À primeira vista, ao deparar-se com a imagem intrigante de um porta-aviões ancorado em um lago na China, surgem indagações sobre como uma embarcação daquelas dimensões veio parar nesse local singular e qual seria o propósito por trás dessa curiosa situação. Essas questões começaram a emergir quando as imagens captadas pelos satélites do Google, revelando o porta-aviões inusitado em meio ao lago, foram disponibilizadas pela primeira vez na internet.
Nos blogs e fóruns de discussão, uma verdadeira comoção tomou conta à medida que relatos surgiram, sugerindo que a China estaria discretamente empenhada na construção de seu primordial porta-aviões movido por energia nuclear. Dado o caráter comunista do país, dados provenientes da China são escassos, alimentando um ambiente propenso a especulações. Somente recentemente é que os verdadeiros propósitos subjacentes à presença de um porta-aviões em um lago começaram a vir à tona.
A China ganhou notoriedade por sua tendência a emular uma variedade de criações globais, desde objetos pequenos até mesmo cidades inteiras. Nesse contexto, um porta-aviões norte-americano não se tornou exceção.
O porta-aviões que provocou tanto tumulto nas plataformas online foi elaborado a partir de concreto e erguido nas margens do lago artificial Dianshan, localizado na cidade de Binzhou, na província de Shandong, a cerca de cinquenta quilômetros de Xangai. Este replica quase que integralmente o modelo do USS Enterprise, pertencente à classe Nimitz, com dimensões correspondentes a 7/8 do tamanho original da embarcação.
O USS Enterprise detém o título de ser o pioneiro porta-aviões movido a propulsão nuclear a integrar a frota da Marinha dos Estados Unidos. Além disso, assinala o marco de ser a primeira embarcação desse gênero a ser construída globalmente com tal forma de propulsão, sendo solenemente lançado às águas em setembro de 1960. Com seus impressionantes 342,3 metros de extensão, ele ostentava o título de ser o mais longo navio militar já fabricado naquela era.
O porta-aviões localizado em Binzhou possui dimensões de 260 metros de comprimento, 56 metros de largura e uma altura total de 31 metros. A altura do convés em relação ao solo é de doze metros, e sua área abrange cerca de dez mil metros quadrados. A jornada de construção dessa colossal estrutura teve início em 2003, e após dois anos, em 2005, somente o esqueleto e a estrutura externa estavam concluídos. Infelizmente, a empreitada ficou estagnada por diversos anos devido à falta de recursos financeiros para concluir o projeto.
A concepção desse conceito partiu da Binzhou City Tourism Bureau, com a visão de criar um complexo de entretenimento multifuncional. O propósito abrangia a instalação de restaurantes, salas de cinema, lojas e até mesmo um hotel. A região já contava com um proeminente centro educacional para jovens, abrigando aproximadamente quatro mil estudantes, e a noção de edificar um espaço de lazer desse porte era considerada promissora.
Lamentavelmente, o projeto não logrou o êxito almejado. O desenvolvimento do interior revelou-se substancialmente mais oneroso do que inicialmente previsto, resultando na exaustão dos recursos financeiros da cidade de Binzhou, que abrigava cerca de quatro milhões de residentes. O município se viu impossibilitado de completar a construção.
Diante dessa circunstância, o departamento de turismo empreendeu esforços para angariar investimentos. Em 2008, ocorreu um marco significativo, com a abertura dos primeiros restaurantes e bares no convés superior do navio.
No entanto, devido ao substancial custo do empreendimento e à ausência de medidas de segurança adequadas, considerando o estado inacabado da parte interna, todas as operações foram encerradas em 2010. A partir desse momento, o porta-aviões permaneceu em estado de inatividade, desempenhando somente o papel de um lembrete da infeliz imprudência dos governos locais na China. O investimento despendido nessa construção foi estimado em cerca de 19 milhões de dólares.
Recentemente, o governo chinês tomou a iniciativa de assumir o projeto, conferindo-lhe uma nova função como Centro de Educação Militar. O interior da estrutura passou por uma completa reestruturação para incorporar salas de treinamento, espaços para reuniões, restaurantes e áreas de lazer, entre outras comodidades.
Na vertente exterior, foi concebido um museu militar que abriga uma coleção de aeronaves militares chinesas, abrangendo helicópteros e aviões a jato, juntamente com exposições que incluem um míssil balístico e um tanque T-34. Essa transformação evidencia uma mudança substancial no propósito da estrutura e a sua reutilização para fins de educação e preservação histórica.
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