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A misteriosa Caverna Royston

A Royston Cave, em Hertfordshire, Reino Unido, é uma misteriosa câmara subterrânea ricamente esculpida, sugerindo origens medievais e envolvendo teorias especulativas sobre seus propósitos e criadores.

A caverna Royston (Royston Cave) é uma fascinante caverna artificial situada em Katherine’s Yard, Melbourn Street, Royston, Inglaterra. Estrategicamente localizada abaixo do cruzamento formado pela Ermine Street e Icknield Way, a caverna é protegida como um monumento antigo programado e reconhecida como um edifício listado de Grau I. Embora haja especulações sobre seu uso pelos Cavaleiros Templários, fundadores da vizinha Baldock, essa teoria carece de evidências substanciais, apesar de seu grande apelo popular.

Diversas teorias circulam sobre a Caverna, abrangendo possíveis conexões com Maçons e Templários, assim como a sugestão de que poderia ter servido como prisão ou cela anacoreta. Contudo, nenhuma dessas teorias foi respaldada por evidências suficientes para ser adotada pelo Cave Trust. A Caverna Royston abre suas portas ao público durante os meses de verão, aos sábados, domingos e feriados à tarde, entre a Páscoa e outubro.

A misteriosa Caverna Royston

A câmara circular em forma de sino, escavada na rocha calcária, possui impressionantes 8 metros de altura e 5 metros de diâmetro, complementados por um pódio octogonal circunferencial. A origem desta câmara permanece um mistério intrigante.

O que torna a Caverna Royston única na Grã-Bretanha são as numerosas esculturas medievais adornando suas paredes; comparáveis exemplos podem ser encontrados apenas na antiga Checoslováquia e em Israel. Algumas das figuras esculpidas são acreditadas representar Santa Catarina de Alexandria, São Lourenço e São Cristóvão, adicionando um toque excepcionalmente histórico e artístico a este local singular.

A misteriosa Caverna Royston

Várias teorias

A Caverna Royston tem sido alvo de diversas especulações, embora seja desafiador determinar com precisão sua origem e função.

  • Cavaleiros Templários: Há especulações de que a caverna possa ter sido usada pelos Cavaleiros Templários antes de sua dissolução em 1312. Alegações sugerem que a caverna foi dividida em dois andares por um piso de madeira, possivelmente utilizado para atividades dos Templários. No entanto, as esculturas presentes, como duas figuras em armaduras completas, indicam uma data posterior, após a era dos Templários.
  • Loja dos Primeiros Maçons: Alguns teorizam que o rei Jaime I, possivelmente envolvido com a Maçonaria, usou a Caverna Royston para praticar a Maçonaria longe dos olhares da corte. Essa hipótese sugere que Royston Cave pode ser um dos primeiros exemplos de uma Loja Maçônica na Inglaterra.
  • Armazém Agostiniano: Alega-se que a caverna era usada por monges agostinianos do convento local como um armazém fresco para produtos e uma capela para devoções. A ideia de que tenha sido um ponto de encontro para católicos recusantes durante a Reforma tem pouco respaldo.
  • Eremita Saxônica: Algumas interpretações sugerem que a caverna era um eremitério, a morada subterrânea de um eremita, com visitantes pagando ao eremita por preces por sua passagem segura.
  • Capela de Senhora Roísia: Lady Roisia, que dá nome a Royston, pode ter usado a Caverna Royston como sua capela particular, sendo atribuído a ela o estabelecimento da cruz de pedra no cruzamento de Royston.
  • Linhas Ley: A caverna é frequentada por pagãos e entusiastas de energias da Terra, que acreditam que as linhas Michael e Mary Ley se cruzam dentro da caverna, conectando locais sagrados com energia eletromagnética e proporcionando um local sagrado por milhares de anos.

Apesar das várias teorias, a verdadeira origem e propósito da Caverna Royston permanecem envoltos em mistério, contribuindo para sua aura de fascinação e especulação.

A misteriosa Caverna Royston

Redescoberta

Embora a origem precisa da Caverna Royston permaneça um mistério, sua redescoberta está bem documentada. Em agosto de 1742, durante a construção de uma base para uma nova bancada no Mercado da Manteiga, um operário descobriu uma pedra de moinho enterrada e, ao cavar ao redor dela, e a puxaram para cima, descobriram que era na verdade uma espécie de porta bloqueando um grande poço, de 60 centímetros de largura e 5,5 metros de profundidade, com apoios para os pés cortados como uma escada.

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A cavidade em forma de sino com cerca de 7,60 metros de altura por 5, 50 metros de largura, mais da metade preenchida com terra, gerou rumores de um tesouro enterrado. Várias carroças de solo foram removidas até atingir o leito rochoso, revelando apenas ossos antigos e fragmentos de cerâmica. O solo, descartado como inútil na época, poderia ter sido mais bem analisado pela arqueologia moderna.

Localizada na junção da antiga trilha leste-oeste, Icknield Way, e a estrada romana norte-sul, Ermine Street, a caverna é uma relíquia histórica significativa. A Icknield Way, utilizada durante a Idade do Ferro, é sugerida como se estendendo do Vale do Tâmisa em direção a East Anglia. A moderna A505 entre Royston e Baldock segue aproximadamente essa rota.

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As esculturas dentro da caverna, muitas delas originalmente coloridas, retratam principalmente temas religiosos, como a Crucificação e diversos santos. A figura de São Lourenço segurando a grelha do martírio é notável, assim como a possível representação de Santa Catarina com uma coroa e roda. Há também uma figura coroada segurando uma roda, provavelmente São Cristóvão, e outra com uma espada, possivelmente São Miguel ou São Jorge.

Uma figura feminina nua, conhecida como Sheela na Gig, adiciona um elemento intrigante ao simbolismo religioso. Buracos próximos às esculturas sugerem que velas ou lâmpadas eram usadas para iluminar as imagens. A riqueza simbólica da Caverna Royston continua a fascinar e levantar questões sobre seu propósito original.

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Restauração

Em 2010, foi descoberto que a umidade na gruta propiciava a infestação e danificação das paredes e esculturas por larvas de insetos e vermes. Em resposta, foram iniciados trabalhos de restauração para enfrentar essa ameaça. Em agosto de 2014, relatou-se que os esforços para erradicar os vermes foram bem-sucedidos.

James Robinson, gerente da caverna, explicou: “Controlar a população de vermes apresentou um desafio único, pois não era aconselhável utilizar produtos químicos ou gases em um espaço aberto ao público. A abordagem mais prática foi reduzir o habitat dos vermes, removendo grandes volumes de solo e detritos na base da caverna, especialmente abaixo das esculturas. Sem alimento, os vermes logo seguiram em frente”.

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Além da infestação, os trabalhos de restauração incluíram reparos nas tubulações de água, pois a infiltração de água na caverna resultou em rachaduras nas esculturas. Também foi observado que a vibração do tráfego de veículos acima da caverna poderia causar problemas, especialmente em caso de alterações no uso da estrada.

Apesar dos esforços de restauração, em novembro de 2018, a caverna foi adicionada ao Registro de Patrimônio em Risco da Inglaterra Histórica. Posteriormente, a situação da caverna foi destacada em uma reportagem da BBC News, chamando a atenção para a necessidade contínua de preservação desse patrimônio único.

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Entrada para a Royston Cave

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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