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Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden

A Wattwandern é uma atividade popular praticada na região do Mar de Wadden, principalmente na Alemanha e nos Países Baixos. Consiste em caminhar pelas planícies de maré expostas durante a maré baixa, explorando o lodo e os canais enquanto observa a vida selvagem marinha.

A borda sudeste do Mar do Norte, ao longo da costa da Dinamarca até a Holanda, forma um cinturão raso composto por lamas e ilhas-barreira. Geralmente submersa, essa área se transforma duas vezes por dia, quando a maré recua, revelando uma vasta extensão de cerca de 15 km de planícies de maré. Essa região é conhecida como o Mar de Wadden, caracterizada como “um dos últimos ecossistemas inter-mareais de grande escala” existentes no planeta.

O Mar de Wadden se estende desde Den Helder, na Holanda, no noroeste, percorrendo os extensos estuários fluviais da Alemanha até sua fronteira norte em Skallingen, ao norte de Esbjerg, na Dinamarca. Possui um comprimento total de aproximadamente 500 km e abrange uma área total de cerca de 10.000 km².

Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden

A caminhada nas lamas é um passatempo popular entre holandeses e alemães, conhecido como Wattwandern em alemão e Wadlopen em holandês. Geralmente realizada descalça, permite que a lama flua entre os dedos, proporcionando uma massagem natural ao caminhar. Enquanto avançam, os praticantes sentem o movimento de animais como arrecedores, mexilhões, vermes, camarões, pequenos caranguejos, caracóis e estrelas-do-mar que emergem com a retirada do mar.

Anualmente, dezenas de milhares atravessam os lamaçais em direção a várias ilhas no Mar de Wadden, que ficam expostas na maré baixa. Entretanto, essa atividade apresenta riscos, pois a lama pode ser instável e afundar repentinamente. É fundamental seguir rotas marcadas e evitar se desviar do caminho demarcado para garantir a segurança durante a caminhada.

Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: in_case_of/Flickr

O Mar de Wadden é um tesouro de biodiversidade, abrigando mais de 10.000 espécies que variam desde organismos microscópicos até peixes, aves e mamíferos. Este ecossistema serve como um viveiro vital para diversas espécies de peixes, oferecendo águas rasas ideais para a criação de filhotes. À medida que crescem, muitos desses peixes migram para o Mar do Norte.

Além disso, essa região é uma fonte farta de alimentos que são abundantemente disponíveis a cada ciclo de marés, atraindo uma grande diversidade de aves migratórias, incluindo pernaltas, patos, gansos, gaivotas, andorinhas-do-mar e focas, especialmente os selos. Mais de 30.000 focas do porto habitam o Mar de Wadden, utilizando-o como uma fonte de alimentos durante a maré alta e aproveitando para descansar e se aquecer ao sol durante a maré baixa. Essa riqueza biológica torna o Mar de Wadden um ponto de importância vital para a vida selvagem e um dos ecossistemas mais diversos e vibrantes do mundo.

Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: Christian Pichler/Flickr

A biodiversidade atual do Mar de Wadden representa apenas uma fração do que existia antes da intervenção humana. Muitas espécies de peixes, como o salmão do Atlântico, trutas marrons, além de raias lacunas, caracóis e leitos de ostras anteriormente presentes na região, desapareceram.

As baleias francas do Atlântico Norte e as baleias cinzentas que costumavam frequentar a área foram completamente dizimadas devido à caça às baleias. Além disso, o tamanho do próprio Mar de Wadden diminuiu significativamente, atualmente representando cerca de 50% do seu tamanho original. Esses impactos humanos têm deixado marcas profundas na rica diversidade e na extensão geográfica deste ecossistema.

Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: Detlef Reichardt/Flickr
Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: George/Flickr
Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: George/Flickr
Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: Alexander Fink/Flickr
Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: Gerben van Heijningen/Flickr
Wattwandern, a caminhada na lama no Mar Wadden
Crédito da foto: Thijs Knaap/Flickr

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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