No estado do Oregon, nos Estados Unidos, há pelo menos 19 lagos batizados com o nome “Lost Lake”, mas apenas um verdadeiramente personifica a ideia de um lago perdido. Situado dentro da majestosa Floresta Nacional de Willamette, este Lost Lake em particular é um tesouro escondido que muitas vezes passa despercebido durante os meses de outono e inverno. Aninhado entre altivos pinheiros e à beira da rodovia Oregon Highway 20, este lago raso de 85 acres (0,34 km²) parece comum à primeira vista.
Contudo, é durante os meses de verão, quando a terra anseia por água e a seca estende suas garras sobre a paisagem, que Lost Lake revela seu segredo mais intrigante. Quando os raios de sol escaldantes dominam o céu e o calor é palpável no ar, este lago aparentemente tranquilo desaparece sem deixar rastro, transformando-se em uma vasta extensão de prados ondulantes. O que parece ser uma mera ilusão de ótica é na verdade um fenômeno natural impressionante: o escoamento da água através de tubos vulcânicos subaquáticos, conhecidos como tubos de lava.
Esses túneis ocultos no fundo do lago agem como condutores secretos, drenando toda a água acumulada através de um imenso buraco no solo, evocando a imagem de um ralo gigantesco em um banheiro cósmico. É uma cena de transformação única, onde a terra cede temporariamente à sua sede, revelando a intrincada interconexão entre a geologia, o clima e a passagem do tempo. Lost Lake não é apenas um ponto de interesse passageiro; é um testemunho da constante dança entre os elementos naturais, que moldam e remoldam a paisagem com uma paciência milenar.
No final de outubro, o ritmo das chuvas na região aumenta, alimentando o lago com um volume crescente de água que ultrapassa a capacidade dos tubos de lava para drená-lo. Este fenômeno persiste ao longo do inverno, com as incessantes precipitações e nevascas que caracterizam a estação, resultando em um aumento substancial no nível do lago, atingindo uma profundidade de até 2,7 metros em seu ponto mais fundo.
No entanto, com o término da estação chuvosa, o lago perde sua fonte de abastecimento, deixando o buraco dos tubos exposto e iniciando um processo de esvaziamento gradual até que a água seja completamente drenada. Esse ciclo de enchentes e esgotamento se repete anualmente, como um relógio confiável da natureza.
Os tubos de lava não são raros no Oregon, um estado que abriga uma cadeia de vulcões ativos estendendo-se do sul da Colúmbia Britânica até o norte da Califórnia. Essas estruturas subterrâneas, cujo interior se assemelha a uma caverna, se formam quando a lava expelida por um vulcão flui sob a superfície antes de solidificar.
As aberturas podem se formar logo após uma erupção ou como resultado da erosão da crosta que outrora cobria a superfície do tubo. Quanto ao destino da água que desaparece do lago, os especialistas não têm certeza absoluta. Acredita-se que ela se infiltre em um nível logo abaixo da superfície, alimentando o aquífero que por sua vez abastece algumas nascentes nas proximidades.
Anualmente, os guardas florestais se deparam com uma variedade de detritos, incluindo peças de carro e motores, retirados do buraco que serve como dreno do lago. Esses itens são frequentemente colocados ali por pessoas que o fazem por diversão ou na tentativa de obstruir o escoamento da água. Os guardas advertem que, se a água não fosse periodicamente drenada como tem sido, poderia causar inundações na região, inclusive na autoestrada adjacente.
Artigo publicado originalmente em setembro de 2015
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