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Winchester Mystery House, a casa mal assombrada

Winchester Mystery House é uma mansão em San José, na Califórnia, Estados Unidos, célebre por ser supostamente assombrada. Atualmente é uma atração turística, mas originalmente foi a residência pessoal de Sarah Lockwood Pardee Winchester, esposa do magnata da indústria de armamentos William Wirt Winchester. Sob a supervisão de Sarah, a construção da casa foi mantida durante 24 horas por dia por 38 anos, de 1884 até sua morte em setembro de 1922, quando as obras finalmente foram interrompidas. A mansão em estilo vitoriano com aproximadamente 8.000 metros quadrados, é notável por suas amplas dimensões e a completa falta de projeto e planejamento. Sarah acreditava que a casa era assombrada pelos fantasmas daqueles que foram mortos pelos rifles Winchester, fabricados pelo seu marido, e que só a continuação constante na construção da casa, poderia apaziguá-los.

A história inicia quando o marido de Sarah morre em março de 1881, e ela herda vinte milhões de dólares e 50% de participação da Companhia Winchester, dando lhe em torno de 2.000 dólares de renda por dia, que na época era uma pequena fortuna. Mas a riqueza não a consolava das perdas de seus entes queridos. Quinze anos antes, ela havia perdido Annie, sua única filha, semanas após o parto e mal tinha se recuperado, quando em 1880, seu pai morre de tuberculose e um ano mais tarde, é o marido que morre.

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Crédito da foto

Atormentada pelas mortes, ela acreditava que sua família tinha sido amaldiçoada, e entra em depressão. Certa noite, pouco tempo depois da morte de seu marido, Sarah ouve barulhos, gritos horríveis por toda a casa. E assim continua por vários dias seguidos. Completamente desesperada, Sarah procura Adam Coons, um médium famoso de Boston. Adam Coons informa que sua família havia sido amaldiçoado pelos espíritos das pessoas mortas pelos rifles Winchester e aconselhou Sarah a vender sua casa em New Haven e ir para o oeste, onde ela poderia construir ou reforma uma nova casa, para os espíritos de luz pudessem ali ficar para protegê-la, e os maus espíritos se acalmassem e a construção dessa casa nunca poderia parar e se parasse, ela morreria. Os rifles Winchester era a arma escolhida por todos aqueles pioneiros que viajaram para o oeste, a procura de uma vida melhor, e muitos morreram, atingidos por essas armas. O rifle era chamado “Gun that Won the West” algo como “a arma que conquistou o oeste”.

Em 1884, ela comprou uma casa inacabada no vale de Santa Clara, cerca de seis quilômetros a oeste de San José. Sarah retornou com as obras na casa nova, construindo novos quartos e cômodos na esperança de viver em paz. Porém, todas às vezes que uma parte da casa ficava pronta, ela mandava iniciar uma nova etapa, com esboço rudimentares que ela mesmo rabiscava, porém caóticos.

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No entanto, apesar dos seus esforços, às reformas na casa não faziam parar os tormentos que a acompanhavam. Aparições e vozes, eram vistas e ouvidas constantemente por ela. Sarah mandava construir quartos e mais quartos e muitos deles eram posteriormente demolidos e refeitos. Cômodos eram aumentados ou diminuídos incessantemente. Alguns eram selados, com a eliminação de portas e janelas. Portas eram colocadas em paredes externas, que se abriam para o vazio, sem ter sacadas ou varandas. Escadas eram construídas, mas não levavam a lugar nenhum ou corredores que dobravam sobre si mesmos.

As pessoas questionavam a saúde mental de Sarah, e várias teorias surgiram, tentando dar algum sentido ao que ela fazia em relação a casa. Algumas diziam que ela tentava confundir os fantasmas que estavam na casa, outros apenas diziam que era uma louca com muito dinheiro para gastar e as obras era uma espécie de passatempo, para distrai-la. Os trabalhadores se revezavam de maneira que 24 horas por dia se podia ouvir martelos e ferramentas na construção. O chefe de obras chegava pela manhã e ela dava as instruções do que queria para o dia e no dia seguinte, ela poderia mandar demolir o que havia sido feito no dia anterior ou reconstruir de outra forma e assim, sucessivamente.

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Também foi construída uma sala, chamada de “quarto azul”, a única com grades na janela, onde poucos entraram enquanto Sarah ainda era viva. Diziam que a sala foi construída com uma passagem para o outro mundo, sendo que ali ela recebeu os espíritos iluminados durante as sessões. O mágico Harry Houdini, participou de uma sessão espírita nesta sala em 1924. O número 13 aparece repetidamente em diferentes partes da casa: Muitas janelas tem 13 painéis, 13 banheiros, 13 degraus em escadas, 13 cúpulas de vidro sobre a estufa, 13 janelas em alguns banheiros, 13 jatos de gás no lustre do salão de festas, 13 painéis no teto de alguns quartos e o mais bizarro, ao lado da porta do quarto azul, há 13 ganchos, onde ela pendura 13 capas coloridas que durante a comunicação com os espíritos dos mortos.

