Localizada a cerca de 12 km a noroeste de Persépolis, na província de Fars, Irã, encontra-se a impressionante necrópole de Naqsh-i Rustam, também conhecida como Naqsh-e Rustam, e as pessoas locais chamam esses túmulos de Cruzes Persas. Este antigo sítio arqueológico é uma testemunha silenciosa da grandiosidade e da história milenar do Irã (antiga Pérsia), contendo uma coleção de relevos rochosos esculpidos na face da montanha.
Essa área arqueológica é composta por quatro túmulos impressionantes, pertencentes a Dario I, Xerxes I, Artaxerxes I e Dario II, e os antigos relevos rochosos, formam o complexo conhecido como Naqše-Rustam (originalmente Naqš-e Rostam). O relevo mais antigo remonta a mais de três mil anos atrás, enquanto os demais, considerados “mais recentes”, datam de cerca de mil e setecentos anos.
A entrada para cada túmulo está cuidadosamente posicionada no centro de uma cruz esculpida, enquanto o interior do túmulo em si revela uma pequena câmara contendo o sarcófago do rei. Uma característica notável é a viga horizontal presente em cada fachada do túmulo, que se acredita ser uma réplica precisa da entrada do majestoso palácio de Persépolis. Essa meticulosa semelhança ressalta a conexão simbólica entre os túmulos e a imponente arquitetura real, enfatizando a importância e a grandiosidade dos monarcas aquemênidas enterrados ali.
Durante o reinado da dinastia sassânida no século III, foram esculpidos vários baixos-relevos que, embora não se destaquem pelo seu valor artístico, são extremamente significativos do ponto de vista histórico e mitológico. Apesar de sua aparência desajeitada, tosca e mal conservada, essas representações oferecem insights valiosos sobre a cultura e as crenças da época, além de proporcionarem uma visão única dos eventos e figuras que moldaram a era sassânida.
O legado dos Aquemênidas e Sassânidas
Naqsh-i Rustam é mais do que um simples local de sepultamento. É o local de descanso final de quatro reis aquemênidas proeminentes. Esses túmulos escavados na montanha apresentam uma arquitetura ornamentada, com fachadas adornadas por grandes painéis que retratam os reis sendo investidos por deuses, cercados por figuras de soldados e oficiais.
Além dos túmulos aquemênidas, os relevos rochosos de Naqsh-i Rustam também exibem figuras imponentes dos reis sassânidas. Um dos relevos mais famosos retrata o rei sassânida Sapor I a cavalo, com o imperador romano Valeriano curvando-se em submissão. Este evento histórico, que comemora a Batalha de Edessa em 260 d.C., simboliza a humilhação dos romanos e a ascensão do Império Sassânida.
Uma integração de glórias passadas e presentes
A disposição estratégica dos relevos sassânidas abaixo dos túmulos aquemênidas reflete a intenção dos sassânidas de se associarem às glórias do antigo Império Aquemênida. Ao vincular sua própria linhagem imperial às conquistas e prestígio dos reis anteriores, os sassânidas buscavam legitimar seu próprio governo e reivindicar uma herança nobre e respeitável.
Naqsh-i Rustam permanece não apenas como um testemunho tangível do passado glorioso do Irã, mas também como um símbolo da continuidade e da persistência da cultura e da identidade iranianas ao longo dos séculos. Este tesouro arqueológico continua a intrigar e inspirar visitantes e estudiosos, oferecendo uma janela fascinante para as eras antigas do Irã.
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