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Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

A enguia pelicano (Eurypharynx pelecanoides) é um peixe abissal raramente visto por seres humanos, embora ocasionalmente sejam capturados pelas redes de pesca. É um peixe parecido com uma enguia e o único membro conhecido da gênero Eurypharynx. Também é conhecido pelos nomes como peixe pelicanoenguia-de-guleira ou peixe boca de guarda chuva, podendo ser encontrado nas áreas temperadas e tropicais de todos os oceanos, numa profundidade entre 500 a 3000 metros.

Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

A característica mais notável da enguia pelicano é sua enorme boca, que é muito maior que seu corpo. A boca é frouxamente articulada e pode ser aberta o suficiente para engolir um peixe maior do que a própria enguia. A mandíbula inferior em forma de bolsa lembra a de um pelicano, daí seu nome.

Tal mandíbula é articulada na base da cabeça, sem massa corporal por trás, fazendo com que a cabeça pareça desproporcionalmente grande. Essa espécie tem o corpo negro e algumas subespécies podem ter uma fina faixa branca na lateral. Como muitas criaturas de águas profundas, a enguia pelicano têm áreas do corpo com fotóforos (órgão biológico que emite luz) – ao longo da barbatana dorsal e na cauda.

Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

A enguia pelicano é muito diferente na aparência para a maioria das outras espécies de enguias. O que a torna tão diferente de outros peixes, não é tanto o que tem, mas o que não tem. A enguia pelicano não têm barbatanas pélvicas, bexiga natatórias, nadadeiras e escamas. Seu esqueleto consiste em vários ossos deformados e cartilagens leves. Seus segmentos musculares têm uma forma em “V”, enquanto outros peixes têm segmentos musculares em forma de “W”. Ao contrário de muitas outras criaturas do fundo do mar, a enguia tem olhos pequenos.

Acredita-se que seus olhos evoluíram para detectar leves traços de luz em vez de formar imagens. A enguia pelicano também tem uma cauda muito longa e semelhante a um chicote. A enguia usa a cauda para se movimentar, e espécies capturadas trazidas a superfície por redes de pesca são conhecidas por terem longas caudas ligadas por vários nós, chegando a medir oitenta centímetros.

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No final de sua cauda, têm um órgão complexo com numerosos tentáculos, que brilha em tons rosados e emitem ocasionalmente clarões vermelho vivo. Esta é presumivelmente uma atração para atrair suas presas, embora sua presença na extremidade do corpo, longe de sua boca sugeri que a enguia pode ter que adotar uma postura incomum para usá-la efetivamente.

O estômago pode esticar e expandir para acomodar grandes refeições, embora a análise do conteúdo do estômago sugira que eles comam principalmente pequenos crustáceos. Apesar do grande tamanho das mandíbulas, que ocupam cerca de um quarto do comprimento do animal, ele possui apenas dentes pequenos, o que não seria consistente com uma dieta regular de peixes grandes.

Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

A boca grande pode ser uma adaptação para permitir que a enguia coma uma variedade maior de presas quando a comida é escassa. Também pode ser usado como uma grande rede. A enguia pode nadar em grandes grupos de camarões ou outros crustáceos com a boca aberta, recolhendo-os ao longo do caminho. Quando se alimenta, a água ingerida é expelida pelas brânquias.

Devido às profundidades extremas em que vive, a maior parte do que se sabe sobre a enguia vem de espécimes que são inadvertidamente capturadas em redes de pesca em alto-mar. Embora considerada uma espécie puramente de profundidade, desde 1970, centenas de espécimes foram capturadas por pescadores, principalmente no Oceano Atlântico.

Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

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Enguia pelicano, o bizarro peixe das profundezas

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Abaixo um vídeo de um Eurypharynx pelecanoides avistado pela equipe de exploradores da Nautilus em águas profundas no Havaí.

Fontes: 1 2 3

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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