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Ilha Bouvet, o lugar mais remoto do mundo

Bouvet, uma ilha vulcânica remota no Atlântico Sul, é desabitada e inóspita, conhecida por suas geleiras, penhascos íngremes e condições climáticas extremas, atraindo apenas expedições científicas.

Este lugar é conhecido como “o lugar mais solitário do planeta” e, de fato, trata-se de uma ilha congelada e desabitada situada entre a África do Sul e a Antártica, sendo considerada a ilha (e local) mais remoto do mundo. Localizada a aproximadamente 2.260 km de distância do ser humano mais próximo – os 271 habitantes da ilha de Tristão da Cunha, a ilha habitada mais remota do mundo.

Esta ilha é um refúgio isolado povoado apenas por vegetação, como líquenes e musgos, além de ser habitada por focas, aves marinhas e pinguins numa área de 49 km². A massa de terra mais próxima é a Costa da Princesa Astrid, na Terra da Rainha Maud, na Antártica, a 1.700km ao sul.

Crédito da imagem: Wikipédia

Olav Peak é seu ponto mais alto, com 780 metros, sendo o topo de um vulcão adormecido situado no centro da ilha, onde mais de 90% da massa terrestre é coberta por glaciares, apresentando espessas camadas de gelo que se sobrepõem à areia vulcânica. Este cenário desolado e majestoso evoca um sentimento de solidão e serenidade, destacando-se como um dos locais mais remotos e intocados da Terra.

Apesar de Olav Peak não ostentar uma elevação extraordinária, a Ilha Bouvet, devido à sua distância isolada do resto do mundo e ao fato de nunca ter sido escalada, tornou-se uma fonte de inspiração para o cineasta Jason Rodi. Rodi, que já havia conquistado as montanhas mais altas de todos os continentes, liderou uma equipe de cineastas e aventureiros em 2012 até o topo da ilha, onde instalaram uma cápsula do tempo, eternizando a conquista de um lugar tão remoto e inexplorado.

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Morar em Bouvet seria uma escolha desafiadora, dadas as condições inóspitas que predominam durante a maior parte do ano. Com um clima rigoroso e temperaturas que caem significativamente abaixo de zero durante o inverno, a ilha apresenta desafios climáticos substanciais. O terreno é caracterizado por gelo escorregadio, muitas vezes camuflado pela neve branca, e a possibilidade de avalanches torna a região ainda mais perigosa.

A acessibilidade à ilha é extremamente limitada, uma vez que está cercada por altas falésias glaciais, tornando a chegada uma tarefa árdua e restrita a poucos meios. A única maneira prática de alcançar Bouvet é através de um helicóptero, lançado do convés de um navio, com pouso na superfície gelada da ilha. Alternativamente, a opção de nadar até lá é reservada apenas aos pinguins, dada a sua adaptação única.

A inóspita Ilha Bouvet: longe de tudo e todos | Crédito da imagem: Nasa

Além disso, Bouvet carece de infraestrutura essencial, como portos, portos, telefone e eletricidade. Não abriga residentes humanos durante todo o ano, tornando-se um ambiente verdadeiramente remoto e isolado. A ilha é predominantemente uma face rochosa e desolada, envolta por vastas geleiras. Escolher viver em Bouvet seria, sem dúvida, uma experiência extrema e isolada, reservada para os que buscam uma vida em um ambiente único e desafiador.

No entanto, a Ilha Bouvet tem sido objeto de desejo nacional, e ao longo dos anos, várias tentativas foram feitas para reivindicá-la. Oficialmente descoberta por Jean-Baptiste Charles Bouvet de Lozier em 1º de janeiro de 1739, embora a sua posição no oceano estivesse inicialmente incorreta, a ilha foi redescoberta em 1808 por James Lindsay. Este último, ao pensar que havia encontrado uma ilha diferente, a renomeou com imaginação como “Ilha Lindsay”. A saga de renomeações continuou até 1825, quando o capitão baleeiro Norris a redescobriu e a rebatizou como “Ilha de Liverpool”, reivindicando-a em nome da Coroa Britânica.

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As reivindicações territoriais persistiram, e em 1º de dezembro de 1927, a Noruega desembarcou na ilha, permanecendo por um mês e declarando a soberania sobre ela. Renomeada como Bouvetøya, desde então a ilha permanece sob controle norueguês e é ocasionalmente utilizada para estudos científicos, especialmente no monitoramento da migração de baleias. Em 1971, a Ilha Bouvet e suas águas territoriais adjacentes foram designadas como uma reserva natural.

A ilha até possui seu próprio domínio de internet, “.bv”, embora atualmente não existam sites com essa extensão na web, pois o governo norueguês decidiu deixar o domínio sem uso, pelo menos por enquanto. Apesar das tentativas de colonização, a ilha manteve-se desabitada. Em 1994, a Noruega estabeleceu uma estação científica na ilha, porém, com o tempo, ela se tornou invisível após ser inundada e soterrada por uma avalanche, demonstrando a extrema e desafiadora natureza do ambiente de Bouvet.

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Em maio de 2013, o satélite Landsat 8 capturou a imagem impressionante de Bouvet, revelando uma paisagem dominada por uma espessa camada de gelo, que cobre mais de 90% do território da ilha ao longo do ano. As geleiras Christensen, ao norte, e Posadowsky, ao sul, contribuem para a majestosa topografia. Um distintivo anel de areias negras, provenientes de praias vulcânicas, circunda a maior parte da ilha, adicionando um contraste notável ao ambiente gelado.

Ao observar a ilha de cima, destaca-se a caldeira Wilhelmplataet, uma vasta depressão circular localizada no lado ocidental de Bouvet. Essas caldeiras são formações resultantes de erupções vulcânicas, onde o esvaziamento de câmaras de magma leva ao colapso de parte da crosta. A erupção mais recente em Bouvet ocorreu há aproximadamente 2 mil anos. A imagem aérea revela também abruptos penhascos de gelo que se projetam sobre as praias e os oceanos, proporcionando uma visão dramática e única da geografia única da ilha.

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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