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Fort Alexander, a fortaleza da peste

Fort Alexander I, ou Plague Fort, é uma fortaleza construída sobre uma ilha artificial no Golfo da Finlândia, no Mar Báltico, próximo as cidades de São Petersburgo e Kronstadt. Desde a fundação de São Petersburgo, em 1703, o Golfo da Finlândia foi de importância estratégica para a Rússia. Czar Pedro I iniciou a construção de fortalezas no golfo, para defender a cidade que foi a antiga capital russa e atualmente é a segunda maior cidade do país e durante os três séculos seguintes, a Rússia continuou a construção dessas fortalezas, sendo construídas em torno de 40 delas, nas ilhas e margens sul e norte do golfo.

Fort Alexander I foi construído entre 1838 e 1845, após czar Nicholas I aprovar o projeto e feito sob a supervisão do engenheiro russo, de origem francesa Moris Gugovich Destrem (Jean Antoine Maurice) e de Mikhail Von Der Veide, sobre a ilhota de Kotlin, no meio do golfo, a uma distância de cerca de 30 quilômetros de São Petersburgo. Foi construído sobre 5535 estacas de 12 metros de comprimento cada, cravadas no leito do mar para reforçar a fundação e em seguida coberto com uma camada de areia, uma camada de blocos de betão, e uma camada de lajes de granito.

É um edifício oval de três andares, com um grande pátio no centro, medindo 90 metros de comprimento por 60 metros de largura. O forte era grande o suficiente para manter até 1.000 soldados, tendo 103 portas de canhões, com espaço adicional no telhado para 34 armas, e foi nomeado para homenagear o pai de Nicholas I. A construção deste forte tornou-se exemplo para os engenheiros russos, e estruturas similares foram feitos na América e na França, como Fort Boyard.

Embora o forte nunca tenha participado de qualquer ação militar, ele desempenhou um papel importante na Guerra da Criméia, quando frotas inglesas e francesas adentraram no golfo, mas a linha de defesa constituídas por minas marítimas e pelas fortalezas, persuadiu a não atacarem a frota russa baseada em Kronstadt, bem como a capital russa. No entanto, na virada do século 20, o forte se tornou obsoleto e perdeu a sua importância em termos de defesa contra o poder da artilharia moderna.

Eram trazidos animais exóticos, como camelos e renas para servirem de cobaias na criação de vacinas contra as pestes | Crédito foto

Em 1897, o St. Petersburg Institute of Experimental Medicine, converteu o forte em um laboratório para pesquisas sobre doenças mortais, como a cólera, tétano, tifo, escarlatina, infecções por estafilococos e estreptococos, que eram muito difundidas naqueles tempos.

Foi de vital importância nos estudos da bactéria Yersinia pestis que causa a peste bubônica, mas conhecida como a Peste Negra, que assolou a Europa durante o século 14 e dizimou 75 milhões de pessoas (mais ou menos um terço da população europeia) e isso deu ao forte seu apelido de Forte das Pestes/Pragas (Chumnoy Fort). Sua localização era perfeita, próximo a capital russa e poderia ser usada como quarentena em caso de emergência.

A autópsia sendo feita em um camelo | Crédito foto

Após a tomada comunista em 1917, o laboratório foi fechado e o forte entregue à Marinha russa. As instalações se converteram em armazéns e oficinas da Marinha, até serem abandonadas em 1983. No final de 1990 e início de 2000, Fort Alexander tornou-se um lugar para festas particulares, raves e discotecas. Desde 2005, o forte é gerido pela administração do centro de conferências presidenciais, conhecido como Palácio de Constantino em Strelna, sendo uma atração turística desde então.

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Fontes: 1 2 3 4

“Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia.” – William Shakespeare

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