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Vespa mandarina: A vespa gigante asiática

Dentre todos os insetos asiáticos, a vespa mandarina (Vespa mandarinia) também conhecida como vespa-gigante-asiática, destaca-se como uma das mais renomadas. Não é por acaso, afinal, estamos diante da maior vespa do planeta, alcançando impressionantes cinco centímetros de comprimento e uma envergadura de seis a sete centímetros. Seu ferrão, com seis milímetros de extensão, inocula uma quantidade substancial de veneno e é capaz de ferroar múltiplas vezes, ao contrário das abelhas, que perdem seus ferrões após o ataque.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

Não é surpreendente que nos países asiáticos esse inseto seja conhecido como “grande abelha pardal” devido ao seu tamanho impressionante. Além disso, a vespa asiática é também chamada de abelha cabeça de tigre, devido às suas mordidas extremamente dolorosas. Seu veneno é considerado um dos mais tóxicos entre todos os insetos.

A mordida desse inseto é altamente perigosa e pode ser fatal, especialmente para pessoas com hipersensibilidade a venenos de insetos. Em um ataque de várias vespas simultaneamente, elas podem facilmente levar uma pessoa à morte. Um estudioso da espécie descreveu a picada dessa vespa gigante como semelhante a ter um prego quente perfurando a carne.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

Se uma pessoa já foi picada uma vez, a próxima picada representa um risco muito maior, podendo desencadear um choque anafilático. Essa é uma reação extrema do corpo ao veneno dos zangões e pode levar à morte. A reação anafilática se manifesta em até quinze minutos após a picada, e este é o limite de tempo crítico.

A vespa mandarina, também conhecida como vespa-gigante-asiática, é nativa do leste asiático, abrangendo regiões temperadas e tropicais. Sua distribuição inclui áreas do sudeste da Ásia continental e partes do Extremo Oriente russo. Essas vespas têm preferência por habitats montanhosos e florestas de baixa altitude, evitando praticamente completamente áreas planas e climas de alta altitude.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

A vespa constrói seus ninhos cavando, muitas vezes aproveitando túneis previamente escavados por roedores ou ocupando espaços próximos às raízes de pinheiros em estado de decomposição. Sua alimentação consiste principalmente de insetos de maior porte, colônias de outros insetos sociais (como formigas, cupins e abelhas), seiva de árvores e espécies de louva-deus.

As abelhas são particularmente vulneráveis às investidas das vespas mandarinas, cuja proliferação tem sido associada ao fenômeno do aquecimento global. O aumento das temperaturas resulta em uma taxa de sobrevivência mais elevada desses insetos durante o inverno. Além disso, no mês de outubro, período de acasalamento para as espécies no hemisfério norte, essas vespas gigantes tendem a se tornar mais agressivas.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

As vespas têm a capacidade de causar um grande impacto em uma colônia de abelhas, especialmente no caso da abelha-europeia introduzida. Um único indivíduo pode aniquilar até 40 abelhas por minuto, graças às suas poderosas mandíbulas que rapidamente atacam e decapitam suas presas. As picadas das abelhas são praticamente ineficazes, já que as vespas possuem um tamanho cinco vezes maior e uma proteção corpórea bastante robusta.

Surpreendentemente, um grupo relativamente pequeno de vespas, mesmo abaixo do número de 50, é capaz de dizimar uma colônia composta por dezenas de milhares de abelhas em questão de horas. Além disso, as vespas possuem uma notável capacidade de voo, podendo percorrer até 100 quilômetros em um único dia, atingindo velocidades de até 40 km/h.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

De fato, foram documentadas infestações dessas vespas, popularmente conhecidas como “vespas assassinas“, na China. Em um incidente passado, chegaram a resultar na trágica perda de quarenta vidas em uma única província. Atualmente, essas vespas também estão sendo identificadas nos Estados Unidos e no Canadá. Acredita-se que tenham chegado ao continente americano por meio de contêineres que transportavam frutas originárias da Ásia.

