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Car Orko, a parede das pegadas dos dinossauros

A região de Cal Orko, localizada a cinco quilômetros do centro de Sucre, na Bolívia, é uma laje de calcário imponente de 1,5 quilômetros de comprimento e mais de 100 metros de altura e que abriga a maior coleções de pegadas de dinossauros do mundo, contendo pegadas de diversos tipos diferentes de dinossauros que viveram há cerca de 80 milhões de anos.

Esses pontos, traços e buracos parecidos com gigantescas pegadas de cavalos não são desenhos aleatórios: são sinais que explicam a vida durante o período Cretáceo. São 5.055 pegadas individuas de dinossauros distribuídas ao longo da laje – e, entre elas, estão as pegadas com 367 metros de comprimento de um filhote de Tyrannosaurus rex apelidado de “Johnny Walker”.

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Crédito da foto

Ao longo de décadas de investigações minuciosas, especialistas conseguiram identificar 462 trilhas individuais deixadas por pelo menos oito espécies diferentes. A Era Cretácea, que começou há 145 milhões de anos e terminou com uma extinção em massa 80 milhões de anos depois, viu a América do Sul se desprender da África e se juntar à América do Norte, fomentando migrações de espécies selvagens.

Curiosamente, a rocha está posicionada em um ângulo de 70° em relação ao solo. Isso ocorre por conta de uma série de fenômenos climáticos e geológicos ocorridos durante milhões de anos. As criaturas afundavam seus pés na terra macia quando o clima estava úmido e quente, deixando marcas que se solidificariam mais tarde em períodos de seca. O clima novamente se tornava quente e úmido, selando as pegadas com camadas de lama e sedimentos. Esse processo se repetiu sete vezes e, somado aos movimentos de placas tectônicas, deu a Cal Orko seu aspecto único.

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Mesmo com toda essa riqueza, Cal Orko está situado inteiramente dentro de uma pedreira de calcário de propriedade da FANCESA, a Fábrica Nacional de Cimento da Bolívia, que lança poeira e outros resíduos sobre o local. A própria natureza também “atrapalha” a preservação do local (chuvas e deslocamentos de terra fazem pegadas desaparecerem), mas em troca revela marcas que antes estavam escondidas.

Localizado na formação ‘El Molino’, a visão de máquinas pesadas de mineração (pode-se argumentar que eles são os ‘gigantes terrestres’ de hoje) em um cenário de pegadas de dinossauros de 68 milhões de anos (os ‘gigantes terrestres’ pré-históricos da Terra) cria um paralelo intrigante. É “a interminável dança da conservação e do progresso industrial”.

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Em frente a laje, numa colina, está o Parque Cretácico, um museu inaugurado em 2006. O museu dispõe de 24 réplicas em tamanho natural de dinossauros, várias exposições e uma plataforma de observação a 150 metros a partir da superfície da rocha. É a partir deste ponto de vista que você realmente compreender a escala e magnitude de Cal Orko.

Cal Orko é um dos poucos locais no mundo onde você encontrará uma concentração de pegadas de uma grande variedade de dinossauros que viveram no final do período Cretáceo. O tamanho, a importância geológica, a biodiversidade e o comportamento social que podem ser estudados aqui fazem de Cal Orko um lugar especial.

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Artigo publicado originalmente em junho de 2015

Fonte: 1 2

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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