A alguns quilômetros de Jebel ad Dukhan, no coração do deserto de Bahrein, à beira do Golfo Pérsico, ergue-se majestosa uma colina de areia, alcançando uma altura de oito metros. No topo desta colina, em meio ao cenário árido e implacável, encontra-se uma notável árvore de algaroba (Cinerária prosopis), erguendo-se imponente a uma altura de 9,75 metros. Este espécime, com mais de quatro séculos de idade, é reverenciado como um verdadeiro enigma. Situada isoladamente, sem qualquer outra vegetação à vista, desafia as explicações convencionais sobre sua sobrevivência.
O que torna esta árvore ainda mais fascinante é o fato de pertencer a um gênero conhecido por sua capacidade de adaptação a ambientes áridos, possuindo sistemas radiculares profundos. No entanto, mesmo para uma espécie tão resiliente, a falta de uma fonte de água próxima desafia os limites do entendimento. Para muitos, sua existência desafia as leis da natureza, provocando uma sensação de admiração e mistério diante do aparente milagre da vida em um local tão inóspito.
O mistério envolvendo a sobrevivência desta árvore em condições tão adversas transformou-se em uma lenda entre o povo de Bahrein, justificando seu apelido de “Árvore da Vida“. Segundo relatos locais, a árvore teria sido plantada no longínquo ano de 1583 e, desde então, desafia todas as expectativas ao continuar a florescer de maneira exuberante. Com folhas viçosas e verdes, ela ergue-se altiva sobre uma pequena colina de areia, em meio a um vasto e árido deserto.
Contam-se histórias que remontam aos tempos ancestrais, sugerindo que o espaço ao redor da árvore foi palco de rituais e cultos há séculos passados. Em outubro de 2010, arqueólogos desvendaram vestígios de cerâmica e outros artefatos nas proximidades da árvore, alimentando ainda mais o fascínio em torno de sua presença. Alguns estudiosos aventuram a hipótese de que suas raízes se estendem profundamente na terra, alcançando fontes de água subterrâneas, embora esta teoria permaneça sem comprovação científica definitiva.
Os moradores locais têm suas próprias interpretações quando o assunto é desvendar o segredo da Árvore da Vida, mas suas narrativas estão distantes da lógica científica. Muitos creem que o local onde a árvore se ergue é, de fato, o verdadeiro Jardim do Éden, enquanto os beduínos estão convictos de que a árvore foi abençoada por Enki, o Deus mítico das águas. Seja qual for a explicação adotada, é inegável o espanto diante do contínuo crescimento de Sharajat-al-Hayat, como é conhecida entre os árabes, ao longo de aproximadamente quatro séculos.
Tornando-se uma atração turística local, a árvore recebe a visita de cerca de 50.000 turistas a cada ano. Recentemente, uma cerca de ferro foi instalada ao seu redor para protegê-la de possíveis vândalos, embora alguns grafiteiros tenham conseguido transpor essa barreira. Soberana no coração do deserto, a quilômetros de distância de qualquer fonte de água ou vegetação, a Árvore da Vida no Bahrein permanece como um dos fenômenos mais extraordinários do mundo, desafiando as leis da natureza e inspirando admiradores de todas as partes do globo.
Artigo publicado originalmente em março de 2016