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La Piedra del Diablo, o diabo e sua pedra

Localizada em Barrios Altos, na parte alta da cidade de Lima, no Peru, entre os cruzamentos das ruas Jirón Junín e Jirón Cangallo, existe uma pedra negra enterrada no solo,  com quase um metro de altura de fora e com um buraco no meio, conhecida como “La Piedra del Diablo” ou também “La Peña Horadada” (rocha furada).

Sua origem é desconhecida, já que ninguém sabe exatamente como ela apareceu na cidade. A Sociedade Geofísica do Peru tem uma teoria, no qual, a pedra seria da época pré-colombiana, e teria sido trazida pelo rio dos cumes andinos do Valle del Chillón, e os habitantes da região, vendo que a pedra era diferente, por ser escura e polida, converteram na em um importante centro cerimonial e de adoração no século 12. O material da singular rocha escura, é composto de feldspato e quartzo e teria milhares de anos. Mas é a lenda popular da rocha, que a faz se converter em uma pedra especial.

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Ricardo Palma, escritor e jornalista peruano, além de um pesquisador das tradições do país, escreveu o livro “Las Tradiciones Peruanas“, onde relata a lenda sobre a pedra furada. E a lenda diz que o diabo rondava pelos Barrios Altos onde se encontrava a pedra, e viu que estava vindo em sua direção, a procissão de La Virgen del Carmen, muito venerada em Lima, procissão essa feita a mais de 300 anos. O pobre diabo deu a volta tratando de fugir, mas ao virar a esquina viu que outra procissão, a Del Señor de los Milagros, vinha também em sua direção. Perante tal mostra de fé do povo peruano e vendo-se sem saída, o diabo em pânico, trombou com a pedra e atravessou-a para poder sair na outra rua, lançando um suspiro de alívio que toda a cidade pôde escutar. Desde então essas ruas foram batizadas como Calle de la Peña Horadada e Calle del Suspiro (rua da rocha furada e rua do suspiro), apesar de que hoje em dia, já não conservam mais esses nomes.

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Continuando com a crendice popular, no decorrer dos anos, tentou-se tirar a pedra para liberar espaço na calçada, puxando-a com cavalos, mas o trabalho se revelou impossível, como se uma força oculta estivesse impedindo. Mesmo depois que se pavimentou ao redor da pedra, muitos queriam mesmo é que ela sumisse dali, mas alguns prefeitos da cidade nem cogitaram mexer com ela, para não entrar em conflito com o diabo. Uma fonte decorativa era para ser instalada naquela esquina, mas devido a má fama da pedra, acabaram por construir a fonte em uma esquina próxima.

Os mais religiosos, fazem o sinal da cruz ao passar junto à pedra e nas noites de lua cheia, adoradores satânicos, fazem dali, seu lugar de ritual. Por si só o bairro já é um lugar perigoso, devido as ruas mal iluminadas e as gangues que operam pela região, deixando o povo temerário e evitando de passar por aquele lugar, após um determinado horário noturno. Um padeiro cujo estabelecimento fica exatamente em frente a rocha, conta que já ouviu muitos gritos durante a noite, mas que se fecha em seu estabelecimento e não ousa sair para saber do que se trata. Outra moradora também afirma que estranhos gritos e lamentos se ouvem perto da pedra. Além disso, foram cometidos muitos crimes na cercanias da pedra, que a polícia nunca conseguiu resolver. Também várias pessoas cometeram suicídios, dando má fama a pedra, e ela, sendo uma testemunha silenciosa.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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