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As enigmáticas pinturas de Tassili n’Ajjer

Tassili n'Ajjer é uma vasta região no sudeste da Argélia, no deserto do Saara. Reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, essa área abriga uma coleção única de pinturas rupestres com mais de 15.000 obras catalogadas.

Tassili n’Ajjer (que significa “planalto entre dois rios” no idioma berbere) se estende como uma vasta paisagem de deserto implacável para os viajantes modernos. Localizada no sudeste da Argélia, nas fronteiras da Líbia, Níger e Mali, esta área seca e visualmente áspera abrange mais de 28.000 milhas quadradas do deserto do Saara, sendo composta principalmente de arenito.

Apesar da aparência inicial desolada, Tassili n’Ajjer esconde muitos segredos que fascinam tanto a comunidade científica quanto os entusiastas de alienígenas. Em suas numerosas cavernas e fendas nas rochas em ruínas, um tesouro de pinturas rupestres antigas e arte rupestre aguarda descoberta.

As enigmáticas pinturas de Tassili n'Ajjer

Desde sua primeira descoberta em 1910, e subsequentemente explorada na década de 1930, equipes científicas têm investigado Tassili n’Ajjer de forma intensiva. As descobertas nas paredes das cavernas foram surpreendentes e intrigantes, levando alguns a afirmar que as imagens são evidências factuais de visitas de astronautas alienígenas à Terra.

Independentemente da posição no debate sobre alienígenas que os pesquisadores adotam, todos concordam que o local é único. A abundância de obras de arte descobertas conferiu à área a distinção de ser um dos locais mais importantes desse tipo no mundo. A UNESCO reconheceu essa importância ao adicionar Tassili n’Ajjer à lista de Patrimônios Mundiais em 1982, onde permanece até hoje.

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O explorador francês Henri Lhote

Os primeiros dias da descoberta

Um soldado francês chamado Charles Brennans foi responsável por algumas das descobertas iniciais na década de 1930. Durante uma missão exploratória em uma área remota do deserto, Brennans encontrou pinturas e gravuras rupestres representando elefantes, girafas, rinocerontes e figuras humanas peculiares.

Em 1956, Brennan retornou à região acompanhado por Henri Lhote, um explorador e etnógrafo francês, com apoio financeiro. Nos 16 meses seguintes, Lhote e sua equipe descobriram e documentaram quase 800 pinturas. O destaque absoluto foi uma representação de uma entidade com mais de 6 metros de altura, que Henry Lothe, prontamente chamou de “O Grande Deus Marciano”.

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Mais tarde, Lhote publicou um livro detalhando suas descobertas e introduziu a hipótese de que os desenhos humanoides em Tassili representavam antigos seres alienígenas. Ele nomeou uma das obras, Jabbaren (palavra que na língua tuaregue significa “Gigantes”) , e descreveu o desenho como um dos grandes deuses marcianos.

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O destaque absoluto foi uma representação de uma entidade com mais de 6 metros de altura, que o nosso explorador, Henry Lothe, prontamente chamou de “O Grande Deus Marciano”. No entanto, suas teorias foram amplamente ignoradas pela maioria dos cientistas convencionais, que optaram por afirmar que as imagens representavam seres humanos vestindo trajes rituais ou cerimoniais, e não tinham origem extraterrestre.

Muitos anos depois, ao revisar os desenhos trazidos de Tassili n’Ajjer, alguns pesquisadores modernos consideraram-nos enganosos. Alguns até alegaram que foram fabricados e que Lhote causou danos ao local para ganho pessoal.

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A análise do panorama geral

Desenhos de cavernas antigas oferecem aos humanos modernos uma visão de como nossos ancestrais viveram. A maioria dessas representações reflete a vida cotidiana de milhares de anos atrás, apresentando uma mistura de animais, plantas, estruturas e atividades rotineiras, como caça ou a vida em comunidade. As exposições em Tassili abrangem esses temas tradicionais e adicionam elementos intrigantes e, por vezes, misteriosos. Embora seja inegável que algumas das pinturas retratam elementos de origem desconhecida, a interpretação de sua origem extraterrestre permanece controversa.

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Algumas das representações inicialmente consideradas perplexas incluíam elementos típicos de ambientes mais aquosos do que o deserto moderno. No entanto, pesquisas adicionais e evidências corroborantes esclareceram que a região do Saara nem sempre foi um deserto. Entre 12.000 AC e 4.000 AC, era significativamente diferente. O que hoje é um deserto sem fim já foi um planalto próspero, repleto de vegetação, vastas fontes de água e uma diversidade abundante de vida em diversas formas e tamanhos.

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Análise Arqueológica

Até o momento, foram catalogadas mais de 15 mil pinturas rupestres, sendo consenso entre pesquisadores de diversas áreas que muitas outras existiram no passado. Infelizmente, a erosão desempenhou um papel significativo, causando um impacto considerável nas coleções antigas. Atualmente, apenas 1 em cada 5 pinturas está claramente preservada devido aos efeitos do tempo e da erosão.

