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Mercado de las Brujas, o mercado das bruxas de La Paz

Nas ruas Santa Cruz, Calle Jimisez, Illampu, Linares e Sárnaga e outras pequenas e estreitas ruas de paralelepípedos, localizadas na colina de Cumbre, num antigo bairro de La Paz, cidade considerada uma das mais altas do mundo, na Bolívia, se estende um dos mais inusitados mercados do mundo. Trata-se do Mercado das Bruxas (Mercado de las Brujas), ou Mercado de Hechiceria.

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Crédito da foto

Nesse estranho mercado, centenas de lojinhas, uma ao lado da outra,se encontram os mais variados produtos utilizados por curandeiros, bruxas e pessoas ligadas ao ocultismo, tais como: amuletos, talismãs, ervas medicinais, encantos de boa sorte, estatuetas de cerâmica de casais nus, sapos mumificados (para sorte), tartarugas (para longevidade) e bicos de tucanos (para curar doenças e feridas), penas de corujas e todo o tipo de produtos inimagináveis que se pode usar para fazer simpatias, encantos e bruxarias.

Os vendedores também garantem que eles tem remédios naturais para todos os tipos de doenças. Também se pode encontrar souvenirs tradicionais dos Andes, como suéteres de tricô, choupas (casacos de lã de lhama ou alpaca), instrumentos musicais e bijuterias.

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Muitos desses itens são usados em rituais religiosos que honram os espíritos do povo aimará, que habitavam o sul do Peru, Chile, Argentina e Bolívia desde a Era pré-colombiana, povo esse também conhecidos como Quollas ou Kollas. Outros itens bizarros são usados para trazer saúde, amor, inteligência, riqueza e longevidade para a vida das pessoas que acreditam que tais produtos possam fazer algum efeito. Um dos itens mais vendidos em tais lojas, são ervas vindas do Brasil e do Peru que supostamente melhoram a vida sexual.

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Embora uma grande maioria dos bolivianos seja católica, são poucos os que realmente praticam o cristianismo. Em vez disso, os moradores seguem tradições antigas e consultam adivinhos, curandeiros, e mestres da bruxaria, chamados yatiri. Estes praticantes do oculto podem ser facilmente reconhecidos na multidão, por usarem chapéus pretos e bolsas cheias de folhas de coca. Eles leem a sorte das pessoas pelas palmas da mãos e vendem amuletos e talismãs dos mais variados formados, e garantem trazer sorte, beleza e fertilidade.

Por um certo preço, esses médicos voodoo vão lançam feitiços sobre os inimigos das pessoas que desejam o mal de outras ou ainda fazer magia para que seus filhos tirem boas notas na escola ou qualquer outro desejo que a pessoa queira. Alguns desses curandeiros vendem poções e feitiços pré-fabricados para tratar diversos problemas de saúde ou fazer o mal para alguém.

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Um dos itens mais peculiares do mercado são os fetos de lhama mumificado. De acordo com a crença local, as famílias devem fazer uma oferenda à deusa andina Pachamama, a Mãe Terra enterrando um feto de lhama sob os alicerces de suas novas casas como proteção, saúde e boa sorte. Geralmente são enterrados acompanhados de bebidas destiladas, coca, tabaco e dinheiro. Às vezes os fetos de lhama são queimados, juntos com folhas de coca para trazer a boa vontade da deusa.

Mas a tradição original diz que só é válido o feto de lhama em que a mãe foi sacrificada e descobriu-se depois que estava grávida. Uma espécie de bênção reside no feto que é chamado de “símbolo de pureza e inocência”. Acreditasse que praticamente todas as casas na Bolívia tem um feto desses enterrados debaixo da casa. Os vendedores argumentam que tais fetos não são mortos para a prática desta tradição, que são comuns abortos naturais, mas pela quantidade utilizada é bem difícil de acreditar.

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O sacrifícios de animais na Bolívia é uma prática bem comum e desempenham um papel importante em muitos rituais bolivianos. Por exemplo, todos os anos, os mineiros sacrificam lhamas em oferenda a El Tio, o senhor do submundo. O sangue do animal é então espalhado por toda a entrada da mina, sobre as máquinas e nos veios dos minérios.

É por isso que se pode obter fetos de lhamas de todos os tamanhos no Mercado de Bruxas. Nos últimos anos, os maiores clientes das lojas no Mercado de Bruxas não são os locais atrás de curas alternativas para seus problemas de saúde e espirituais, mas sim, os turistas que levam para suas casas os mais bizarros produtos vendidos como lembranças, bem como as poções mágicas.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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