Na estrada Pigeon Hill Street em Rockport, Massachusetts, você poderá encontrar uma das casas mais inusitadas que existem nos Estados Unidos. ‘Paper House’, ou Casa de Papel é única no mundo e olhando-a, ela mais parece uma cabana de madeira como todas as outras.
A construção da casa de papel começou em 1922, quando Elis Stenman, um engenheiro mecânico, decidiu construir uma pequena casa de verão. A casa começou como qualquer outra casa, com estrutura de madeira, telhado de telha e piso, mas quando se tratava das paredes, Stenman tinha ideias diferentes.
As paredes da casa de papel são feitas de camadas e mais camadas de jornais velhos, colados até ficarem com cerca de um centímetro de espessura, e depois finalizados com uma camada de verniz. Tudo dentro da casa também é feito de papel. Stenman construiu cadeiras, mesas, estantes e até cortinas e um relógio com páginas de jornais e revistas. Apenas o piano é feito de madeira e coberto com papel para manter a uniformidade, e a lareira é feita de tijolos, por motivos óbvios.
Ninguém sabe ao certo o que motivou Stenman a usar jornais. Seus descendentes supõem que ele queria experimentar um material de isolamento barato e prontamente disponível durante a época da depressão. Até a cola é caseira, feita de farinha, água e casca de maçã. Stenman também pode ter experimentado a reciclagem, ou pode ter adorado papel. Afinal, ele projetou as máquinas que fazem clipes de papel.
Originalmente, ele planejava cobrir as paredes externas com ripas, mas o papel sobreviveu ao primeiro inverno tão bem que ele decidiu que proteção extra era desnecessária. Stenman completou a casa em apenas dois anos e morou nela até 1930, mas continuou seus experimentos de reciclagem de papel. Nos vinte anos que Stenmans passou construindo a casa e seus muitos móveis, ele usou aproximadamente 100.000 jornais.
Depois de quase noventa anos, as camadas superiores das paredes estão lentamente começando a descascar, expondo fragmentos de artigos e anúncios do passado que os visitantes acham delicioso de ler. Na escrivaninha você pode pegar as contas do vôo transatlântico de Charles Lindbergh, enquanto o gabinete de rádio está repleto de notícias da campanha presidencial de Herbert Hoover.
O piano incorpora reportagens de jornais sobre as expedições do Almirante Byrd aos Pólos Norte e Sul. Com o passar do tempo, mais paredes vão descascando, revelando pedaços de notícias antigas. Após a morte de Stenman em 1942, a casa foi transformada em museu, e administrado pela sua sobrinha-neta, Edna Beaudoin.
Site oficial: www.paperhouserockport.com
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