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Jal Mahal, o palácio da água da Índia

Jal Mahal é uma edificação existente no meio do lago Man Sagar, ao norte da cidade histórica de Jaipur, capital do estado de Rajastão na Índia. Apesar da edificação ser chamada de “Palácio da Água“, na realidade nunca foi um palácio. Jal Mahal foi construído pelo marajá Sawai Jai Singh II e servia como casa de repouso ao marajá em suas expedições de caça pela região.

Com o aumento de água nas cercanias, a edificação começou a ser usado como um pavilhão de caça aos patos e área de festas para os marajás de Jaipur. Mais tarde foi entregue ao governo e logo se transformou em ruínas, ficando abandonado por mais de 200 anos.

O palácio construído com arenito vermelho em 1734 ao estilo arquitetônico Rajput e Mughal (comum no Rajastão), é um edifício de cinco andares, dos quais quatro andares permanecem debaixo d’água quando o lago está cheio. Originalmente, a área era uma depressão, e o nível da água não passava de um ou dois metros.

As fundações da edificação foram construídas pela suportar a água até uma certa altura, mas devido a construção de uma barragem, a água se acumulou na área, inundando os andares mais baixos de Jal Mahal. No decorrer dos anos, o edifício sofreu um afundamento em sua base, com a infiltração de água nas suas paredes de estuque não projetadas para estarem submersas.

No final do século 18, uma grave seca ocorreu no norte da Índia. A seca trouxe dificuldades aos moradores locais e ameaçou a vida frágil das pessoas que já viviam num ambiente inóspito. As monções eram a única coisa que trazia água fresca necessária para a sobrevivência.

O reservatório seria a única forma de preservar a água e desta forma, um imenso lago foi criado com a construção de uma barragem no rio Darbhawati em 1596, entre as colinas Khilagarh e as colinas de Nahargarh que fazem parte da cadeia montanhosa de Aravalli. A barragem inicialmente foi feita de terra e pedras e no século 17, convertida numa estrutura de concreto anos mais tarde.

Desde então, a barragem, o lago e o palácio passaram por várias rodadas de restauração sob vários governantes de Rajastão, mas a restauração definitiva no século 18 é creditada ao marajá Jai Singh II de Amer. Durante este período, uma série de outros locais históricos e religiosos, como o Amer Fort, Jaigarh, Nahargarh, Khilangarh Fort, e Kanak Vrindavan Valley, também foram construídos nas imediações.

Em 2004, palácio e o lago foram arrendados por 99 anos a Navratan Kothari, um empresário indiano para desenvolver 100 hectares ao longo do lago Man Sagar, incluindo o palácio. Nos últimos anos, sua empresa trabalhou na limpeza do lago e no restauro do palácio, criando assim uma grande oportunidade de emprego para o povo da região. Para o futuro, o empresário planeja construir alguns hotéis ao redor de Jal Mahal e torná-lo um destino turístico turístico.

Na restauração do lago, dois milhões de toneladas de lodo tóxico foram dragados do fundo, aumentando a sua profundidade por mais de um metro, sendo considerado o maior projeto ecológico da Índia. Um sistema de tratamento de água foi instalado, vegetação e peixes reintroduzidos e criados cinco ilhas artificiais para atrair aves migratórias.

Das pinturas a mão bem preservadas que preenchem todos os salões e salas até as escadas e o terraço de design belíssimo no telhado, o palácio de Jal Mahal é definitivamente uma das maiores criações indianas que permaneceu bem preservada até os dias atuais. No terraço há um jardim conhecido como “Chameli Bagh” e a construção ainda abriga um museu, ambos aberto ao público para visitas.

Vista do lago, do palácio com a barragem aos fundos

Jardim no terraço chamado Chameli Bagh

Vista do lago Man Sagar em época de seca
Palácio sendo restaurado em fevereiro de 2008
Palácio sendo restaurado em novembro de 2007

Artigo publicado originalmente em abril de 2015

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