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Mäusebunker, o Bunker do Rato de Berlim

No centro de Berlim, na Alemanha se localiza um edifício de uma arquitetura incomum, com fachadas de concreto aparente, perfurado por longas torres de ventilação em azul, que se projetam em todas as direções como uma espécie de navio de guerra encalhado ou uma espaçonave da série Star War. Este é Mäusebunker, ou “Bunker do Rato”, um antigo laboratório de pesquisa animal em arquitetura brutalista que em algum momento manteve mais de 45.000 camundongos e 20.000 ratos juntos com várias outras espécies de roedores.

Mäusebunker, o Bunker do Rato de Berlim
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Oficialmente o Laboratório Central de Animais da Universidade Livre de Berlim, o Mäusebunker foi construído em 1981 como parte do Instituto de Higiene e Microbiologia. É conectado a este último por meio de um túnel subterrâneo. O prédio de aparência sinistra foi projetado pelo casal Gerd e Magdalena Hänska, inspirados no futurismo e militarismo da Guerra Fria. A construção do laboratório começou em 1971 e teria de ter sido concluído em 1977, se o descontrole no cronograma e falta de recursos não parassem as obras.

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O Mäusebunker foi planejado para parecer uma fortaleza, embora seja mais frequentemente comparado a um navio de guerra por causa de suas paredes inclinadas e dutos de ventilação que se projetam dos lados parecendo canhões. A cobertura é coroada por várias grandes chaminés e, do lado voltado para o Instituto de Higiene e Microbiologia, existem janelas em formado triangular que dão a impressão de uma ponte de comando. O Museu Alemão de Arquitetura (Deutsches Architekturmuseum) em Frankfurt certa vez classificou o laboratório de “o edifício mais sinistro do modernismo alemão do pós-guerra”.

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O uso do prédio é tão estranho quando a aparência ameaçadora do prédio: o Bunker do Rato foi construído pela Universidade Livre para realizar experimentos científicos com animais vivos e como criadouro de animais de laboratório. Por questões de segurança, os laboratórios de teste em animais estão localizados nas profundezas do prédio e são ventilados com tubos de entrada de ar semelhantes a canhões.

Em 2003, o prédio se tornou o Centro de Pesquisa para Medicina Experimental (FEM), e fechado de vez em 2010 e, desde então, se encontra abandonado. Em 2009, alguns técnicos do laboratório morreram de câncer após serem expostos ao amianto utilizado no sistema de ventilação.

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O prédio por muito tempo era criticado como uma monstruosidade e havia planejamento para sua demolição, junto com o prédio do Instituto de Higiene e Microbiologia. Mas, há alguns anos, moradores, arquitetos e outros ativistas lançaram uma campanha contra sua destruição e paralisaram a demolição com sucesso, conseguindo 8.000 assinaturas para a preservação do edifício. Estão sendo feito estudos para reutilizar o prédio em outros fins.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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