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As pinturas rupestres têm uma idade estimada entre 10 e 15.000 anos. Elas estão fortemente concentradas em uma única área e apresentam uma distinção única em comparação com outros desenhos da mesma época. Enquanto a maioria dos desenhos rupestres dessa era geralmente exibe cores únicas, como o avermelhado ou preto, as pinturas de Tassili são notáveis por sua variedade de cores e aspecto mais artístico, como pode ser observado na foto abaixo.

Muitos elementos não vivos são retratados nas pinturas, incluindo vegetação, rios e plantas da selva. Além disso, os desenhos representam girafas, avestruzes, elefantes, bois, jacarés, hipopótamos, humanos envolvidos em diversas atividades e figuras estranhas, incluindo astronautas alienígenas. Esta última categoria tem atraído muita atenção, pois as misteriosas figuras humanóides parecem estar vestindo luvas, capacetes e trajes que se assemelham aos usados por astronautas modernos. Uma imagem controversa mostra várias mulheres humanas sendo escoltadas para uma nave não terrestre, lideradas por uma figura com um capacete em forma de globo.

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Junto aos desenhos, os pesquisadores identificaram um conjunto de símbolos únicos. Alguns especialistas especularam que esses símbolos faziam parte de um sistema de escrita rudimentar que existia na área há 5.000 anos. A arqueologia convencional tem resistido em aceitar esses símbolos como uma forma de linguagem genuína, pois isso implicaria em mudanças na crença estabelecida de que a Mesopotâmia foi o berço da civilização e da escrita.

Apesar da riqueza de desenhos, a ausência de artefatos funerários ou outros itens, como cerâmica ou objetos do cotidiano, deixa uma lacuna na compreensão completa das pessoas que os criaram e a que período de tempo eles estão realmente associados.

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A arte descoberta até agora foi classificada em cinco períodos distintos. O mais antigo é o período da “fauna silvestre”, que retrata a fauna do cerrado de 15 mil anos atrás, incluindo animais de grande porte da época. O período “arcaico”, também conhecido como período da cabeça redonda, está ligado a grande parte da controvérsia.

Arqueólogos tentaram classificar desenhos que são claramente de natureza estranha como humanos vestidos com grandes máscaras ou outros itens, alegando serem de natureza religiosa ou cerimonial. No entanto, muitos desses seres são representados flutuando e sem características distintivas, o que parece ir contra as teorias apresentadas pela comunidade científica.

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O período “pastoral” situa-se no meio do agrupamento e é onde está associada a maior parte dos desenhos. A característica dominante neste período são os pastores e as imagens da vida cotidiana nas aldeias. O período equino ou cavalo mostra uma mudança distinta, especialmente com a introdução do cavalo e menos animais de grande porte sendo puxados. Pouco depois vem o período do camelo, que coincide com a domesticação do camelo. As datas reais e a ordem dos cinco períodos ainda são uma questão de debate entre os investigadores, conforme observado anteriormente.

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Analisando as evidências para apoiar a teoria

É possível, como sugerem os teóricos dos antigos astronautas, que os nativos das Cavernas Tassili representassem os antigos astronautas que os visitaram nos últimos 10.000 anos? Segundo muitos pesquisadores, é uma possibilidade.

Para apoiar essa teoria, é preciso olhar para obras de arte antigas encontradas em todo o mundo como base de comparação. Mesmo as culturas mais primitivas são conhecidas por desenharem coisas que veem em suas vidas; há muito pouca evidência de obras de arte imaginativas. As pessoas simplesmente representaram o que viram. Por que as pessoas retratariam a fauna, os animais, os rios e as pessoas de sua região, mas depois acrescentariam algo que não podiam ver? O antigo povo de Tassili não era diferente e certamente não inventaria figuras humanóides com antenas, capacetes ou luvas, a menos que as vissem com os próprios olhos.

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Devemos considerar a possibilidade de que seres extraterrestres tenham visitado regularmente a Terra em um passado distante e que esses seres tenham tido contato regular com os antigos habitantes da região. Não há evidências de qualquer conflito entre esses seres alienígenas e os povos indígenas, então podemos presumir que a relação foi amigável.

Além disso, mais evidências de apoio vêm dos desenhos de seres misteriosos com luvas, botas e capacetes, que também são avistados em regiões como Azyefú, Ti-n-Tazari e Sefar. Desenhos de cabeça redonda também são encontrados nas linhas de Nazca, no Peru.

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Conclusão

Muitas pessoas acreditam que as pinturas rupestres de Tassili são evidências de seres humanóides que visitaram a Terra em um passado não tão distante. A ideia é que esses seres tenham deixado sua marca na história e que nossos ancestrais tenham registrado a prova de sua existência por meio dessas pinturas rupestres. A decisão de acreditar ou ignorar essas evidências é pessoal, e alguns optam por acreditar na possibilidade desses encontros.

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Magnus Mundi

Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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