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Royal Shrovetide Football, uma partida de futebol radical

Todos os anos, na terça-feira de Carnaval e Quarta de Cinzas, as ruas de Ashbourne em Derbyshire, Inglaterra, são tomadas por uma multidão frenética, com as pessoas tentando pegar uma grande bola de futebol. Tratasse de um jogo, chamado Royal Shrovetide Football, também conhecido como “hug ball“, algo como “abraçar a bola” e tem pouca semelhança com o futebol que nós conhecemos.

A partida ocorre anualmente desde o século 12, no reinado de Henrique II (1154-1189) e se tem registro na cidade de Deryshire desde 1667, embora as origens exatas do jogo são desconhecidas, pois um incêndio em 1890 destruiu os registros do jogo que estavam guardados no Comitê Royal Shrovetide. Há uma versão macabra, que é contada pelas pessoas mais antigas, diz que na Idade Média, a bola original foi uma cabeça humana de uma pessoa que foi decapitada numa execução pública e sua cabeça atirada a multidão, que começou a chuta-la de um lado ao outro.

Royal Shrovetide Football, uma partida de futebol radical
Crédito da foto

A bola utilizada no jogo atualmente é feito de cortiça, por ser mais leve e mais fácil de ser carregada e a partida iniciada com a bola lançada pelo prefeito. São dois dias de jogo, das 14h às 22h. Se há um gol (no Parlamento local) antes das 17h, uma nova bola é colocada em jogo. Há apenas seis regras no jogo, entre elas: os jogadores não podem matar e a bola não pode ser carregada em veículos motorizados ou escondida em bolsas. São apenas dois times e o rio Henmore Brook que atravessa o centro da cidade determina as equipes: os nascidos ao norte do rio, são os “Up’Ards” e os do sul sãos os”Down’Ards“.

Royal Shrovetide Football, uma partida de futebol radical
A autoridade local dando início em uma partida | Crédito da foto

Ao contrário do método tradicional de pontos no futebol, onde os jogadores precisam lançar a bola entre as traves do adversário, neste jogo, o objetivo é levar a bola de volta para sua própria trave. Essa “trave” está situada na margem do rio, no local de dois antigos moinhos, a cerca de cinco quilômetros de distância, e a bola deve ser batida três vezes num pilar de pedras. A bola raramente é chutada e geralmente é movida através da cidade em uma série de abraços, composto de dezenas de pessoas.

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Crédito da foto

Não há limite para o número de pessoas que podem participar ou o tamanho da área de jogo, que pode ser por toda a cidade. Certas áreas como a igreja e cemitérios são evitados. Infelizmente para as empresas, as ruas são parte da área de jogo que os obriga a proteger as vitrines de suas lojas, e tentar ter o mínimo de danos possíveis. Acontecem muitos incidentes, com pessoas sendo feridas, mas os jogadores dizem que isso faz parte do jogo. Conta a história, que quando o então Príncipe de Gales (mais tarde rei Edward VIII) participou de um jogo em 1928, saiu dele com o nariz sangrento.

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A cidade enfeita as ruas com bandeirinhas e quem está trafegando pelo local, tem que esperar o jogo seguir em frente, para que a rua fique desobstruída e assim poder passar | Crédito da foto
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O objetivo do jogo é bater três vezes com a bola nesse pilar de pedra | Crédito da foto

Fontes: 1 2

“Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem)

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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