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Pamukkale, o castelo de algodão

O conjunto de piscinas termais de origem calcária dispostas em uma montanha de mais de 200 metros de altura, branca como neve, justifica o nome Pamukkale, que em turco quer dizer “castelo de algodão”. É um cenário único, que nos faz pensar que estamos em outro planeta. Perto dali, no mesmo complexo, na Antiguidade, os gregos, escolheram o lugar para fundar uma de suas principais cidades na Ásia Menor: Hierapolis, a “cidade dos deuses“, um resort devido as propriedades medicinais, quase milagrosas, das águas de Parmukkale, e o nome em homenagem a Hiera, esposa de Télefo, filho de Heracles, fundador da Dinastia Atálida. Mais tarde, a cidade foi ampliada graças aos espólios obtidos na batalha de Magnésia, em 190 a.C, quando Antioco, o Grande foi derrotado por Eumenes II (197 – 159 a.C.), em aliança com os romanos e Hierapolis transformou-se parte do Reino de Pérgamo.

Vista de longe, Pamukkale parece uma montanha de neve. Mas não se engane, as temperaturas por ali superam facilmente os 40ºC durante o verão. O famoso “castelo de algodão” surgiu devido à precipitação de carbonato de cálcio vindo das águas quentes da montanha e que dão origem às piscinas e terraços termais conhecidas como travertinos. As incríveis sacadas petrificadas e cheias de águas azuis são algo para se admirar sem pressa para ir embora. A visita nesta área só é permitida sem sapatos e, para garantir que isso seja cumprido, vários “guardas” com apitos estão prontos para entrar em ação. Os visitantes ainda podem entrar – e até mesmo nadar – em algumas dessas piscinas, que estão cada vez mais restritas devido à multidão que vai ao local diariamente. É sem dúvida uma experiência interessante, embora a água seja bastante quente e turva por causa da concentração de carbonato de cálcio.

Pamukkale está no sudoeste da Turquia, no vale do rio Menderes, distante 650 km ao sul de Istambul e 230 km ao leste de Izmir. A maior cidade ali nas redondezas é Denizli, há 75 km, onde pode-se chegar de avião ou ônibus. É bem provável que a grande distância entre centros maiores tenha sido a responsável por preservar Pamukkale, que apesar de receber turistas há séculos, tem-se mantido praticamente intacta. Algumas intervenções foram tomadas visando a continuidade do patrimônio, dentre elas a proibição às piscinas em cascata – que à propósito, tem o acesso super perigoso. Em substituição à estas, foram construídas piscinas – muito bem inseridas no contexto, que gozam da mesma água corrente e paisagem das demais. Ao longo de sua história, Pamukkale sempre recebeu a visita de ilustres personagens, como Cleópatra, Júlio César e diversos outros imperadores romanos, que buscavam descanso e bem estar na principal estância termal da região. Em meados do século 20, hotéis foram construidos sobre as ruínas de Hierapolis causando danos consideráveis e quando a área foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1988, os hotéis foram demolidos e substituídos por piscinas artificiais.

Ruínas de Hierapolis

“Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem)

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