Num futuro imprevisível, quando uma guerra nuclear e biológica dizimarem a população humana, matando a maioria dos seres vivos, e acabando com flora e os poucos sobreviventes na superfície da Terra com precipitação radioativa, uma pequena população de cinco mil pessoas estarão seguras em um abrigo subterrâneo remoto no sudoeste de Dakota do Sul, nos Estados Unidos, e seriam um dos poucos bolsões de sobreviventes da civilização, espalhados por toda a América, e considerada a maior comunidade de sobrevivência do planeta.
Esse é o plano da empresa de sobrevivência Vivos, com sede na Califórnia. Alguns anos atrás, a empresa adquiriu este complexo de 18 quilômetros quadrados chamado Black Hills Ordnance Depot, a cerca de oito quilômetros ao sul da cidade de Edgemont, e adaptou-os com comodidades de última geração, como um sistema interno de geração de energia, poços de água, sistema biológicos, químicos e de filtragem de ar radioativo, descarga de esgotos, equipamentos de suporte críticos, etc.
O complexo chamado Vivos xPoint contém 575 bunkers militares de concreto endurecido super reforçados com aço, parcialmente enterrados no subsolo e protegidos por espessas camadas de terra nos lados, para resistir a uma onda de explosão de superfície, bem como à precipitação radioativa.
A área está “no centro norte do país e estrategicamente localizada em uma das regiões mais seguras da América do Norte, numa altitude alta e seca de 3.800 pés, longe de grandes massas de água e a mais de 160 quilômetros de distância de prováveis alvos, no caso de uma guerra nuclear” diz a empresa em seu site.
Cada bunker é capaz de resistir a uma explosão interna de 500 mil toneladas e pode conter de 10 a 24 pessoas e com suprimentos necessários para um ano ou mais. Os bunkers são separados uns dos outros por cerca de 120 metros em todas as direções, que a empresa diz que irá trabalhar em seu favor, fornecendo segurança, proteção e privacidade e cada tum tem um espaço interno de 8 metros de largura por 25 metros de comprimento..
Chamados de iglus por causa de sua forma, os bunkers da Black Hills Ordnance Depot (BHOD) foram construído em 1942 e originalmente funcionavam como instalação de armazenamento de munições durante a Segunda Guerra Mundial e no período da Guerra Fria.
Na época de sua construção, o complexo era distribuído por 33 quilômetros quadrados e continha mais de 800 iglus e com todas as comodidades de uma cidade bem planejada, incluindo alojamentos para mais de 1.000 pessoas, um hospital do Exército, agência dos correios, igreja, shopping center, cinema, teatro, piscina, boliche e outros atrativos de uma pequena cidade americana.
Eram armazenados ali todos os tipos de munição, incluindo armas químicas, e o mortal gás sarin e o gás mostarda. Durante a Segunda Guerra Mundial, o local também mantinha prisioneiros de guerra italianos. Depois de cumprir seu propósito, a instalação foi fechada em 1967 e posteriormente vendido em 2016 para a Vivos xPoint.
O interessa na compra de bunkers se intensificou na década de 1960 e com razão. No auge da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União das Repúblicas Soviéticas (URSS), o então presidente americano, John Kennedy (1917-1963), recomendou que a população procurasse abrigo “o mais rápido possível“.
Era um claro sinal de que as ameaças entre ele e o então primeiro-ministro soviético Nikita Kruschev (1894-1971), passariam do discurso para a ação – que quase aconteceu na chamada crise dos mísseis, em 1962, que botou o mundo em alerta.
Agora as famílias podem alugar os bunkers para serem usados como abrigos na sequência de um evento catastrófico, como uma guerra nuclear, uma pandemia viral ou queda de um asteroide, ao pagamento adiantados de 25 mil dólares por unidade vazia, sem paredes ou mobílias, mais um contrato de arrendamento de 99 anos, ao preço de mil dólares ao ano.
Também podem comprar bunkers compartilhados, ao preço de 7.500 dólares por pessoa. Com a eleição do presidente Donald Trump, as vendas de bunkers nos Estados Unidos aumentaram em torno de 300%.
Além das instalações em Dakota do Sul, a Vivo Group também dispõem de abrigos no estado de Indiana, em um bunker construído na época da Guerra Fria capaz de acomodar oitenta pessoas e estão construindo um luxuoso abrigo particular, em um complexo subterrâneo em Rothsenstein, na Alemanha.
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