O Fotógrafo polonês Arkadiusz Podniesinski visitou a região do desastre nuclear de Fukushima, no Japão em setembro de 2015 para ver com seus próprios olhos o que ele achava que nunca mais iria acontecer no planeta e comentou: “Quando visitei Chernobyl pela primeira vez, eu achava que um desastre semelhante não poderia ocorrer novamente em nenhum lugar da Terra, e certamente não no Japão. Afinal de contas, a energia nuclear é segura e a tecnologia é cada vez menos propensa a falhas e, portanto, um desastre semelhante não iria acontecer no futuro. Mas aconteceu!“.
Quando ele obteve autorização para entrar na Zona de Exclusão, só lhe foi permitido chegar a 20 quilômetros da usina nuclear, mas por onde ele andou, foi confrontado com cenas semelhantes a um filme pós-apocalíptico. “Não são os terremotos ou tsunamis os culpados pelo desastre na central nuclear de Fukushima Daiichi, mas os seres humanos“, escreve Podniesinski em seu site. Ele realizou o projeto fotográfico para que pudesse tirar suas “próprias conclusões, sem ser influenciado por qualquer informação divulgado na mídia pelo governo japonês ou responsáveis ligados a usina nuclear que estão tentando jogar para baixo do tapete, os efeitos do desastre“.
Após o desastre na central Fukushima, uma área de três quilômetros foi evacuada e mais tarde, ampliado para 20 quilômetros que é chamada Zona Vermelha, e nessa área cerca de 160 000 moradores foram obrigados a abandonar a área as pressas e um sistema ineficiente de monitoramento dos níveis de radiação, resultou em muitas famílias sendo divididas ou evacuadas para lugares onde a contaminação era ainda maior. Nos meses e anos que se seguiram, as leituras da radiação tornaram-se mais precisas, e os limites da zona de exclusão aumentaram.
Quatro anos após o acidente de mais de 120 000 pessoas ainda não foram liberadas para voltar para suas casas, e muitos deles ainda estão vivendo em alojamento temporário construído especialmente para acomodá-las. Tal como acontece com Chernobyl, alguns moradores desafiaram a ordem de evacuar e voltaram para suas casas logo após o desastre e algumas dessas pessoas nunca mais saíram.
Nas zonas em vermelho não é permitido o acesso e nenhum tipo de limpeza ou descontaminação é realizado. Já na zona em laranja, onde radiação é menor, está sendo feito um trabalho de limpeza e descontaminação e os moradores tem autorização de visitar suas casas, mas não estão autorizados a viver nelas e nas zonas em verde, os trabalhos de descontaminação já foram concluídos e a limpeza está nos estágios finais e brevemente os moradores poderão voltar a suas casas. Na descontaminação, 20 mil trabalhadores limpam meticulosamente o solo nas terra fértil usadas para agricultura e pastagens.
Essa terra é colocada em grandes sacos escuros e levadas aos milhares e empilhadas numa área fora das cidades que está se tornando parte permanente da paisagem de Fukushima. Cidades e aldeias estão sendo limpas, casa por casa e rua por rua. As paredes e telhados das casas e prédios são pulverizados e esfregados. Já a descontaminação é feita nas áreas férteis, ao redor das casas e numa faixa de 10 metros ao longo das ruas e muitas áreas como florestas e montanhas não podem ser descontaminadas e os cientistas estão preocupados que as chuvas irão trazer isótopos radioativos das montanhas e florestas e contaminar o solo novamente.
Os moradores protestam contra os locais de despejo localizados perto de suas casas e muitos não estão vendendo ou alugando suas terras para esse fim, pois eles não acreditam no governo de que em 30 anos, os sacos contendo os resíduos radioativos terão desaparecidos da área, e estão preocupados que esses resíduos ficam por lá para sempre.
Naoto Matsumura, um agricultor que retornou ilegalmente pouco tempo depois do acidente, para a área que na época ainda era de zona vermelha, disse que voltou para cuidar dos animais abandonados, e decidiu voltar depois de ver rebanhos inteiros vagando sem rumo pelas ruas vazias, morrendo de fome ou sendo abatidos sem dó, pelas autoridades.
Agora se pode explorar a cidade de Okuma em Fukushima após o desastre pelo Google Streetview
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Ao ver o horror que ainda acontece em Fukushima;vejo que o próximo terremoto com tissunâme,vai destruir com o Japão que é uma ilha.Construir usina nuclear na beira do mar e em cima de uma falha tectônica é um crime inafiançável.A ganância fala mais alto e quem paga por isso,é o povo pobre do Japão que não tem dinheiro para morar em outro lugar do planeta e nem Jatinho particular.Amo o povo Japonês sua cultura,história,gastronomia e sua forma de ser.As Usinas de fukushima estão afundando de 0,70 a 0,75 cm de profundidade por que o solo não esta resistindo ao peso das usinas e por ter enfraquecido com os abalos de tremores.Tantas formas de gerar energia elétrica limpa e escolheram a mais suja de todas que é a energia nuclear.Levando todo o ecossistema a morte e dos seus semelhantes.O planeta não vai resistir a tanta falta de amor a vida,vamos pagar pela causa e efeito e lhe pergunto;vamos sobreviver a este holocausto global??? Que YAOHUH nos proteja amém…
[…] O cenário apocalíptico de Fukushima […]