O fotógrafo suíço Franco Banfi e uma equipe de mergulhadores estavam seguindo algumas baleias cachalotes (Physeter macrocephalus) na costa da Ilha Dominica, no Mar do Caribe quando de repente, elas ficaram imóveis e se deixaram cair numa posição vertical e adormeceram.
Este fenômeno já havia sido detectado em 2008 por uma equipe de biólogos do Reino Unido e do Japão na costa norte do Chile, que sem saber, mergulharam num grupo de cachalotes que estavam flutuando da mesma forma, a poucos metros da superfície, completamente alheios ao que acontecia ao redor. Foi só quando um dos barcos acidentalmente bateu em uma das baleias, acordando o animal e todas as outras fizeram o mesmo e começaram a nadar, fugindo do local.
Até poucos anos atrás, se pensava que os cachalotes, como outros cetáceos, dormiam, mas um dos lados de seu cérebro ficava em atividade, para mantê-las nadando, evitar predadores ou chegar à superfície para respirar. É como manter um olho aberto em todos os momentos, nunca deixando totalmente a guarda desprotegida.
O encontro de 2008, desbancou tal teoria e surpreendeu a todos os pesquisadores, que descobriram que as baleias dormiam com os dois lados do cérebro desligado. Também descobriram que elas tem curtos períodos de sono ao longo do dia, que variam entre 6 a 24 minutos, e que entram em sono profundo por apenas cerca de 7% de seu tempo. Esses breves espaços de sono podem ser a única vez que elas dormem, o que faria com que os cachalotes possivelmente sejam os mamíferos que menos dependem de sono, conhecidos pelo homem.
Os cachalotes não são dos cetáceos mais fáceis de observar, devido aos longos tempos de mergulho e à sua capacidade de viajarem grandes distâncias debaixo de água. No entanto, devido ao seu aspecto distinto e ao seu grande porte, a sua observação está a tornar-se cada vez mais popular. São o maior mamífero com dentes que se conhece e podem mergulhar a cerca de 2.200 metros de profundidade, podendo suster a respiração por aproximadamente duas horas.
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