Lugares

Palmanova, a cidade estrela forte

A cidade italiana de Palmanova, localizada na região de Friuli-Venezia Giulia, distrito de Udine, à 111 km de Veneza, foi construída em 1593, comemorando a vitória das forças europeias, sobre os turcos otomanos, que aconteceu na batalha de Lepanto em 1571, no período da guerra do Chipre. No entanto o que mais chama a atenção não é a sua pouca idade, perto de outras cidades europeias, e sim, o fato dela ter sido erguida propositalmente em forma de uma estrela. Palmanova-17

Totalmente murada, há nove pontas e apenas três saídas (Porta Udine, Porta Cividale, Porta Aquileia), assim conservadas até o momento. A cidade foi projetada como uma fortaleza, onde cada uma das 9 pontas podiam se defender mutuamente, tendo também um fosso que rodeava a cidade. A construção do primeiro círculo, com um circunferência de 7 quilômetros levou 30 anos para ser feito. A segunda fase da cosntrução foi concluída entre 1658 e 1690 e a linha externa de fortificações entre 1906 e 1813. O autor do projeto da cidade murada é o arquiteto italiano Vincenzo Scamozzi, que ao projetar a cidade usou de todas as inovações militares conhecidas na época. Atualmente tem uma população de cerca de 5.400 pessoas e estende-se por uma área de 13 km², tendo uma densidade populacional de 411 hab/km². Por um decreto do Presidente da República Italiana em 1960, Palmanova foi declarada um monumento nacional.

Os portões liberam a entrada ou saída de apenas um veículo por vez, organizados através de um sinaleiro. Ao se deparar com eles, a impressão que se tem é de que está entrando em mais um dos milhares de castelos da Europa. Mas, ao chegar à Piazza Grande (Praça Grande) a sensação é que de que se está em um burgo do século XVI, exatamente como descritos no livro de história.

Palmanova-2

Na praça se concentram a catedral, câmara municipal e a delegacia de polícia, além de diversificado comércio. Aliás, este último está presente na cidade toda. E era exatamente assim que se pensava que a cidade seria habitada. Entretanto, dizem que nem os comerciantes, burgueses, nem ninguém queriam se mudar para lá. O povo da época diziam que o desenho da cidade era intrigante, mas consideravam o formato da cidade inabitável. Com isso, apenas em 1622 é que a cidade planejada realmente foi habitada, de forma forçada, pois naquele ano, Veneza, que sofria com a sua decadência, foi obrigada a perdoar muitos criminosos e, para isso, precisava oferecer lotes de construção, livres de materiais, se eles concordassem em morar em Palmanova.

Palmanova-1

A própria Catedral foi abençoada em 1777, quando também foi incluída no Arcebispado de Udine. Nela, o que se destaca é a baixa torre do sino, erguida um ano antes de ser consagrada. O motivo encontrado para isto era que, desta forma, inimigos que estivessem do outro lado dos muros não conseguiriam ver a torre e, assim, não a atacariam. A fachada é feita de pedra proveniente de Istria – Ilha de Croácia, pedras essas que as qualidades do mármore, porém é calcária e pouco porosas. Durante a Primeira Guerra Mundial, Palmanova foi o centro de hospitais, armazéns e um campo de exercício para as tropas. Até o final da Segunda Guerra Mundial, a fortaleza foi a sede de um centro de repressão contra os guerrilheiros. Após a batalha de Caporetto, a cidade foi incendiado pelas tropas em retirada do exército italiano. Em julho de cada ano é comemorado com festejos o dia do padroeiro da cidade. Aos domingos e nas noites de verão proíbe-se o tráfego de veículos, quando todos saem para passear pelas ruas e aproveitar os barzinhos.

Palmanova-13

Palmanova-14

Palmanova-16

Palmanova-17

Palmanova-1-capa

Palmanova-3

Palmanova-4

Palmanova-5

Palmanova-6

Palmanova-7

Palmanova-8

Palmanova-9

Palmanova-10

Palmanova-11

Palmanova-12

Site oficial da cidade: www.palmanova.it

Fonte: 1 2

“Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem)

Postagens por esse mundo afora

Avalie este artigo!
[Total: 0 Média: 0]
Atenção! Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do usuário e não expressa a opinião do site.

Magnus Mundi

Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

2 comentários

Clique para deixar um comentário