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A árvore leprosa de Malawi

A hanseníase, conhecida popularmente como lepra, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também chamada de bacilo de Hansen. Essa condição afeta os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Normalmente, os sintomas da doença incluem o aparecimento de manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos. Além disso, outras regiões do corpo também podem ser afetadas, como o rosto, as orelhas, as nádegas, os braços, as pernas e as costas.

A árvore leprosa de Malawi
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A hanseníase é uma doença que atualmente possui tratamento efetivo, mas até cerca de setenta anos atrás, representava uma enfermidade terrível e fatal. A partir do século 17, a lepra tornou-se um problema significativo não apenas em países menos desenvolvidos da África e da Ásia, mas também na Europa Ocidental. Devido à falta de conhecimento sobre a doença, à inexistência de uma cura eficaz e aos efeitos desfigurantes que causava nos pacientes, os portadores de hanseníase eram frequentemente marginalizados e excluídos da sociedade.

As pessoas afetadas por essa doença eram submetidas ao ostracismo, sendo forçadas a deixar suas comunidades, colocadas em quarentena ou, em alguns casos extremos, até mesmo assassinadas. Esse tratamento cruel e desumano era resultado da ignorância generalizada sobre a transmissão e o tratamento da hanseníase, além do estigma e do medo associados a ela.

Felizmente, avanços significativos foram feitos no conhecimento e tratamento da doença ao longo dos anos. A descoberta de medicamentos eficazes, como a poliquimioterapia (PQT), possibilitou a cura da hanseníase em muitos casos. Além disso, campanhas de conscientização e educação têm ajudado a desmistificar a doença, reduzindo o estigma e promovendo a inclusão social dos pacientes.

É importante destacar que a hanseníase não deve ser mais considerada uma sentença de isolamento e sofrimento. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio social, é possível controlar e eliminar a doença, permitindo que as pessoas afetadas vivam uma vida plena e digna, livre do estigma e dos preconceitos do passado.

A árvore leprosa de Malawi
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Na República do Malawi, localizada no sudeste da África, havia uma prática perturbadora relacionada aos falecidos vítimas da lepra. Até a década de 1950, uma tribo que habitava Liwonde enfrentou um surto de lepra, resultando em nove casos da doença. Para evitar a propagação, os indivíduos infectados eram submetidos a métodos de sepultamento peculiares. Alguns eram pendurados em uma árvore em um cemitério, enquanto outros eram amarrados e colocados dentro do oco de um imenso tronco de baobá, localizado na base do monte Chinguni, onde eram deixados para morrer.

Essas práticas incomuns ocorriam devido ao temor de que as impurezas das vítimas contaminassem o solo, impedindo-as de serem enterradas adequadamente. A árvore, conhecida como a “Árvore leprosa”, continua de pé até os dias de hoje, embora tenha inclinado para um lado e apresente lesões e feridas em sua casca. Um painel pintado à mão foi colocado em seu tronco, que diz: “Sepultura das pessoas que sofreram de lepra no passado”. Aqueles que se aproximam podem colocar a cabeça no oco da árvore e observar crânios e esqueletos que estão na parte inferior.

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Fontes: 1 2 3

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Movido por uma curiosidade insaciável, ansiava por um espaço onde pudesse preservar as curiosidades singulares que encontrava em livros e na internet. Dessa busca, surgiu o Magnus Mundi em 2015. Julio Cesar, nascido em Blumenau e residindo em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, viu seu desejo de compartilhar maravilhas peculiares tomar forma nesse site.

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