Animais & Natureza

Por dentro de um matadouro de cobras

Na pequena aldeia javanesa de Kapetakan na província de Java Ocidental, na Indonésia, um matadouro de cobras chamado Wakira, conhecido localmente como “Boss Cobra“, produz centenas de metros de pele de cobra, que são vendidos para fábricas nas províncias ocidentais e Central Java que eles usam para fazer produtos como bolsas, sapatos, carteiras e cintos e exportados para o Ocidente. A carne não é desperdiçada e é considerado por alguns como um remédio para doenças de pele e asma, bem como uma ajuda para aumentar a virilidade, sendo enviada para os restaurantes locais.

O matadouro Wakira emprega dez trabalhadores em sua fábrica e fatura até 15 milhões de rúpias, que seriam em torno de 1.600 dólares por mês com a produção. O preço de uma bolsa feminina feito de pele de cobra custa entre 15 a 30 dólares, dependendo do seu tamanho, mas quando elas chegam no ocidental, seu preço pode aumentar drasticamente, sendo vendida por até 4.000 dólares. As cobras são capturados na natureza com 3 a 4 anos de vida para ter um bom tamanho, muitas vezes por moradores, que são pagos pela fabrica para capturá-las. Os moradores organizam mutirões e trabalham em grupos na selvas e pastagens, com redes, armadilhas e anzóis para as pítons, jiboias maiores e outras cobras menores. Cobras capturadas são armazenadas em sacos de lona e vendidas os diversos matadouros ilegais que as esfolam, antes de serem enviadas a curtumes.

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Para poder esfolar a cobra, ela recebe um golpe de facão na parte de trás da cabeça, alguma morrem e outras apenas ficam atordoadas e em seguida, uma mangueira é forçada por entre as mandíbulas para dentro do animal e é ligado a água para encher o corpo do réptil e assim, ficar inchado como um balão. Um cordão de couro é amarrado em torno de seu pescoço para evitar que a água saia e em seguida a cabeça da cobra é colocada num gancho de carne e deixada pendurada por 10 minutos. Depois a pele é retirada por uma incisão feita no rabo e retirada do animal, com uma série de puxões fortes – muito parecido com a retirada de uma luva de borracha de uma mão.

A pele é então enrolada e colocada em uma placa para depois ser colocada um forno quente para secar. As peles também são tingidas de acordo com o modelo a que se destinam e depois de sair do forno, são ainda, deixadas para secar ao sol. A pele seca será enviada para uma fábrica de curtumes. Depois de ser retirado a pele, as cobras que não morreram no processo, são deixadas num monte no chão do matadouro para morrer, o que pode levar 2 a 3 dias, se não tiverem pedidos de restaurantes. O matadouro Wakira é apenas um dos muitos ilegais existentes que operam em países do Sudeste Asiático, como Tailândia, Camboja, China e Vietnã. Na Indonésia esse tipo de indústria emprega cerca de 175.000 pessoas, das quais 150 mil são coletores de cobras.

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A União Europeia é a maior importadora mundial de peles de cobra. Entre 2000 e 2005, estima-se que 3,4 milhões de peles de cobra foram trazidas para a Europa. A Itália é o maior consumidor no mundo, e faz sapatos, bolsas, cintos, carteiras, tudo feitos da pele do réptil. A Alemanha é o segundo maior produtor, seguida pela França. Os Estados Unidos representam cerca de 50% do mercado italiano de exportação de produtos acabados; Japão, 35%; os 15% restantes vão para outros mercados europeus. A pele de determinadas pítons podem ser vendidas por até US $ 10.000. Os Estados Unidos sozinho importam produtos acabados fabricados a partir de peles de répteis no valor anual de cerca de 257 milhões de dólares.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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