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O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

Em média, um pneu de um carro percorre 32 mil quilômetros antes de precisar ser substituído. Devido ao grande volume de pneus descartados e a dificuldade na coleta, bem como os altos custos na operação de reciclagem, muitos destes pneus acabam sendo abandonados na natureza, gerando uma série de problemas, que vão desde a poluição do meio ambiente ou servindo de ninho para o mosquito Aedes Aegypti. Este tipo de prática é ilegal na Europa e desde 2003, a União Europeia proíbe o despejo de pneus em aterros, devendo ser incinerados ou reciclados.

Estados Unidos, Índia, Paquistão, China acabam se livrando deles, exportando os pneus velhos para o Kuwait, que os depositam em imensos aterros no deserto. Um deles na região de Sulaibiya, a cerca de 30 quilômetros da Capital do Kuwait, capital do país, acabou se tornando o maior depósito de pneus do mundo, tão grande que é visível a partir do espaço. Estimasse que já tenha mais de nove milhões de pneus acumulados nas areias de Sulaibiya e como para a empresa que gerencia o aterro, o negócio é lucrativo, quatro delas que operam no lugar, precisam escavar novos buracos para as demandas futuras.

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

Pneus descartados estão entre as maiores e problemáticas fontes de resíduos, devido ao grande volume produzido, a sua durabilidade, e o fato de que eles contêm uma série de componentes que são prejudiciais para o meio ambiente. Durante os anos 1980 e 1990, 259 milhões de pneus foram descartados todos os anos. No ano de 2000-2001, os Estados Unidos e países da União Europeia descartaram 5 milhões de toneladas de pneus, o equivalente a um pneu de automóvel por pessoa. Um quarto desse número acabam em aterros sanitários. Outros são reciclados, queimado como combustível ou recauchutados e exportados para países da Europa Oriental, África e América Latina. Num certo momento, o estado da Flórida tentou criar um recife artificial com pneus descartados. O projeto falhou terrivelmente e desde então se tornou um pesadelo ambiental que vai custar milhões de dólares para corrigir.

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

Os materiais dos pneus reciclados podem ser usados para uma variedade de fins, como parques infantis, proteção em pistas de corrida, campos desportivos, arenas equestres e na fabricação de chinelos e artesanatos. Podem também ser usados na construção de estruturas resistentes a inundações e, na construção de estradas. Os especialistas afirmam que as estradas de borracha requerem menos manutenção e ainda permitem drenagem – para além da poupança de dinheiro.

Nos EUA foram construídas estradas de borracha na década de 1960, existindo hoje mais de 32 mil quilômetros de estrada feitas de pneus reciclados. As estradas de borracha também são muito populares na China, Espanha e na Alemanha. A técnica reduz ainda o ruído do tráfego em cerca de 25%. Se os pneus descartados estiverem em boas condições, eles podem reformados e colocados de volta na estrada, como remanufaturados, diminuindo os valores de compra. Uma grande porcentagem dos pneus fora de uso são simplesmente queimados, usados como combustível em fornos. O valor calorífico dos pneus excede a do carvão, enquanto que o teor de enxofre está na mesma ordem de grandeza ou mesmo inferior, tornando-os um excelente substituto para o carvão.

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

O acumulo de pneus em aterros como no Kuwait, é provavelmente o menos desejado por todos os países, porque ocupam grande espaço e pneus acumulados também podem produzir gases metano que podem ocasionar incêndio graves, como ocorreu em abril de 2012, onde um grande incêndio no aterro de Sulaibiya, produziu uma densa nuvem de fumaça negra, com a queima de 500.000 pneus.

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait

O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait
Imagem tirada em 2012
O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait
Em 2015, é visível o aumento do cemitério de pneus
O cemitério de pneus em Sulaibiya no Kuwait
Incêndio de parte do cemitério em 2012, onde 500.000 pneus se incendiaram, gerando uma espessa nuvem negra

Fontes: 1 2 3

“Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem)

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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