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Petrifying Well: A cachoeira onde tudo se transforma em pedra

A Petrifying Well é uma das mais antigas e extraordinárias atrações turísticas da Grã-Bretanha, situado nas margens do rio Nidd, próximo à cidade de Knaresborough, em North Yorkshire, Inglaterra. Ao longo dos anos, milhões de visitantes foram atraídos por esta cascata incrível, acreditando por muito tempo que suas águas possuíam poderes mágicos capazes de transformar tudo em pedra ao tocar.

Conhecido anteriormente como Dropping Well, grande parte de sua lenda está associada à proximidade da gruta “Mother Shipton’s Cave”, onde nasceu Úrsula Sontheil (1488-1561), famosa vidente e profetisa também conhecida como Mãe Shipton. Ela viveu por muitos anos nesta caverna para se distanciar das pessoas que a consideravam uma bruxa.

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O Petrifying Well, que significa literalmente poço petrificado, apresenta uma pedra sobre a qual flui uma cachoeira com água subterrânea saturada de minerais. Ao longo dos séculos, esse gotejamento criou uma camada dura e lisa sobre as pedras. As pessoas têm tradicionalmente colocado objetos comuns sob essa goteira para testemunhar sua transformação lenta em pedra ao longo de algumas semanas.

Na verdade, os objetos colocados sob a cascata não se petrificam, mas desenvolvem uma camada dura de minerais ao redor, semelhante ao processo de formação de estalactites e estalagmites em cavernas. O que torna o Petrifying Well extraordinário é a velocidade desse fenômeno geológico. Onde normalmente levaria décadas ou até séculos em cavernas, no Petrifying Well, é possível observar o desenvolvimento da camada dura ao redor dos objetos em apenas três a cinco meses, embora objetos maiores e mais densos possam levar até doze meses.

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No passado, as pessoas acreditavam que o poço estava amaldiçoado pelo demônio, e a lenda dizia que tudo que tocasse suas águas se transformaria em pedra, inclusive seres humanos. Essa superstição afastava os mais temerosos, pois folhas, galhos, pequenos animais e pássaros mortos petrificados ao redor do poço alimentavam essa crença. Além disso, a rocha apresentava uma formação que, quando vista de certos ângulos, parecia um crânio gigante, reforçando a atmosfera misteriosa e supersticiosa que cercava o local.

A mais antiga referência escrita ao Petrifying Well remonta a 1538, quando John Leyland, uma pessoa influente sob o reinado de Henry VIII, mencionou que não havia maldição no poço. Pelo contrário, Leyland afirmava que o poço possuía poderes de cura milagrosa para aqueles que tinham a coragem de beber de sua água. No entanto, foi a história associada à Mãe Shipton que contribuiu para a má fama do local.

Cripta Shipton, onde Úrsula Southill nasceu em 1488, sendo atualmente uma das principais atrações da região, que atrai milhares de turistas, querendo conhecer onde vivia a famosa bruxa.

Segundo a lenda, em julho de 1488, durante uma tempestade na região, Agatha Sontheil, que alguns consideravam prostituta, escolheu dar à luz sua filha, Úrsula, na gruta próxima ao Petrifying Well. Curiosamente, assim que o bebê nasceu, a tempestade subitamente cessou. Agatha não sobreviveu ao parto, e sua filha nasceu com deformidades, apresentando uma curvatura nas costas. A parteira espalhou a notícia de que, além da estranha coincidência do nascimento com o fim da tempestade, havia um forte cheiro de enxofre no ar durante o parto. A população, então, atribuiu a tragédia de Agatha ao demônio que supostamente habitava o local, sugerindo que o próprio diabo poderia ser o pai da criança.

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Úrsula, apesar de suas deformidades e aparência considerada feia, demonstrou habilidades psíquicas desde a infância, sempre usando seus dons para fazer o bem, mesmo sendo frequentemente rejeitada pela maioria das pessoas. Aos 16 anos, ela se mudou para uma casa abandonada na floresta, onde começou a escrever suas previsões em forma de poemas. Apesar de sua vida reclusa, em 1512, aos 24 anos, Úrsula conheceu Tobias Shipton, com quem se casou, mudando-se para York, onde viveram uma vida tranquila por muitos anos, apesar de não terem filhos. Após a morte do marido, Úrsula voltou para a caverna onde nasceu, cansada das acusações de bruxaria.

Mariposa Mãe Shipton (Callistege mi) | Crédito da foto

Embora suas profecias tenham sido publicadas apenas em 1641, oitenta anos após sua morte, algumas delas se destacaram, incluindo a previsão do grande incêndio de Londres em 1666 e a derrota da Armada Espanhola. Úrsula Shipton também é associada a eventos trágicos e estranhos que ocorreram no Reino Unido, Austrália e América do Norte entre os séculos 17 e 19. Uma mariposa (Callistege mi) recebeu seu nome devido ao desenho de um perfil de bruxa presente em ambas as asas, uma homenagem a Mãe Shipton.

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Artigo publicado originalmente em outubro de 2016

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