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Abricó-de-macaco: A árvore das bolas de canhão

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O abricó-de-macaco (Couroupita guianensis), conhecido por diversos nomes populares como “castanha-de-macaco” ou “cuia-de-macaco”, é uma espécie de árvore nativa da região amazônica. Essa árvore impressionante pode atingir uma altura média entre 15 e 25 metros e é reconhecida por seus frutos redondos pendentes em cachos e suas flores espetaculares.

As flores se desenvolvem em racemos de até 80 cm de comprimento, emergindo diretamente do tronco da árvore. Elas são um exemplo extremo de cauliflora, conhecido como flagelliflora. Algumas árvores florescem tão abundantemente que todo o tronco pode ficar coberto por esses racemos exuberantes. Uma única árvore pode produzir até 1000 flores por dia.

Essas flores são altamente perfumadas, exalando um aroma especialmente intenso durante a noite e nas primeiras horas da manhã. Com até 6 cm de diâmetro, as flores apresentam seis pétalas, geralmente exibindo uma paleta de cores que varia de tons de rosa e vermelho na base a tonalidades amareladas em suas extremidades. Os estames são distribuídos em duas áreas distintas: um anel central de estames e uma disposição de estames modificados formando uma espécie de capuz. Embora a floração possa ocorrer ao longo do ano, é mais intensa durante a primavera e o verão.

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O fruto “Bola de Canhão”

O nome científico Couroupita guianensis foi atribuído pelo botânico Jean Baptiste Christophore Fusée Aublet em 1755. No entanto, é mais conhecida em inglês como “Cannonball Tree” (árvore bola de canhão) ou “Assassin Tree” (árvore assassina), devido aos extraordinários frutos que produz.

Os frutos são grandes e esféricos, lembrando antigas balas de canhão, com casca marrom e lenhosa. Podem chegar a diâmetros de 15 a 25 centímetros e pesar até três quilos cada. É surpreendente que uma única árvore possa produzir entre 200 a 300 desses frutos! Frutos menores podem conter cerca de 65 sementes, enquanto os grandes podem conter até 550.

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Características dos frutos e seus perigos

Os frutos do abricó-de-macaco levam quase um ano para amadurecer e podem ser perigosos quando caem. Ao cair no chão, eles se quebram e muitas vezes emitem um som semelhante a uma pequena explosão.

Externamente, lembram cocos, sendo extremamente fortes e pesados, podendo causar lesões graves em pessoas que estejam debaixo da árvore de forma imprudente. A polpa do fruto é branca e fica azul após a oxidação, uma reação com o ar, e mal cheirosa, o que os torna pouco apreciados para consumo humano. No entanto, servem de alimento para macacos e animais domésticos.

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Distribuição e curiosidades

Embora a árvore não seja nativa da Ásia e tenha sido introduzida lá apenas nos últimos 300 anos, sua identidade muitas vezes foi confundida com outras árvores mencionadas nas escrituras hindus e budistas, especialmente a árvore do Sal. Na Índia e no Sri Lanka, a árvore é venerada pelos hindus, que acreditam que suas flores encapuzadas se assemelham à nāga, sob a qual o estigma branco se assemelha a um Lingam, sendo, portanto, cultivada nos templos de Shiva.

Desde então, a árvore bala de canhão foi plantada em locais religiosos budistas e hindus na Ásia, acreditando-se que seja a árvore das escrituras sagradas. No Sri Lanka, Tailândia e outros países budistas Theravada, ela tem sido plantada em mosteiros budistas e outros locais religiosos.

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Importância cultural e ecológica

Além de seu impacto visual e biológico, o abricó-de-macaco também desempenha um papel importante na cultura e na ecologia das regiões onde é encontrado. Em algumas comunidades indígenas da Amazônia, a árvore é considerada sagrada e é utilizada em rituais e cerimônias. Além disso, suas flores e frutos fornecem alimento e abrigo para uma variedade de animais, contribuindo para a biodiversidade ecológica da região.

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Potencial medicinal e usos tradicionais

Além de suas características ornamentais, o abricó-de-macaco também possui potenciais usos medicinais. Em algumas regiões, partes da árvore são utilizadas na medicina tradicional para tratar uma variedade de condições, incluindo problemas de pele, inflamações e febres. Esses usos tradicionais demonstram a importância cultural e a versatilidade dessa espécie para as comunidades locais.

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Conservação e proteção

Devido ao desmatamento e à degradação do habitat, o abricó-de-macaco enfrenta ameaças significativas em seu ambiente natural. A proteção dessas árvores e de seus habitats é essencial para garantir sua sobrevivência e a preservação da biodiversidade amazônica. Iniciativas de conservação e manejo sustentável são fundamentais para garantir que futuras gerações possam desfrutar dessa árvore única e valiosa.

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Artigo publicado originalmente em outubro de 2016

Fonte: 1 2

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