Moray ou muray (Quechua) é um sítio arqueológico no no Vale Sagrado dos Incas, no Peru, aproximadamente a 38 quilômetros a noroeste de Cuzco, em um planalto a cerca de sete quilômetros a oeste da vila de Maras. O local contém ruínas incas incomuns, consistindo principalmente em várias depressões circulares com terraços, que parece um antigo anfiteatro grego.
O maior desses terraços se situa-se no centro, com cerca de doze terraços, sendo o mais fundo estando numa profundidade de cem metros, e como acontece em outros sítios arqueológicos incas, o sistema de dreno é tão bem feito, que mesmo sendo uma depressão, nunca se inunda completamente.
Surpreendente em geral é a forma precisa desta paisagem com terraços, onde os mesmos são posicionados um em cima do outro de forma circular. A precisão da estrutura geométrica dos terraços, em uma área de 37 hectares, com quatro côncavos (muyus), cada um rodeado por plataformas com canais de irrigação e interligados por outras estruturas.
Construídos em sumidouros naturais, provavelmente crateras deixadas por impacto de meteorito e fizeram uma remodelação geométrica teria envolvido o transporte de centenas ou milhares de toneladas de solo e rocha.
Uma das características mais notáveis dos moray é a grande diferença de temperatura que existe entre o topo e o fundo da estrutura, que pode ser tanto quanto a 15ºC. Esta grande diferença de temperatura criou micro climas, e isso possivelmente foi usado pelos incas para estudar os efeitos de diferentes condições climáticas nas colheitas.
Os moray reproduzem as condições climáticas de diferentes zonas ecológicas do Império Inca. Devido à posição abrigada, cada um desses níveis de terraços (andenes) representa aproximadamente 1.000 metros de altitude em condições normais de cultivo. No geral, o complexo teria 20 ou mais zonas ecológicas, em escala.
Supõe-se que os terraços de moray foram usados por sacerdotes incas para estudos das culturas vegetais e assim poder orientar os agricultores incas o que eles poderiam plantar em determinados campos de acordo com a altitude.
O que intriga os pesquisadores a séculos é o sistema de drenos usados pelos incas. Nos moray, mesmo o nível mais baixo é perfeitamente drenado, e nunca fica inundado, mesmo depois de chuvas incessantes. Se acredita que deve haver canais subterrâneos construídos no fundo da depressão, permitindo que a escoa por um ralo. Também é plausível que o fundo é feito sobre rochas porosas que permite que a água seja filtrada em direção ao interior da terra.
Talvez nunca se saberá qual era o verdadeiro objetivos dos moray, mas a teoria que eles terem sido feitos como uma estação de pesquisa agrícola é uma possibilidade muito provável. Talvez não seja surpreendente, já que cerca de 60% das colheitas de alimentos do mundo originaram-se nos Andes, incluindo centenas de variedades de milho e outras tantas variedades de batatas.
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