Histórias

Lugares de cartões postais, seus segredos e polêmicas

Eles representam verdadeiros ícones inquestionáveis das cidades em que residem, imortalizados em bilhões de fotografias capturadas por turistas vindos de todos os cantos do mundo. São tão reconhecidos que parece quase natural que os museus, arranha-céus, pontes e estátuas estejam há séculos integrados à paisagem urbana. No entanto, antes de alcançarem esse status de marcos históricos, enfrentaram uma série de polêmicas, batalhas judiciais e debates intermináveis em seus países de origem.

A lista a seguir desvenda os bastidores dessas impressionantes obras, retirando o véu que cobre segredos, curiosidades e desafios enfrentados por dez dos monumentos mais famosos e emblemáticos do nosso planeta. Prepare-se para se surpreender com suas histórias fascinantes!

Estátua da Liberdade, Nova York – Estados Unidos (1876-1884)

Cartões postais, seus segredos e polêmicas

O renomado escultor francês Auguste Bartholdi concluiu a majestosa Estátua da Liberdade em 1884, no entanto, sua inauguração ocorreu apenas dois anos mais tarde. A razão para esse intervalo de tempo reside no fato de que esse icônico monumento, que celebra o centenário da independência dos Estados Unidos, foi meticulosamente construído no próprio quintal do artista, localizado na França.

Após sua minuciosa finalização, a Estátua da Liberdade precisou passar por um processo impressionante. Ela foi cuidadosamente desmontada em nada menos que 350 peças e, posteriormente, acondicionada em 214 caixotes especialmente projetados para esse fim. Essa colossal obra de arte foi então enviada por navio em uma viagem épica até a cidade de Nova York, onde finalmente encontraria seu lugar de destaque na paisagem urbana e se tornaria um símbolo icônico de liberdade e democracia para o mundo inteiro.

Taj Mahal, Agra – Índia (1630-1652)

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Após o Taj Mahal ter enfrentado quase a sua ruína durante a Revolta Indiana de 1857, o governo indiano adotou medidas significativas para preservar e proteger esse magnífico mausoléu, que é um testemunho do amor do imperador Shah-Jahan pela princesa Mumtaz Mahal, que contou com o trabalho incansável de mais de 20 mil homens.

A importância da preservação foi ainda mais destacada durante momentos cruciais da história. Durante a década de 1940, durante os turbulentos anos da Segunda Guerra Mundial, um gigantesco andaime foi erguido para proteger o majestoso domo do Taj Mahal contra possíveis ataques aéreos. Essa precaução excepcional demonstrou o compromisso inabalável da Índia em proteger seu patrimônio cultural.

Além disso, durante o período de conflito entre a Índia e o Paquistão, que se estendeu entre os anos 1960 e 1970, o Taj Mahal novamente se encontrou em uma zona de instabilidade. No entanto, as autoridades indianas permaneceram firmes em sua missão de salvaguardar esse ícone da arquitetura e do amor, assegurando que ele permanecesse intocado e intacto, uma testemunha duradoura da história e da cultura da Índia.

Empire State, Nova York – Estados Unidos (1930-1931)

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Cerca de 3 mil dedicados operários realizaram um feito notável ao construir o Empire State Building, elevando-o a uma impressionante taxa de quatro andares e meio a cada semana durante o processo de construção. Esse arranha-céu extraordinário foi erguido em um tempo recorde, impulsionado pela determinação de ganhar a corrida pelo título de edifício mais alto do mundo, que até então era ostentado pela icônica Torre Eiffel.

A abordagem de colocar tijolo sobre tijolo em um ritmo acelerado provou ser um sucesso fenomenal, e o Empire State Building manteve seu domínio como o edifício mais alto do mundo por mais de quatro décadas. Esse feito não apenas solidificou sua posição como um marco inigualável em Nova York, mas também como um símbolo da determinação, engenhosidade e habilidade humana que perpetuamente se eleva na busca pela grandeza arquitetônica.

