Em meio às histórias intrigantes das maravilhas do mundo, destaca-se o Bell Rock, um notável farol erguido nas águas desafiadoras ao largo da costa escocesa, no Mar do Norte. Esta obra de engenharia audaciosa e deslumbrante é um miradouro tranquilo que encanta os curiosos, oferecendo uma oportunidade única para capturar em fotografias a natureza extraordinária de sua construção e localização.
Localizado a cerca de 18 quilômetros mar adentro, o Farol de Bell Rock, com seus imponentes 35 metros de altura, é o segundo farol mais antigo do mundo construído em alto-mar, sendo precedido apenas pelo Farol de Córdoba, na França, erguido em 1611.
A intrigante escolha de construir um farol no meio do mar tem raízes em Bell Rock, também conhecido como Inchcape, um recife perigoso próximo à costa leste da Escócia, a cerca de 18 km de Arbroath, no condado de Angus. Esta rocha, muitas vezes submersa a cinco metros de profundidade durante as marés altas, representava uma ameaça significativa para os marinheiros, resultando em numerosos acidentes navais ao longo da história.
A história remonta ao século XV, quando o abade de Arbroath instalou um sino na rocha para alertar as embarcações sobre a perigosa ameaça. No entanto, o sino foi repetidamente roubado, levando à denominação “Bell Rock”. Somente após o trágico naufrágio do navio de guerra, HMS York, em 1804, que resultou na morte de 491 pessoas, o projeto do farol foi finalmente aprovado.
O engenheiro Robert Stevenson propôs a construção do farol em Bell Rock, contando com a expertise do construtor John Rennie. A dificuldade da empreitada foi acentuada pelas fortes marés, permitindo apenas duas horas de trabalho por dia. A construção, iniciada em 1807, exigiu um esforço hercúleo para nivelar o terreno. O Farol de Bell Rock foi oficialmente lançado em 1808, com a conclusão ocorrendo em outubro de 1810. Em fevereiro de 1811, ele foi iluminado pela primeira vez.
Com 35 metros de altura, equipado com 24 refletores de 64 cm de diâmetro, o Farol de Bell Rock destacou-se por sua robustez e design inovador, apresentando um efeito de luz giratória, o primeiro na Escócia. Automatizado em 1988, o farol deixou de ser habitado, sendo controlado remotamente de Edimburgo.
Embora a construção tenha sido liderada por Stevenson, a polêmica em torno da contribuição de Rennie persiste. Após a conclusão, Rennie percebeu que Stevenson recebeu todo o crédito. A disputa continuou mesmo após a morte de Stevenson em 1850, com a família mantendo sua versão. Somente em 1814, Rennie reconheceu que Stevenson foi creditado indevidamente. A complexa trama envolvendo os dois engenheiros adiciona um toque intrigante à história do Farol de Bell Rock, uma façanha de engenharia que permanece como testemunho de perseverança e visão.
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