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Malé: A cidade no meio do Oceano Índico

Malé, a capital das Maldivas no Oceano Índico, é uma ilha movimentada e culturalmente rica, destacando-se por suas praias de areia branca, recifes de corais e vibrante vida marinha.
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A República das Maldivas, um país insular no Oceano Índico ao sudoeste do Sri Lanka e da Índia, é composta por 1.990 ilhas de corais, das quais 203 são habitadas, abrigando uma população de 314 mil habitantes. Os idiomas oficiais são o inglês e o Dhivehi. Essas ilhas estão agrupadas em 26 atóis, cada um nomeado com uma ou duas letras da escrita thaana. As temperaturas, mantendo-se entre 26°C e 30°C durante todo o ano, proporcionam um clima tropical.

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O país apresenta duas estações bem definidas: a alta temporada, de dezembro a abril, caracterizada por chuvas menos frequentes e dias mais longos; e a baixa temporada, de maio a novembro, com maior umidade e maior probabilidade de chuvas. A altitude média das ilhas é de apenas 1,5 metros acima do nível do mar, sendo o ponto mais elevado encontrado na ilha de Villingili, atingindo meros 2,3 metros. A baixa altitude torna as Maldivas um dos países mais suscetíveis ao aumento do nível do mar, gerando preocupações quanto ao possível desaparecimento de grande parte das ilhas nas próximas décadas, especialmente em face das mudanças climáticas globais.

O Islã é a religião predominante nas Maldivas, sendo introduzido no país em 1153, quando o cristianismo foi proibido. Atualmente, os poucos cristãos remanescentes se reúnem secretamente em suas casas. As primeiras comunidades nas ilhas eram budistas, até que em 1153, os muçulmanos conquistaram as Maldivas. A história do país inclui períodos de colonização por potências europeias, como Portugal (1558), Holanda (1654) e Grã-Bretanha (1887).

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Em 1953, houve uma tentativa de estabelecer uma república, mas poucos meses depois, o sultanato foi restaurado. A independência foi conquistada em 1965 e, três anos mais tarde, a república foi reinstaurada. Ao longo dos 38 anos como república, o país teve apenas dois presidentes.

Embora as Maldivas possuam inúmeras praias deslumbrantes, o traje permitido para banhos é a bermuda e camiseta, tanto para homens quanto para mulheres. O uso de biquínis ou calções de banho é restrito a áreas específicas em praias e alguns resorts. A entrada no país com bebidas alcoólicas, carne de porco e artigos religiosos, como bíblias e crucifixos, é proibida, assim como a pornografia. Além disso, ao deixar o país, é proibido levar corais, conchas ou areia na bagagem. Essas restrições refletem as normas e valores culturais das Maldivas.

Malé: A cidade no meio do Oceano Índico

A capital das Maldivas, Malé (pronunciada “Maha-alay”), é a maior cidade do país e seu nome tem origens no sânscrito, significando “casa grande” em referência à residência real. Localizada no extremo sul do Atol Kaafu, Malé tradicionalmente serviu como a ilha onde a antiga dinastia real governava, com o palácio situado nesse local. Atualmente, a cidade é o centro do governo, bem como um hub comercial, empresarial e comercial.

Com uma população de cerca de 80 mil pessoas, correspondendo a aproximadamente um terço da população total do país, Malé incentiva o uso de bicicletas e motos, já que poucos carros circulam na capital. Suas ruas estreitas e movimentadas criam a impressão de que há mais motos do que pessoas. A Majeedee Magu destaca-se como a principal avenida de Malé, repleta de lojas que oferecem uma variedade de produtos. Essas lojas fecham cinco vezes ao dia para a realização das orações islâmicas diárias.

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O mercado de peixes, conhecido como Fish Market, é considerado por muitos como a “alma de Malé”. É o ponto de encontro diário dos pescadores que trazem seus produtos para venda. Além do turismo, a pesca representa a segunda fonte de renda mais significativa das Maldivas.

Malé possui dimensões compactas, estendendo-se por 2 quilômetros de comprimento por 1 quilômetro de largura, ocupando praticamente toda a extensão da ilha e conquistando o título de cidade mais densamente povoada do mundo. Dividida em seis partes, sendo quatro na ilha principal, a quinta parte é representada por Vilingili, uma ilha que já abrigou uma prisão e, atualmente, é procurada como destino de resort. A sexta divisão é Hulhumalé, uma ilha artificial que se tornou cidade em 2004. O governo está em processo de desenvolvimento de outras ilhas artificiais próximas para aliviar a pressão sobre a principal, incluindo o aeroporto localizado em uma ilha adjacente.

Malé: A cidade no meio do Oceano Índico

Malé foi impactada pelo tsunami que atingiu a costa ocidental de Sumatra em 26 de dezembro de 2004, resultando na inundação de dois terços da cidade pelas ondas. Praticamente toda a infraestrutura do país está concentrada em Malé. A água fornecida é dessalinizada através de bombas de salobra com 50-60 metros de profundidade, utilizando o processo de osmose inversa. A geração de energia elétrica é realizada por meio de geradores a diesel.

O esgoto é bombeado para uma central de tratamento, evitando despejo direto no mar. O lixo sólido é transportado para ilhas próximas, onde é utilizado como aterro, e atualmente, a lagoa Thilafushi, em uma ilha próxima, está sendo preenchida dessa maneira. Essas práticas refletem os esforços para gerenciar eficientemente os recursos em uma área tão densamente habitada.

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O Centro Islâmico de Malé, inaugurado em 1984, destaca-se como um marco arquitetônico nas Maldivas. A grande mesquita, conhecida como a Grande Mesquita de Sexta-Feira (Masjid-al-Sultan Muhammad Thakurufaanu-al-A’z’am), é a maior do país, acomodando mais de 5.000 pessoas. Já a mesquita Hukuru Miskiiy é a mais antiga, fundada em 1656 durante o reinado do Sultão Ibrahim Iskandhar I. Construída com coral trabalhado e entalhado com escrita árabe e desenhos ornamentais, suas portas de madeira e as pedras dos túmulos antigos em homenagem aos sultões e nobres também são ricamente entalhadas.

O minarete Munnaaru, erguido em 1675, pertencente à Mesquita Hukuru, já foi a estrutura mais alta de Malé. O som do chamado para a oração emitido pelo minarete ecoa por toda a cidade, orientando os residentes sobre as cinco orações diárias.

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Em frente à Mesquita Hukuru está o Palácio do Sultão, conhecido como Palácio Mulee Aage, construído em 1906 por ordem do Sultão Mohamed Shamsuddeen III para seu filho. Após a deposição do sultão em 1936, o palácio tornou-se propriedade do estado. Com a transformação das Maldivas em república em 1953, o Palácio Mulee Aage tornou-se a residência oficial do presidente. Esses edifícios não apenas refletem a rica herança histórica e cultural do país, mas também desempenham papéis importantes na vida religiosa e política das Maldivas.

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Artigo publicado originalmente em dezembro de 2015

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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