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Na Guatemala, mortos são despejados de suas covas

Na Guatemala, o conceito de descanso eterno após a morte é só para inglês ver, pois se os familiares não pagarem o aluguel do túmulo, o falecido é despejado de sua cova e colocado em sacos plásticos e largados em qualquer canto, a espera dos familiares virem acertar o aluguel, caso contrário, eles serão enterrados numa vala comum, numa espécie de lixão dos mortos.

O país é de predominância católica, e as pessoas ricas compram lotes em cemitérios privados, e fazem túmulos decorados ou suntuosos mausoléus. Já os pobres, enterram seus entes queridos em cemitérios públicos, e precisam pagar um taxa em torno de 25 dólares para os primeiros seis anos de contrato de arrendamento da sepultura. Após o término do contrato, pagasse 23 dólares a cada quatro anos. Num país, onde muitos não podem pagar nem mesmo a comida, o valor é uma quantia significativa.

Em 2015, o governo expediu 3.600 notificações, alertando os responsáveis sobres as exumações que seriam feitas nos túmulos de seus familiares mortos, caso não fossem acertados os valores correspondentes ao arrendamento da sepultura. Nas notificações, estavam inclusos, 1.500 sepulturas infantis. As exumações são feitas duas vezes ao ano.

A prática da exumação e cobrança de alugueis de sepulturas na Guatemala é determinado por lei e não é nova, mas devido aos problemas financeiros que passa a população do país, mais e mais pessoas estão sendo enterradas em cemitérios públicos e o número de alugueis não pagos cresce a cada ano e assim, aumenta as exumações.

Depois de estarem no mínimo seis anos em suas covas, os cadáveres estão decompostos e alguns até mumificados, mas dependendo de onde estão enterrados, mais perto ao chão ou em criptas superiores, o cheiro que exalam é insuportável. Os coveiros muitas vezes não utilizam máscaras, alias, não utilizam equipamento de segurança nenhum, e na maioria das vezes, manipulam os corpos sem luvas e utilizam apenas marretas, picaretas e pás para abrirem as sepulturas e quando vão puxar o caixão para fora, ele se desmancha todo.

Muitos criticam a forma como eles tratam os cadáveres, não demonstrando nenhum respeitos aos mortos, mas conforme relato de um coveiro, seria humanamente impossível de fazer isso, devido a quantidade de exumação que eles precisam fazer, portanto tratam os mortos, como se fossem objetos qualquer. Alguns familiares, que não conseguem pagar as custas dos túmulos, acabam buscando seus mortos, levam dentro de ônibus e simplesmente enterram no quintal de suas casas.

“Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem)

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