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Bungin Island, a ilha que as cabras precisam comer papel e plásticos

A Indonésia é um país localizado entre o Sudeste Asiático e a Austrália, sendo o maior arquipélago do mundo, com um total de 17.508 ilhas e estimasse que 6.000 delas, sejam habitadas. Entre essas ilhas habitadas, há uma que se destoa de todas as outras, que de tão densamente povoada, é considerada uma das ilhas mais populosa do mundo.

Estamos falando da ilha de Bungin que se localiza no Mar do Oeste de Sumbawa, Província de West Nusa Tenggara , que tem uma população de 5.025 habitantes, numa área de cerca de 1,5 quilômetros quadrados, sendo uma densidade de 4.500 pessoas por quilômetro quadrado. A aldeia na ilha é uma das oito aldeias que compõem o Distrito de Alas. Nesta ilha, as árvores são raras e não existem praias ou espaço de terra livre, sendo tudo tomado por casas simples ou palafitas. Único lugar que ainda se pode dizer que tem um pouco de terra crua e vegetação é a mesquita local.

Os moradores raramente saem da ilha, e há pessoas que nunca colocaram os pés no continente, apesar de existir uma passagem de terra, construída para ligar a ilha ao continente. Devido a terra limitada, algumas famílias são forçadas a viver sob o mesmo teto, tendo algumas 12 pessoas morando numa mesma casa. As cabras como não tem o que comer, acabam se alimentando de papel e plásticos.

A situação da ilha é tão crítica que os anciões tiveram que criar regras para que as pessoas possam continuar morando na ilha. Uma delas é o casal que queira se casar, terá que erguer antes, um terreno com pedras de coral, retirados do fundo do mar a cerca de 20 minutos da ilha e transportadas de barco, que servirá de fundação, para a futura casa ou palafita. Há também todo um ritual para se construir a casa, chamado Nangun Ruma, que significa “construção de uma casa”, que consiste de orações e bênçãos dos anciões, e sem esse procedimento, estão proibidos de viverem juntos. Em média, 100 novas casas são construídas na ilha a cada ano.

A maioria da população são Sama-Bajau, uma subdivisão do povo Bajau, mas conhecidos como nômades do mar ou ciganos do mar, que costumam morar em seus barcos ou em palafitas construídas nas baías de água salgadas. Esta tradição está mudando rapidamente entre os mais jovens, que ao casarem estão mais propensos a construírem uma casa em terra firme. O número de bajau que nascem e vivem exclusivamente no mar está diminuindo ano após ano.

São considerados pessoas pacíficas, hospitaleiras e alegres, apesar de suas circunstâncias humildes. Desde os primeiros anos, as crianças de Bungin são introduzidas ao mundo aquático numa cerimônia chamada Madutai Toyah. Precocemente, às crianças são levadas por um ancião da aldeia ao alto mar e por dois ou três dias, terão que enfrentar o balanço das ondas e receberão instruções de como sobreviver no mar. Aprendem a nadar e a mergulhar sem a supervisão dos pais e com a idade de 10 anos, já são capazes de mergulhar atrás de peixes, crustáceos e moluscos para venderem.

De acordo com a história local, a ilha foi habitada inicialmente por uma pessoa de nome Palema Mayu que veio para a ilha em 1812, fugindo da erupção do vulcão Tambora. Naquela época, a ilha era vazia, com árvores, mangues e rodeada de praias tranquilas com areia branca e coqueiros.

Fontes: 1 2 3

“Aprenda com o ontem, viva para o hoje, acredite no amanhã. O importante é não parar de questionar!”. – Albert Einstein

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