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A casa já tinha sete andares, vários e vários cômodos, inúmeras lareiras e incontáveis janelas, quando em 1906 um terremoto destruiu parte da casa, jogando os três últimos andares ao chão. Sarah tinha 40 quartos para dormir, e num dia anterior ao terremoto, escolheu o quarto chamado ‘Daisy’, e foi justamente esse o mais destruído pelo terremoto, inclusive deixando Sarah presa entre as ruínas, e teve que ser resgatada. Isso para ela foi um sinal de que as obras na casa nunca poderia acabar. Os cômodos destruídos foram selados, e novos cômodos foram construídos em voltas deles. Sarah acreditava que os espíritos que estavam nestes cômodos na hora do terremoto, ficariam aprisionados eternamente. Sarah nunca dormia no mesmo quarto por duas noites seguidas e dizia que era para enganar espíritos malévolos.

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As obras não pararam, e por 38 anos, vários carpinteiros e trabalhadores, aumentaram, destruíram, selaram e mudaram a casa até que em 1922, após uma sessão espírita no quarto azul, Sarah foi se deitar e morreu durante o sono aos 83 anos de idade. Deixando uma mansão com aproximadamente 160 cômodos, 40 quartos, 13 banheiros, 3 elevadores, 47 lareiras, 10,000 janelas, 2.000 portas e incontáveis escadas. Algumas histórias dizem que até mesmo no dia de sua morte, as obras na casa continuavam normalmente e só pararam definitivamente, quando os trabalhadores souberam que ela tinha falecido.

Apesar de caótica, a casa era muito avançada para a época e foi equipada com o que tinha de melhor no mercado, com banheiros modernos, luz a gás com interruptor a pressão e elevadores hidráulicos. Tinha lustres de ouro de prata e portas alemãs. Os melhores marceneiros trabalharam para ela durante anos, fabricando baús e armários onde ela guardava tecidos finos de cetim e seda vindos da Pérsia e da Índia, linhos orientais bordados à mão, entre outros.

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Na primeira contagem, foi divulgado que a casa possuía 148 cômodos, mas numa segunda contagem o número foi para 160. Era impossível saber o número de cômodos que a casa possuía. O lugar era tão confuso e tão cheio de labirintos que os trabalhadores demoraram mais de seis semanas para retirar a mobília da casa. Hoje ela é registrada como a maior casa da Califórnia com número desconhecido de cômodos. Contudo, ainda hoje, visitantes e funcionários afirmam ouvir vozes e presenciar aparições estranhas dentro da casa. Talvez, os espíritos que ali entraram, e que jamais conseguiram sair.

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As histórias sobre ela e sua casa não param: Um dia, ela descobriu uma marca de mão escura na parede da adega (provavelmente feita por um empregado com as mãos sujas). Acreditando ser um presságio, ela ordenou que a adega fosse selada do jeito que estava e muitas obras foram feitas em torno nela, deixando-a inacessível até os dias atuais. Provavelmente deve estar abastecida com uma seleção de vinhos de mais de 100 anos. Outra conta que um dia, o presidente Teddy Roosevelt chegou à porta da frente da mansão para falar com a Sra. Winchester. Um jardineiro imigrante não reconhendo o presidente e disse-lhe para se dirigir a porta lateral “como todo mundo“. O presidente até que tentou, mas a casa era tão grande que ele se cansou de andar na procura da porta e se irritou com isso e foi embora. Ele e Sarah nunca se conheceram.

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Muitos dos empregados da casa, trabalharam com Sarah durante muitos anos e tendiam a se tornar supersticiosos; alguns diziam que ela podia atravessar paredes e portas fechadas. Na realidade, a casa tinha muitas passagens secretas e mesmo os empregados antigos não conheciam e Sarah utiliza dessas passagens para espionar seus funcionários enquanto trabalhavam, e era notório, dela aparecer silenciosamente por trás deles. Seus empregados sempre foram muito bem pagos, e havia um lista grande de pessoas querendo trabalhar na casa, mesmo com a má fama do lugar. Todos os funcionários favoritos foram incluídos em seu testamento.

Estimasse que Sarah gastou 5,5 milhões de dólares na casa, mas quando foi a leiloada depois de sua morte, foi vendida por meros 135.000 dólares. No entanto, tornou-se uma atração turística imediata e em 1924, já havia adquirido o apelido de “Mystery House” (casa misteriosa). Em 1974, ela foi adicionada ao US National Register of Historic Places, entidade que registra lugares históricos americanos.

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Sarah Winchester | Crédito da foto
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Quarto onde Sarah faleceu | Crédito da foto

Fonte: 1 2 3 4

“Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia.” – William Shakespeare

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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