Casa Fallingwater, Pensilvânia – Estados Unidos (1936-1939)

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A família Kauffman experimentou um misto de surpresa e desapontamento quando percebeu que não seria tão fácil avistar a cachoeira a partir da sacada da sua nova casa, concebida pelo renomado arquiteto Frank Lloyd Wright. No entanto, o mestre da arquitetura reservou uma surpresa incrível para os moradores. Ele revelou que a razão pela qual a casa foi construída sobre a cachoeira não era para simplesmente contemplá-la, mas sim para experimentar sua presença de forma profunda e imersiva.

A genialidade de Wright se manifestou ao mostrar que o som da queda-d’água inundava os interiores da mansão, proporcionando uma experiência sensorial única e incomparável. A casa, que hoje é um museu, permite que seus visitantes não apenas vejam a beleza natural da cachoeira, mas também a sintam em sua essência, trazendo uma dimensão emocional e espiritual à arquitetura que transcende as expectativas convencionais. É um testemunho do talento visionário de Frank Lloyd Wright e seu profundo entendimento da conexão entre o ser humano e a natureza.

Ponte do Brooklyn, Nova York – Estados Unidos (1870-1883)

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A lendária ponte suspensa que conecta os vibrantes distritos de Brooklyn e Manhattan em Nova York é uma verdadeira obra-prima de engenharia que desafia a imaginação. Sua construção única se desdobrou de maneira impressionante, pois foi erguida de cima para baixo, utilizando câmaras pneumáticas. Esse projeto inovador, que hoje é um marco icônico da cidade, exigiu incríveis 13 anos para ser concluído e a utilização de quase 10 mil quilômetros de cabos de aço.

No entanto, o custo desse empreendimento monumental foi alto em diversos aspectos. O investimento financeiro necessário ultrapassou a marca de impressionantes US$ 15 milhões, uma quantia exorbitante para a época. Além disso, essa audaciosa construção cobrou um preço humano, resultando na perda de cerca de 20 vidas preciosas, incluindo a do próprio projetista, o engenheiro alemão John Roebling.

A Ponte do Brooklyn não apenas representa um feito espetacular de engenharia, mas também carrega consigo uma história de sacrifício e dedicação que torna sua imponência ainda mais marcante. Ela permanece como um símbolo eterno da determinação humana em superar desafios aparentemente intransponíveis em busca da realização de grandes conquistas arquitetônicas.

Museu Guggenheim de Bilbao – Espanha (1993-1997)

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O projeto de Frank Gehry se destaca como um dos marcos emblemáticos da revitalização da cidade basca, transformando um antigo porto abandonado em um vibrante polo cultural e turístico na Espanha. Além da notável mistura de materiais como titânio, vidro e calcário, a verdadeira magia desse empreendimento arquitetônico reside em suas homenagens significativas.

Com 46 metros de altura, o edifício não apenas cativa pela sua estética, mas também presta uma dupla homenagem notável. Por um lado, a sua forma é uma reminiscência do estilo moderno de Frank Lloyd Wright, o célebre arquiteto responsável pelo Museu Guggenheim em Nova York, destacando uma conexão com a evolução da arquitetura ao longo do tempo. Por outro lado, Gehry incorpora a imagem de um navio à estrutura, uma referência ao passado da cidade de Bilbau, que já foi reconhecida pela produção naval.

Assim, o edifício de Frank Gehry se torna uma celebração da tradição e da modernidade, unindo passado e presente em uma obra arquitetônica de destaque que não apenas transformou Bilbau, mas também deixou uma marca indelével na paisagem cultural da Espanha.

Pirâmide do museu do Louvre, Paris – França (1984-1989)

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Antes de conquistar o status de um símbolo tão poderoso quanto a Monalisa, que atrai cerca de 8,5 milhões de visitantes ao Louvre todos os anos, as cinco pirâmides da entrada do museu enfrentaram intensos debates na França. O projeto foi alvo de críticas significativas, principalmente devido às suas formas futuristas que, à primeira vista, pareciam destoar do contexto clássico do museu.

