Andavam fortemente armados e tinham certos privilégios legais, e contavam com o apoio da Igreja Católica.
Apesar dos votos individuais de pobreza, a ordem se tornou possuidora de grande riqueza e poder, especialmente durante as Cruzadas, quando receberam doações de dinheiro, terras e até negócios de nobres europeus. Em 1095, o papa Urbano 2º prometeu aos cavaleiros da Europa perdão por seus pecados se eles aderissem à cruzada para reconquistar Jerusalém para os cristãos. A ordem foi dissolvida em 1312 pelo papa Clemente. O súbito desaparecimento da maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a especulações e lendas, que mantêm o nomes dos templários vivo até os dias atuais, e as Cavernas de Caynton são uma delas.
Embora as origens das cavernas sejam desconhecidas, é improvável que tenham mais de duzentos anos, quase meio milênio após as dissolução da ordem templária. Uma possível explicação é que as cavernas foram o resultado da extração de pedras durante o século 19, e foram então transformadas pelos proprietários das terras em uma gruta. As cavernas ficam a menos de um metro abaixo do solo, e compreendem uma série de passagens neo-românicas com 1.8 metros de altura e câmaras cavadas em arenito com arcadas esculpidas, pilares, símbolos e nichos aparentemente para a colocação de velas. Algumas câmaras são tão baixas em altura que só é acessível se entrar agachado.
O local se localiza em terras privadas e não são aberto ao público. Entretanto, desde os anos 80, as cavernas foram usadas para cerimônias secretas e rituais informais. Elas foram vandalizadas e suas entradas foram lacradas em 2012, para impedir o acesso de vândalos e praticantes de magia negra. Mais tarde, suas entradas foram desbloqueadas e Michael Scott, um fotógrafo inglês teve acesso ao seu interior e desde então as Cavernas de Caynton tem recebido ampla divulgação por parte da imprensa.
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