No Japão, essas vespas são responsáveis pela morte de aproximadamente 50 pessoas por ano, devido a reações alérgicas. Geralmente, as vítimas são indivíduos que trabalham nas zonas rurais, especialmente apicultores. A ameaça representada por essas vespas é, portanto, uma preocupação significativa para várias regiões.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

A vespa mandarina é frequentemente confundida com a vespa-asiática (Vespa velutina), uma espécie invasora que tem gerado grande preocupação em toda a Europa.

A vespa mandarina pertence a um grupo de 23 espécies do gênero Vespa, que inclui, entre outras, parentes comuns na Europa. O tamanho deste inseto é uma simples adaptação anatômica ao clima quente. Animais de maior porte conseguem tolerar temperaturas elevadas com mais facilidade, pois possuem uma superfície corporal maior para dissipar o calor para o ambiente.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

Devido ao seu tamanho imponente, esse inseto gigante possui um grande número de possíveis vítimas, mesmo entre espécies de tamanho semelhante. Em aparência, o vespão asiático é bastante semelhante a seus parentes menores.

As abelhas são as principais presas da vespa asiática. Criadores que testemunharam ataques às suas colmeias relatam estar profundamente chocados. A caçadora prende a abelha, primeiro cortando sua cabeça, seguido das asas e membros, mantendo o tórax para alimentar as larvas predadoras. Além disso, a vespa mandarina deixa um rastro de feromônios que serve para atrair outras vespas mandarinas até a colmeia que foi localizada.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

As abelhas japonesas (Apis cerana japonica) desenvolveram uma defesa inteligente contra essa ameaça gigante. Quando a vespa se aproxima da colmeia e emite seus feromônios, as abelhas permitem a entrada, mas preparam uma armadilha. A vespa entra na colmeia com a intenção de roubar as larvas das abelhas, como de costume. No entanto, uma vez dentro, é prontamente cercada por uma multidão de abelhas, que se aglomeram em torno da invasora, formando uma espécie de esfera protetora ao seu redor.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Bola de abelhas japonesas sobre uma vespa mandarina

As abelhas começam a vibrar os músculos de voo, elevando a temperatura dentro da “bola de abelhas” a até 46ºC, ao mesmo tempo em que aumentam a concentração de dióxido de carbono na formação defensiva. Essa combinação se revela letal para a vespa mandarina. O desafio é que abelhas de outros países não possuem esse mecanismo de defesa, tornando-se presas mais fáceis para a vespa mandarina.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

Certamente, é importante lembrar que essas vespas também desempenham um papel no ecossistema global, e, como outros animais, estão apenas buscando sobreviver. Algumas abelhas acabam perdendo a vida junto com o invasor, uma ação semelhante ao que acontece quando elas atacam outros intrusos com suas picadas.

No entanto, ao eliminar o vespão, evitam que ele chame reforços que poderiam causar a destruição de toda a colônia. Isso destaca a complexa interação entre as espécies e as estratégias que elas desenvolvem para coexistir e proteger seus ninhos e colônias.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

Independentemente do sexo, a cabeça da vespa apresenta uma tonalidade de laranja claro, com antenas castanhas e uma base amarelo-laranja. Os olhos e ocelos variam de castanho-escuro a preto. A vespa mandarina se distingue das outras vespas pelo clípeo proeminente e pela gena ampla. Suas mandíbulas laranja possuem um dente preto que é utilizado para escavar.

O tórax exibe uma coloração castanho-escuro, com duas asas cinzentas, que podem ter entre 3,5 a 7,5 centímetros de envergadura. As pernas dianteiras são mais brilhantes que as médias e traseiras, e a base destas últimas é mais escura em comparação com as demais. O abdômen apresenta alternância entre faixas de castanho-escuro ou preto e um tom amarelo-laranja, em consonância com a cor da cabeça. O sexto segmento é amarelado.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática

As rainhas são notavelmente maiores que as operárias, podendo alcançar mais de cinquenta milímetros, enquanto as operárias têm um comprimento de 35 a 40 milímetros. Em termos de anatomia reprodutiva, não há grandes distinções entre os dois tipos, embora as operárias não desempenhem um papel na reprodução. Os machos se assemelham às fêmeas, mas não possuem ferrão, uma característica comum entre os himenópteros.

Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Vespa mandarina devorando um louva-deus
Vespa mandarina, a vespa gigante asiática
Ninho da vespa mandarina

Fontes: 1 2 3

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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