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Linesville, onde os patos caminham sobre peixes

No passado às pessoas jogavam um pedaço de carne e se divertiam vendo os animais lutarem por ele. No velho oeste americano, os homens faziam isso com seus cães sentados ao redor de uma fogueira. Hoje em dia, às pessoas em Linesville, condado de Crawford, Pensilvânia nos Estados Unidos fazem isso, jogando pão para os peixes no vertedouro do reservatório de Pymatuning.

Tal reservatório foi construído onde anos atrás, havia um imenso pântano e o Rio Shenango fluía deste antigo pântano. Em meados dos anos 1800, os agricultores da região descobriram que poderiam plantar cebolas no solo úmido e rico em nutrientes, mas em 1913, uma devastadora inundação atingiu o vale do Shenango, causando enormes prejuízos e matando pessoas, fazendo os moradores pedirem ajuda ao governo do estado.

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Em 1934, um reservatório foi construído para fornecer uma fonte consistente de água e um eficaz controle às inundações que atingiam as comunidades ao longo do rio Shenango e rio Beaver, regulando o fluxo de água e transformando se um santuário à vida selvagem. Um grande vertedouro de concreto também foi construído para permitir a regulação independente das águas no reservatório superior com o reservatório abaixo.

O fluxo de água ao vertedouro traz uma quantidade constante de alimentos naturais na área, incluindo material vegetal, larvas de insetos, lagostins e outros invertebrados, atraindo um grande número de peixes para esta estrutura. Assim que este fenômeno foi descoberto pelo público, o Pymatuning State Park e o vertedouro, conhecido como “a tigela”, tornou-se uma atração turística, atraindo milhares de visitantes a cada verão para a pequena cidade de Linesville com uma população de cerca de 1.100 pessoas, tornando-se o segundo destino turístico mais popular da Pensilvânia, ficando atrás apenas do histórico Liberty Bell, o Sino da Liberdade, exposto na Filadélfia, símbolo da Revolução Americana.

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Milhares de enormes carpas se reúnem na borda do vertedouro, contorcendo-se com a boca aberta esperando para receber os pedaços de pães que os turistas jogam na água. A frenética cena de alimentação tem sido descrita por alguns como “feia” e “temível”, porque dizem: “Se você jogar uma criança lá dentro, os peixes as comeriam“.

Às vezes a quantidade de peixes é tão grande que os patos selvagens, competindo por um pedaço de comida, podem facilmente saltar e andar sobre as costas dos peixes para abocanhar um pedaço de pão. No passado, o vertedouro não tinha uma grade de proteção sob suas águas e apesar de não haver registros de vítimas, algumas pessoas caíram nele. Há relatos também de uma criança que caiu, mas acabou ficando em cima das carpas e salva em seguida.

A crescente população de carpas no reservatório se tornou tão alarmante que em 1936, dois anos após a inauguração do reservatório, a Board of Fish Commissioners, um órgão responsável sobre os peixes iniciou um projeto que usavam caminhões para remover as carpas para outros lugares e desde então, o número de peixes é controlado. Em 1994, iniciou-se um campeonato de pesca anual que premiava a equipe que pescasse a maior quantidade de carpas durante um determinado período de tempo. Esses peixes então eram doados ao zoológico local para servir de comida aos animais e também enviados para outras regiões do estado com o mesmo fim.

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Mesmo com tudo isso, a carpa ainda continua sendo uma ameaça aos outros tipos de peixes no reservatório. As carpas também estavam atraindo um grande número de gansos canadenses para as praias do parque estadual. Os visitantes começaram a reclamar sobre as condições das praias e acampamentos devido à matéria fecal dos gansos. Depois de algumas pesquisas, descobriu-se que os gansos eram atraídos para as toneladas e mais toneladas de pão jogados no vertedouro para as carpas.

O ritual de atirar pedaços de pão está preocupando os ambientalistas, porque o pão e outros itens alimentícios, como donuts, pipoca, bolos e bagels que às pessoas jogam no vertedouro não são saudáveis aos peixes e eleva o nível de fósforo na água, substância que é adicionado como conservante em muitos tipos de pães.

Essa substância pode prejudicar o delicado equilíbrio que a vida selvagem precisa para sobreviver em um ambiente natural. Níveis elevados de fósforo, segundo os ecologistas, podem causar o florescimento de algas tóxicas, má qualidade e baixos níveis de oxigênio na água.

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Em 2008, o Departamento da Conservação e dos Recursos Naturais quiseram banir a prática de jogar pão às carpas. No entanto, dado o valor cultural, histórico e turístico do vertedouro, a proibição não foi adiante. Na área, há lojas que vendem cinco pães por três dólares. Um estudo local constatou que os turistas alimentam os peixes com uma média de 2,4 quilos de pão por visitante.

O lugar atrai 500.000 visitantes por ano. A atração é tão importante para a região, que o slogan na placa da entrada da cidade diz: “Onde os patos caminham sobre os peixes.” O departamento local dos bombeiros e o órgão responsável pelo saneamento público usam logotipos com o desenho de um pato de pé sobre a parte de trás de um peixe.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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