Para aumentar a controvérsia, o best-seller de Dan Brown, “O Código Da Vinci”, reavivou um mito dos anos 1980, alegando que a estrutura principal da pirâmide central possuía precisamente 666 placas de vidro, evocando associações com números simbólicos e misteriosos. No entanto, no aniversário de 20 anos da inauguração das pirâmides, o renomado arquiteto I. M. Pei, autor do projeto, veio a público desmentir novamente essa polêmica. Ele esclareceu que a pirâmide central foi construída com um total de 673 placas de vidro, das quais 603 eram losangos e 70 eram triângulos.

Essa revelação encerrou definitivamente a controvérsia em torno do número de placas de vidro, demonstrando mais uma vez a atenção meticulosa aos detalhes e a precisão do trabalho de I. M. Pei no projeto das pirâmides do Louvre, que agora são uma parte integral da paisagem icônica do museu.

Ponte Golden Gate, Califórnia – Estados Unidos (1933-1937)

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A construção da icônica Ponte Golden Gate, na entrada da baía de San Francisco, enfrentou uma batalha considerável que se estendeu por quase uma década, envolvendo cerca de 2 mil ações e oposições diversas. Muitos residentes locais temiam que a construção da ponte prejudicasse a vista deslumbrante da área, enquanto os militares estavam preocupados com a potencial interferência em uma saída estratégica em tempos de guerra.

Além dessas preocupações, até a escolha da cor da ponte foi motivo de controvérsia. A Marinha dos Estados Unidos exigia que a ponte fosse pintada com listras amarelas e pretas, alegando que isso facilitaria a visibilidade a longa distância para os barcos. No entanto, enquanto os construtores debatiam essa questão, um teste foi realizado nas vigas com a cor laranja internacional. Surpreendentemente, as autoridades do Estado ficaram encantadas com o tom vibrante de laranja e optaram por mantê-lo.

Essa decisão não apenas se tornou uma característica icônica da Ponte Golden Gate, mas também simbolizou a superação das divergências e desafios que marcaram sua construção. Hoje, a ponte é uma das estruturas mais reconhecíveis do mundo, e sua cor distintiva é uma parte essencial da sua identidade e apelo estético.

Capitólio, Washington – Estados Unidos (1793-1868)

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A história do Capitólio dos Estados Unidos é uma narrativa fascinante de evolução e desenvolvimento ao longo de décadas. A primeira sessão do Congresso norte-americano aconteceu em novembro de 1800, e nesta época o edifício do Capitólio ainda estava em construção. O projeto inicial encomendado pelo presidente George Washington foi finalmente concluído durante a gestão de Andrew Johnson, o 17º presidente dos Estados Unidos.

Esse período de construção se estendeu por impressionantes 75 anos, e durante esse tempo, o projeto original de William Thornton sofreu várias modificações substanciais, passando pelas mãos de sete arquitetos diferentes. A fotografia de 1863, retratada na descrição, ilustra uma das fases finais de expansão do prédio, quando o icônico domo do Capitólio estava sendo refeito.

Essa história de constante transformação e adaptação do Capitólio é uma representação poderosa da evolução da democracia e do governo dos Estados Unidos ao longo dos anos. Hoje, o Capitólio continua a servir como um símbolo da soberania do país e um local crucial para a legislação e a governança.

Torre Eiffel, Paris – França (1887-1889)

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A Torre Eiffel, projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel, originalmente foi concebida para servir como a entrada principal da grande Exposição Universal de 1889 em Paris, que reuniria as mais impressionantes novidades científicas e culturais da época. Em essência, a torre era planejada como uma atração temporária para o evento.

No entanto, quando a majestosa estrutura de ferro fundido, com suas incríveis 10 mil toneladas e uma altura de 300 metros, foi finalizada, ela conquistou o título de maior construção do mundo e se manteve como tal por impressionantes 41 anos. Além disso, a Torre Eiffel conquistou o coração dos franceses e de pessoas ao redor do mundo para todo o sempre.

Hoje, a Torre Eiffel não é apenas um símbolo icônico de Paris e da França, mas também um marco da engenharia e uma representação duradoura da visão e genialidade de Gustave Eiffel. Ela continua atraindo milhões de visitantes de todo o planeta e permanece como uma homenagem à inovação e à beleza da arquitetura.

Artigo publicado originalmente em abril de 2015

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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