Os moinhos de Folón e Picón são uma coleção de 67 moinhos localizados nas encostas do Monte Campo do Couto, no município espanhol de El Rosal, na comunidade autônoma da Galiza. Esses moinhos, construídos durante o século 18, estão dispostos em cascata para poderem compartilhar o mesmo canal de água, e foram declarados Bem de Interesse Cultural pela Junta da Galiza.
A energia fornecida pelas águas à medida que desce a montanha era utilizada para moer milho e trigo, além de trabalhar com linho e lã. Embora não estejam mais em funcionamento, os moinhos lindamente restaurados constituem um conjunto de grande patrimônio cultural e etnográfico da região de El Rosal.
Os moinhos são construídos em dois grupos. O primeiro grupo chamado Moinhos do Folón, consiste de 36 moinhos e está localizado na encosta do Folón sobre um riacho que também é chamado Folón. O segundo grupo chamado Moinhos do Picón, consiste de 31 fábricas e está localizado nas proximidades do córrego chamado Picón.
A maioria dos moinhos são estruturas de dois andares com o moinho real situado no último andar chamado terminado, enquanto o térreo que é chamado sarteio, é ocupado pelas máquinas que acionam o moinho. São edificações feitas de pedra construídas numa encosta ao pé do rio, para aproveitar toda a força da água com o fim de moer o grão de milho, de centeio ou de trigo para fazer farinha. Alguns deles conservam no exterior pias de pedra usadas como bebedouros e comedouros dos animais, como por exemplo, no moinho número 5 (que tem um alpendre para as cavalarias) ou o 23.
A inscrição mais antiga dessas estruturas data de 1702, embora pareça haver evidências documentadas de que essas instalações estavam em operação no século 17. A existência destes moinhos neste local está provavelmente ligada à influência dos monges no Mosteiro de Santa María de Oia. Alguns dos moinhos pertenciam às aldeias, como propriedade comunal; outros eram de propriedade privada ou compartilhados entre várias famílias, e também havia alguns que foram alugados.
Nos dintéis, jambas, umbrais e paredes, tanto interiores como exteriores, podem-se observar, numerosas marcas de canteiro, posteriormente, os proprietários dos moinhos também deixaram as suas próprias marcas e sinais (e.g. cruzes), tendo neste caso uma possível função quer protetora quer delimitadora da propriedade. Como exemplo, a inscrição de uma cruz com a oração “Ave Maria” que se observa no moinho número 4 ou de uma cruz com um cálice no moinho número 21.
Em 1988, os moinhos de Folón e Picón foram declarados um local de interesse cultural. Logo depois, o trabalho começou a recuperar e restaurar os moinhos e seus arredores, que estavam em estado de abandono na época. Hoje, há uma trilha de caminhada bem marcada na área, com a possibilidade de visitas guiadas gratuitas para ver e entender o funcionamento das usinas.
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