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Hotel del Salto, na cascata dos suicidas

Próximo a cidade de Soacha, no Departamento de Cundinamarca, a cerca de 30 quilômetros ao sudoeste de Bogotá, na Colômbia, o Salto del Tequendama ou Cascata dos Suicidas como é conhecida localmente, é uma impressionante cascata de 185 metros de altura que, após percorrer 100 quilômetros pelo planalto Cundiboyacense, o rio Bogotá, cai sobre um abismo rochoso, que os moradores chamam de lago da morte (Lake of the Dead).

A beleza da imponente queda d’água atrai milhares de turistas à região, mas paira no lugar, uma névoa de maldito, de assombrado, onde forças ocultas influenciam através dos espíritos que o habitam.  Devido aos suicídios que no passado, eram constantes, quase um por dia, o governo colombiano, disponibilizou por anos, policiais guardando o lugar e espalhou placas pelo local, orientando as pessoas a buscarem a solução de seus problemas de outras formas.

Hotel del Salto, na cascata dos suicidas

Segundo uma antiga lenda do povo muisca, a cachoeira se formou pela ação divina de Bochica, que quebrou a rocha para escoar as águas que inundavam a savana de Bogotá. Alguns estudiosos acreditam que isso pode não ser apenas uma lenda, pois há indícios que mostram que este fenômeno pode ter ocorrido de verdade. Mas por ação da natureza, e não divina! Uma outra lenda diz que, durante a época em que os conquistadores espanhóis invadiram a América do Sul, o povo indígena da região, para escapar da escravidão, pulavam do Salto del Tequendama e se transformavam em águias que voavam para sua liberdade.

Na década de 30, ocorreu a quebra da bolsa de valores dos Estados Unidos, época conhecida como a  Grande Depressão, o que arruinou os produtores de café de toda a América Latina, com a ajuda também das duas grandes guerras mundiais. Tais acontecimentos fez muitas pessoas se suicidarem, se jogando da cascata, e os suicídios trouxeram ao lugar a fama de amaldiçoado. Mado Martinez, um escrito espanhol em seu livro “Colômbia Supernatural“, relata várias histórias de mortes e assombrações do lugar. Entre elas, a da morte de uma freira, que caiu acidentalmente tentando retirar uma cabra do rio e do suicídio de Maria Prieto de 18 anos, por não ter seu amor correspondido, entre outras.

Hotel del Salto, na cascata dos suicidas

O Hotel del Salto, é uma antiga mansão com cinco níveis e 1.480 metros quadrados, transformada num luxuoso hotel situado na beira de um penhasco, bem diante da queda d’água. A mansão, cuja construção iniciou-se em 1923 e concluído em 1928, foi construída por uma empresa alemã, e recebia os viajantes ricaços que visitavam a região e, por causa de sua localização, proporcionava aos seus convidados uma vista simplesmente espetacular e de tirar o fôlego!

O arquiteto responsável pelo seu projeto foi Carlos Arturo Tapias e ele o fez como um símbolo da alegria e da elegância dos cidadãos de elite dos anos 20. O exterior do prédio tem características da arquitetura francesa e a única maneira de chegar à mansão era através de um trem que partia da capital colombiana. A obra era iniciativa do presidente do país na época, Pedro Nel Ospina, que tinha a intenção de criar uma estação ferroviária, mas que no fim acabou sendo o Hotel El Refugio del Salto, que funcionou por um tempo e depois fechado e abandonado por anos, e no início da década de 50, foi vendido a mansão reconstruída e novamente transformada em um hotel.

Hotel del Salto, na cascata dos suicidas

Porém, nas próximas décadas, houve um crescimento desordenado da capital colombiana, o que provocou a contaminação do Rio Bogotá e seus afluentes e fez com que muitos dos atrativos naturais da área da cachoeira perdessem sua beleza. Com isso, os turistas foram perdendo o interesse pela região, culminando novamente, com o fechamento do belo hotel no início da década de 90, e assim abandonado por muitos anos. Com seu visual supernatural e o fato de que no passado muitas pessoas escolhiam aquele ponto para cometerem suicídio alimentou os rumores de que o Hotel Del Salto era mal-assombrado!

Hotel del Salto, na cascata dos suicidas

Em 2013, o Instituto de Ciências Naturais da Universidade Nacional da Colômbia e a Ecological Farm Foundation of Porvenir se uniram num projeto de renovação da área e foram os responsáveis em transformar o hotel abandonado no museu Casa Museo del Salto del Tequendama, onde se realizam exposições e palestras sobre ecossistemas, natureza e ecologia e também sobre a restauração do antigo hotel, inspirados no Museu Nacional do Rio de Janeiro, que apresenta aos visitantes a evolução da restauração e encorajando os visitantes a apoiar os trabalhos!

Há anos, o grupo está trabalhando para recuperar a fauna e a flora ao redor do rio Bogotá, e a recuperação do hotel é o símbolo de tal processo. Atualmente, o edifício é de propriedade de Maria Victoria White, veterinária e diretora executiva da Fundación El Porvenir, que busca constantemente apoio financeiro para que o lugar continue sendo um museu.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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